Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

COP27: entenda por que o “clima” mudou para o Brasil

O mundo vai voltar a ver o País com responsabilidade ambiental?

(Crédito: Shutterstock/Onchira Wongsiri/Reprodução)
  • A COP27 é a abreviação para a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas
  • Em 2022, as conversas estão sendo guiadas por um relatório que analisa as vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo para se adaptar às mudanças climáticas
  • Entenda por que a conferência é tão importante para a economia e seus investimentos

A volta do PT ao governo federal não assustou o mercado, pelo contrário: aparentemente animou, no mínimo em relação às pautas socioambientais. Pelo menos até a primeira semana pós-eleições.

Três coisas podem explicar o motivo pelo qual o mercado não se assustou com a vitória do Lula: i) o governante é mais diplomático que Bolsonaro, tendo vários outros presidentes com relações amigáveis; ii) o mercado já havia precificado a vitória do Lula, já que diversas pesquisas apontavam sua vitória; iii) o mundo volta a ver o Brasil com responsabilidade ambiental, coisa que muito se criticou na gestão Bolsonaro.

Mas, o que é essa COP27 que tanto estão falando nos noticiários e por que é tão importante para a economia e seus investimentos? Vejamos!

O que é a COP27

A COP27 é a abreviação para a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, conhecida também como Conferência das Partes da UNFCCC. O objetivo deste encontro entre líderes é discutir as mudanças climáticas a partir de mecanismos aplicados no mundo todo.

Em 2022, as conversas serão guiadas por um relatório que analisa as vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo para se adaptar às mudanças climáticas. Além disso, durante a conferência, os líderes irão definir os aspectos centrais do implemento do Acordo de Paris, bem como seus compromissos e financiamentos.

E o que o Brasil tem a ver com isso?

Dentre os dias 04 e 18 de novembro, na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito, acontece a conferência e, este ano, o Brasil apresentou a segunda maior delegação, com cerca de 570 pessoas.

Só a Amazônia é considerada o “coração” do mundo por possuir cerca de 50% de todo o bioma do mundo, sendo essencial para a sobrevivência da humanidade. O maior bioma do Brasil fica exatamente na Amazônia e sua bacia hidrográfica é a maior do planeta.

A Floresta Amazônica é extremamente importante para evitar o avanço das mudanças climáticas. O desmatamento e as queimadas ocorridas já causam danos irreversíveis à floresta.

As pautas ESG vão voltar ao mercado financeiro?

Não se sabe se irão, mas deveriam. A agenda ESG, ou seja, governança, social e ambiental sempre deveriam ser pautas dos investidores porque, seguindo tais princípios, o desenvolvimento do país seria ligeiramente superior, já que estaríamos “financiando” empresas que possuem responsabilidade.

Um dos principais aspectos quando a pauta é desenvolvimento econômico diz respeito à qualidade de vida da população atrelada ao crescimento econômico. O Brasil é um dos líderes em desigualdade social e, quando a população e os governos não se importam com agendas de desenvolvimento social, econômico e ambiental, a tendência é que o país continue sendo emergente, como é o caso do Brasil.

Repassar conhecimentos acerca dos perigos ambientais e fiscalizar todos os dias nossos governantes é dever de todos. Seguir a agenda ESG é muito além do “modismo” que algumas empresas utilizam como medida de marketing para si mesmas: pensar na agenda ESG é pensar na humanidade.