Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

5 ações de tecnologia para investir em 2021

Papéis do setor ganham destaque cada vez mais e tornam-se aposta do ano

(Foto: Divulgação)

O setor de tecnologia ganhou um grande destaque no último ano, principalmente, por conta da pandemia do novo coronavirus (covid-19). Devido ao estado de isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas se viram diante da necessidade de utilizar cada vez mais sites de compras online, plataformas financeiras, aplicativos de entrega de comida e outros para se manterem seguras em casa.

Segundo o relatório da Mastercard SpendingPulse, um indicador de vendas no varejo, o qual inclui pagamentos de todos os tipos de comércios, o e-commerce brasileiro mostrou um crescimento de 75% em 2020 se comparado ao ano anterior.

Graças a essa mudança na rotina dos brasileiros, é possível observar que muitas empresas de tecnologia ganharam espaço na Bolsa de Valores (B3), mostrando ótimos resultados e rendimento para os seus acionistas.

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Sendo assim, irei separar aqui cinco ações de empresas de tecnologia que o investidor precisa ficar de olho neste ano de 2021.

1. Wiz (WISZ3)

A primeira empresa da lista é a Wiz, uma das maiores redes de distribuição de produtos financeiros do país, como venda de seguros e consórcios. Seu histórico mostra excelência no que faz. No entanto, algo na organização me fazia enxergá-la de forma extremamente negativa. Seu principal e praticamente único cliente era a Caixa Econômica Federal. Ao mesmo tempo que é bom ter um cliente grande que oferece uma ótima fonte de receita, isso acaba criando certo comodismo. Contudo, o que acontece quando o contrato não é renovado? Foi exatamente o que aconteceu com a Wiz, que perdeu a exclusividade com a Caixa Econômica.

No meu ponto de vista, esse fato cria uma excelente oportunidade na empresa. Claro, apenas para quem está pensando em investir nas ações WISZ3 agora, não para quem investiu antes. A Wiz está entrando no mercado de bancos digitais. No Banco Inter, por exemplo, ela aumentou cinco vezes o lucro da instituição somente com seguros. Além disso, a empresa está montando uma plataforma de investimentos e crédito para aquele exército que já vende seguros e possui uma cartela de clientes, com o objetivo de ganhar sua remuneração.

2. Meliuz (CASH3)

A Meliuz é uma plataforma de cashback. Basicamente, ela oferece um valor de retorno em cima de toda compra feita dentro de seu sistema. Por exemplo, qualquer um que for comprar um eletrônico por R$ 1 mil dentro do site, irá receber R$ 100,00 de volta para serem usados em compras futuras.

Essa é uma plataforma que ainda tem muito para crescer, principalmente por causa do crescimento dos e-commerces no Brasil. Em teoria, se o setor de compras online cresce, consequentemente os clientes criam interesse em buscar formas de economizar ou ganhar descontos sobre suas compras. Com o programa cashback, as vendas se tornam mais atrativas, assim a empresa dona das ações CASH3 deve evoluir muito nos próximos anos.

Leia também: ‘Temos a oportunidade de captar bom momento do e-commerce’, diz CEO do Méliuz

3. TOTVS (TOTS3)

A Totvs é uma empresa brasileira de software que tem 50% de market share, ou seja, participação de cota por mercado que, em tradução livre, é a porcentagem de vendas pela qual uma empresa é responsável dentro do seu nicho. Recentemente, ela comprou a RD Station, uma ferramenta de automação de email marketing, pagando um total de R$ 1,8 bilhão na compra.

Alguns analistas do mercado acreditam que o preço negociado foi extremamente alto. Porém, a Totvs não está olhando para a empresa em si, mas sim para o segmento que a mesma está inserida, ou seja, o marketing digital. O novo setor que a gigante de tecnologia quer atacar ainda é pouco explorado no Brasil, mesmo começando a ser bastante explorado agora em 2020 por consequência da pandemia da covid-19. Portanto, ainda existe espaço para a empresa crescer mais no meio.

4. Locaweb (LWSA3)

A Locaweb é uma empresa de hospedagem de sites, um papel que cresceu absurdamente no ano passado por conta do isolamento social e a criação de sites de venda online. A organização é conhecida porque teve uma iniciativa pioneira. Anos atrás, eles fizeram provedores de emails, entraram no ramo de e-commerces e, atualmente, estão entrando na parte de crédito financeiro.

Uma das principais características e qualidades da empresa é que ela já possui uma carteira de clientes própria. Assim, é possível pensar em diversas formas de ganhar rentabilidade através desses clientes. Apesar de ser uma organização para ficar de olho, atualmente não invisto na LWSA3 porque tive problemas como cliente, mas é uma escolha totalmente pessoal.

5. Sinqia (SQIA3)

Acabei de investir na Sinqia pensando a longo prazo. A empresa é uma das principais fornecedoras de softwares para o mercado financeiro. Mesmo pensando em economizar um pouco, os bancos dificilmente gostam de trocar de fornecedor com medo de arriscar ter algum problema no sistema. Em um caso recente, o Itaú vendeu uma de suas empresas de tecnologia, a Itaú Soluções Previdenciárias, para a Sinqia visando cortar alguns gastos, porém, o banco continuou contratando os serviços da empresa devido a sua boa reputação no mercado.

O balanço da Sinqia é sempre para cima, oferecendo um retorno de cerca de 27% ao ano. Apenas 5% do mercado investe no papel, mas seu percentual pode chegar até em 20% nos próximos anos, pois a mesma tem excelência no que faz e está com o caixa lotado de dinheiro para comprar outras empresas. Outro ponto é que ela está entrando no mercado de previdência, que tende a crescer muito. Basta olhar para o INSS.