Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Por que OI (OIBR3 e OIBR4) registrou prejuízos no 1º trimestre de 2021?

Ações da Oi (OIBR3 e OIBR4) desabaram após divulgação do balanço

Foto: Werther Santana/Estadão
  • A Oi (OIBR3 e OIBR4) encerrou o primeiro trimestre de 2021 com um prejuízo líquido de R$ 3,5 bilhões
  • Em decorrência do prejuízo, os investidores têm descartado os papéis das ações da companhia

Em recuperação judicial, a Oi (OIBR3 e OIBR4) encerrou o primeiro trimestre de 2021 com um prejuízo líquido de R$ 3,5 bilhões. Constata-se que a redução foi de 44% ao valor declarado no mesmo período do ano passado, onde a perda foi de R$ 6,3 bilhões. Em decorrência do prejuízo, os investidores têm descartado os papéis das ações da companhia.

O resultado esperado pelo mercado, contudo, não acompanhou o contexto enfrentado pela empresa. Alguns fatores decisivos para o prejuízo relatado no balanço foram, respectivamente: a diminuição da busca por telefones pré-pagos, a atual pandemia do novo coronavírus (covid-19), visto a característica da companhia como prestadora de serviços, e a queda das receitas corporativas, devido ao fechamento de escritórios. Outro aspecto desanimador reportado foi o aumento da dívida líquida de R$ 18 bilhões para R$ 25 bilhões, uma alta registrada em 38,8%.

“Nova Oi”

Apesar do balanço ser negativo, é importante que o investidor se atente quanto aos novos rumos que a empresa pretende. Ao se desfazer de seu legado, a chamada “Nova Oi” aposta na Oi Fibra e em sua expansão. A aquisição parcial da InfraCo, divisão especializada em fibra óptica, pelo grupo BTG (BPAC11), também faz parte do plano de reestruturação a longo prazo apresentado.

Quanto aos novos planos da empresa, se destaca a Fibra Passada (HP), expansão que contempla o território por onde a empresa passa a fibra e qual a capacidade de domicílios que podem vir a ser atendidos. No primeiro trimestre de 2020, 5,6 milhões de domicílios, mesmo que não clientes, poderiam vir a ser contemplados pelo recurso, já em 2021, esse número dobrou atingindo 10,5 milhões.

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Já o número de residências clientes, que possuem o serviço oferecido, também registrou alta em comparação ao mesmo momento do ano passado. Em 2020, os domicílios conectados à fibra óptica correspondiam a 900 mil. Em 2021, o valor quase triplicou, visto que foram registrados 2,5 milhões de casas clientes.

Plano a longo prazo da Oi (OIBR3 e OIBR4)

Ainda quanto aos valores positivos reportados pelo balanço, a parte de fibra mais TI representava apenas 13% da receita líquida em 2020, enquanto já neste trimestre corresponde a 31%, com expectativas de aumento. A arrecadação da Oi (OIBR3 e OIBR4) passa para R$ 25 bilhões, esse valor advém, respectivamente, de R$ 325 milhões pela venda dos data centers, R$ 1 bilhão a qual foram orçadas as torres de transmissão e R$ 16,5 bilhões arrecadados da telefonia móvel.

Constam também valores não pagos para InfraCo pelo banco BTG Pactual. Além dos R$ 6,5 bilhão e R$ 5,5 bilhões pagos em dinheiro pelo banco, serão incorporados R$ 4,1 bilhões pelo banco à dívida da companhia. Mas, vale mencionar que para adentrar a operação, o BTG anunciou uma cláusula onde a presidência deverá passar para Amos Genish, fundador da GVT. Junto a Rodrigo Abreu, Genish, que foi ex-presidente da Vivo e da Tim, ficará a cargo das operações da InfraCo.

De acordo com o plano de recuperação da Oi (OIBR3 e OIBR4), no segundo trimestre a previsão da empresa é obter o fechamento do acordo com o banco BTG Pactual. Enquanto no quarto trimestre ou até o começo de 2022, a expectativa é que a companhia saia da recuperação judicial.

Assista ao vídeo exclusivo sobre as expectativas para as ações Oi (OIBR3 E OIBR4):