Na última segunda-feira a empresa de telecomunicações Oi (OIBR3, OIBR4) reportou um lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 1,79 bilhão referente ao quatro trimestre de 2020, o que indica uma leve recuperação do prejuízo de 2,26 bilhões registrado no mesmo período de 2019.
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Em recuperação judicial desde 2016, a companhia alcançou tal feito graças a um crédito tributário definido no valor de R$ 3,4 bilhões. No entanto, mesmo sem este valor, a empresa teria uma performance melhor do que teve no ano anterior.
Continuo posicionado na Oi porque todos os fatos mostram que a telecom está indo pelo caminho certo. Como a dívida total gira em torno de R$ 21,8 bilhões, com tudo o que já foi arrecadado, mais o dinheiro que irá entrar pela venda da InfraCo será o suficiente para a companhia sair do processo de recuperação judicial, ou seja, existe uma grande chance da mesma sair do vermelho ainda este ano. Além disso, pode sobrar uma boa quantia para investir na rede de fibra óptica.
Venda da InfraCo para o BTG Pactual (BPAC11)
Sobre a venda de parte da InfraCo, unidade que reunirá os ativos de infraestrutura e fibra óptica da empresa, até o momento quem possui preferência na compra é um fundo ligado ao banco BTG Pactual (BPAC11).
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Um fato interessante é que o BTG recomenda as ações da Oi em sua carteira desde agosto do ano passado, o que pode indicar que a instituição possui informações privilegiadas sobre o futuro da compra. Afinal, o banco que comanda o fundo que irá obter o principal negócio da empresa, gerando mais de R$ 20 milhões de caixa, é o mesmo que está recomendando tal papel. Por estar no mesmo círculo, os analistas da instituição sabem mais sobre a compra do que o restante do mercado.
Distribuição de Fibra Óptica
O objetivo da Oi é criar um modelo de negócio white label, ou seja, desenvolver um produto que possa ser revendido ou utilizado por outras empresas em troca de uma comissão, parte do lucro ou aluguel mensal. Basicamente, a companhia de telecomunicações pretende instalar cabos de fibra óptica por todo o Brasil e oferecer para que outras operadoras como, por exemplo, a Vivo, Claro e TIM, possam utilizá-los em seus pacotes de internet, televisão e telefonia.
Em 2020, a empresa atingiu a marca de 2 milhões de clientes na banda larga Oi Fibra, sendo que foram mais de 1,3 milhão de acessos. No último balanço divulgado pela empresa, 67% do lucro veio da rede de fibra, elevando a receita em 289% se comparado ao ano de 2019.
Chegada do 5G no Brasil
Com a chegada do 5G no Brasil, muitos investidores ficam com receio de que o modelo de fibra óptica não seja mais necessário no país. No entanto, os cabos de fibra conseguem passar um volume de dados bem maior que o 5G e, para que os dados cheguem até a antena de forma rápida, o modelo distribuído pela Oi terá muita relevância.
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Além disso, o governo federal assinou um plano que visa instalar a fibra óptica em praticamente todos os estados e municípios brasileiros. Atualmente, cerca de 1,5 mil cidades do país não têm cabos de fibra, e a meta é colocá-los nos próximos 5 anos.
Venda para a Vivo, Claro e TIM
Ainda em processo de aprovação da Anatel e Cade, a unidade de telefonia móvel da Oi foi vendida para a Vivo, Claro e TIM por R$ 16,5 bilhões. Contudo, incluindo eu, muitos que trabalham no mercado se perguntaram porque a empresa preferiu vender para os seus concorrentes nacionais ao invés de negociar com uma companhia estrangeira. Desta forma, ela provavelmente não teria que enfrentar o Cade e poderia conseguir um preço bem mais elevado.
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Do ponto de vista do investidor, a telefonia móvel deveria ter sido vendida melhor, mas são justamente essas três empresas que serão os grandes clientes da Oi em seu modelo white label de fibra óptica, podendo gerar um lucro ainda maior.
Leia mais sobre o lucro da Oi e assista ao vídeo sobre as ações da Oi (OIBR3 e OIBR4) em 2021:
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