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Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

10 motivos para não investir em ações de companhias aéreas

Investir em ações dessas empresas pode ser muito mais arriscado do que em qualquer outro setor

10 motivos para não investir em ações de companhias aéreas
(Imagem de jcomp no Freepik)
O que este conteúdo fez por você?
  • Investir em ações de companhias aéreas pode ser muito mais arriscado do que em qualquer outro setor
  • O setor da aviação é altamente sensível a eventos externos, como desastres naturais, crises geopolíticas e surtos de doenças
  • As companhias aéreas são fortemente afetadas pelas flutuações nos preços do petróleo, pois o combustível é um dos maiores custos operacionais

Já falei várias vezes que não invisto e não pretendo investir em companhias aéreas, mesmo sendo um apaixonado por aviação. Paixão e decisões de investimentos raramente dão certo. Investir em ações de companhias aéreas pode ser muito mais arriscado do que em qualquer outro setor. Existem excelentes empresas, como a Embraer (EMBR3), por exemplo, um orgulho nacional na produção de tecnologia, mas o problema está no segmento. Se pensarmos que até a Boing (BOEI34) quase faliu e a Airbus viu sucumbir o seu mais audacioso projeto, o A380, fica fácil entender porque estas ações são perigosas.

Uma conta muito rápida de se fazer é: Quantos dias você teve que trabalhar para conseguir juntar o dinheiro que você investirá? Respondendo a isso, fica muito fácil entender se quer correr determinado risco ou prefere ativos mais sólidos e com menos risco. Estou aqui pensando enquanto escrevo este artigo e, realmente, não imagino nenhum setor na B3 (B3SA3) mais arriscado do que o mercado de aviação civil.

Aqui estão 10 motivos pelos quais alguns investidores podem decidir não investir em ações de companhias aéreas:

  1. Sensibilidade a Eventos Externos: O setor da aviação é altamente sensível a eventos externos, como desastres naturais, crises geopolíticas e surtos de doenças, que podem ter impactos significativos nas operações e nas ações das companhias aéreas.
  2. Volatilidade dos Preços do Petróleo: As companhias aéreas são fortemente afetadas pelas flutuações nos preços do petróleo, pois o combustível é um dos maiores custos operacionais. Variações nos preços do petróleo podem afetar negativamente a lucratividade das companhias aéreas.
  3. Alta Competição e Pressão nos Preços: A indústria da aviação é altamente competitiva, com companhias frequentemente competindo por participação de mercado por meio de reduções de preços. Isso pode levar a margens de lucro apertadas.
  4. Custos Operacionais Elevados: As companhias aéreas enfrentam custos operacionais significativos, incluindo aquisição e manutenção de aeronaves, pessoal, taxas de aeroporto e custos regulatórios.
  5. Endividamento Elevado: Muitas companhias aéreas têm níveis significativos de endividamento devido aos custos associados à aquisição de aeronaves. Isso aumenta a vulnerabilidade das empresas a mudanças nas condições econômicas.
  6. Sazonalidade e Flutuações de Demanda: A indústria da aviação é sazonal, e a demanda por viagens aéreas pode variar ao longo do ano. Essa sazonalidade pode resultar em dificuldades financeiras durante períodos de baixa demanda.
  7. Ciclos Econômicos e Sensibilidade ao Consumo: As companhias aéreas são sensíveis aos ciclos econômicos, e a demanda por viagens aéreas muitas vezes está correlacionada com o crescimento econômico e a confiança do consumidor.
  8. Riscos de Eventos Inesperados: Eventos imprevistos, como acidentes de avião, ataques terroristas e eventos geopolíticos, podem ter impactos imediatos e duradouros nas operações e nas ações das companhias aéreas.
  9. Desafios Regulatórios: As companhias aéreas estão sujeitas a regulamentações rigorosas relacionadas à segurança, operações e acordos internacionais, o que pode adicionar complexidade e custos adicionais.
  10. Inovações Tecnológicas e Desintermediação: Avanços tecnológicos, como a evolução de plataformas de reserva online, podem impactar negativamente as margens de lucro das companhias aéreas, tornando o setor mais suscetível à desintermediação.

É importante notar que, embora essas razões apresentem desafios associados ao investimento em companhias aéreas, cada investidor deve avaliar seu apetite ao risco, objetivos e tolerância à volatilidade ao tomar decisões de investimento. Diversificação e pesquisa cuidadosa são práticas fundamentais para qualquer estratégia de investimento.

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