A Weg (WEGE3), multinacional que fabrica equipamentos elétricos, é uma das queridinhas da Bolsa de Valores brasileira (B3). Entre os motivos que atraem grande parte dos investidores, está o fato de que sua receita vem de fora do País, gerando capital em dólar.
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Além disso, ela é uma companhia extremamente diversificada em todos os sentidos, em produtos, moedas e unidades pelo mundo. Talvez, seja uma das empresas mais diversificada da B3. No entanto, a Weg vem andando um pouco de lado nos principais assuntos do mercado.
As ações tiveram uma alta no começo do ano, mas depois sofreram uma leve queda, o que levantou dúvidas por parte de alguns investidores.
O que está acontecendo com a Weg?
Durante conversa com Raphael Figueredo, Sócio Analista da Eleven Financial, esclareci algumas dúvidas quanto ao desempenho da Weg em 2021. Segundo o profissional, os investidores podem ficar tranquilos que não há nada de errado com a companhia. As ações de fato deram uma boa emperrada nos últimos dois meses. Mas essa travada foi em relação à própria performance do Ibovespa e tem muito haver com a aceleração brutal que eles fizeram no ano passado.
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A capacidade e resiliência que essa companhia tem por estar ligada em diversas cadeias de produção a nível global torna o ciclo de investimento bem longo.
É a partir de uma crise que o investidor encontra a verdadeira oportunidade para fechar negócio. E, para o setor industrial, que sofreu um grande baque com a pandemia, a Weg teve uma bela atuação. Vemos a recuperação de demanda por equipamentos não só dos ciclos longos, mas a própria desvalorização do real que ajuda.
Disputa de crédito tributário
Recentemente, a Weg ganhou uma disputa tributária e deve receber R$ 500 milhões de reais para o caixa no balanço do segundo trimestre. No entanto, não vimos uma grande movimentação quanto a isso. Para Figueredo, essa notícia não teve tanta repercussão no mercado porque aconteceu em um mau momento.
“Essa novidade veio em uma ocasião em que a companhia vinha de uma forte realização de lucros. Além do mais, é um acontecimento que tende a acontecer e rapidamente neutraliza. Não acho que seja uma questão de olhar se o mercado gostou ou não. Afinal, não é recorrente quando se incorpora algo que já devia estar presente. Empresas de ciclo longo possuem essa característica”, diz o analista.
Produção de carro elétrico
Outra novidade que a Weg revelou aos acionistas é o desenvolvimento de um projeto com a empresa FuelTech, que transforma carros a combustão em elétricos.
O analista da Eleven Financial contou que viu essa notícia nos materiais divulgados pela própria companhia. Além disso, ele diz que essa seria uma conquista extraordinária, embora ainda esteja em uma fase de desenvolvimento. Afinal de contas, é algo que certamente vai muito na linha dos princípios da Weg, que é justamente pensar no longo prazo.
Comprar, vender ou segurar?
O upside da empresa, ou seja, potencial de alta que determinado ativo possui, é muito bom de acordo com a Eleven Financial. A expectativa de aumento está em torno de 45% em 12 meses.
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Essa nova modelagem para o preço alvo foi colocada depois da divulgação do resultado do primeiro trimestre, então a correção está oferecendo uma boa oportunidade.
Apesar disso, Raphael Figueredo pontua que a Weg não é um papel para fazer trade. Ou seja, o investidor não deve comprar hoje para vender amanhã. Esta é uma ação para aproveitar o grande ciclo. É uma forma de diversificar o portfólio olhando para o mercado internacional. Se o real desvalorizar, a companhia tende a se beneficiar.
Portanto, o investidor não deve olhar para os próximos 6 meses ou 1 ano, pois pode se frustrar bastante. No curto prazo, a Weg tende a oscilar como qualquer outra ação da renda variável, causando preocupação. Mas, no longo prazo, o papel trará bons resultados.
Leia mais sobre a Weg e assista a entrevista exclusiva com Raphael Figueredo:
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