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- Uma das razões para a valorização da Bolsa foi o fato de a bancada do Senado ser mais conservadora
- Independente do resultado, Lula ou Bolsonaro, a bolsa deve ter bom desempenho
- Os candidatos são conhecidos, por isso os investidores conseguem projetar quais ativos vão se beneficiar
Depois de um primeiro turno acirrado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) vão disputar a presidência no dia 30 de outubro, no último domingo do mês.
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Mesmo com a apuração apertada e uma vantagem de 6 milhões de votos ao candidato do PT, o mercado reagiu de uma maneira calma e o Ibovespa saltou 5,5% na última segunda-feira (3). Vamos entender alguns pontos quanto a essa movimentação.
Política e mercado financeiro
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Uma das razões para a valorização da Bolsa na segunda-feira está no fato de a bancada do Senado ser mais conservadora e reformista. Mesmo que o ex-presidente Lula seja reeleito, ele terá poder de decisão limitado, sem apelar para mudanças radicais que deixem os investidores inseguros, como uma anulação do teto de gastos, por exemplo.
Independente de quem ganhar no segundo turno, podemos esperar que a Bolsa de Valores brasileira tenha um bom desempenho – com intensidade e destaques de diferentes setores a depender do resultado.
Ambos os candidatos são conhecidos pelo mercado. Os investidores sabem qual é a tendência governamental de cada um e conseguem projetar quais ativos vão se beneficiar com uma determinada vitória, podendo fazer uma realocação de recursos após a apuração do segundo turno.
Lula ou Bolsonaro?
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As propostas de governos podem – e devem – ser acessadas pelo site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mas, vou trazer a comparação de algumas propostas voltadas à economia e convido a todos os leitores a refletirem e pesquisarem a fundo o que tiverem dúvida para tomar uma decisão no dia 30 de outubro.
Banco Central
O atual presidente Jair Bolsonaro defende a independência do Banco Central, órgão responsável por estabelecer a meta de inflação e coordenar as taxas de juros junto com o Comitê de Política Monetária (Copom) a fim de estimular a economia e controlar o aumento dos preços dos bens de consumo.
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Em contrapartida, o ex-presidente Lula segue uma linha de coordenar a política econômica para combater a inflação sem deixar claro se será respeitada a decisão que o Banco Central tomar.
A independência do Banco Central é de extrema importância, pois estimula a confiança do investidor estrangeiro de colocar dinheiro no nosso País. Um exemplo prático disso foi o que aconteceu na Turquia em março do ano passado.
Quando o presidente demitiu o chefe do Banco Central, a moeda turca acumulou 15% de desvalorização. Acredito que ninguém quer que o real acabe ainda mais desvalorizado.
Privatizações
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Lula não é a favor da privatização das estatais, ao contrário de Bolsonaro que defende a causa e parcerias de investimento. O ex-presidente do PT colocou em pauta o fortalecimento dos bancos públicos para fomentar o desenvolvimento. Em contrapartida, Bolsonaro defende que o estado tenha foco em saúde, educação, segurança e bem-estar.
Historicamente, empresas privatizadas ou com projeção de privatização tendem a ter melhor desempenho no decorrer dos anos seguintes. Um bom exemplo é a Eletrobras: a companhia acumula mais de 12% de valorização desde sua privatização, em junho deste ano.
Teto de gastos
A proposta ousada do ex-presidente é de revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro. Por outro lado, o plano de governo do presidente em exercício afirma que vai continuar com os esforços para garantir a estabilidade econômica e sustentabilidade da dívida pública.
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Não é segredo para nenhum brasileiro nossa dívida pública. O teto de gastos é uma forma de controlar o orçamento público, como acontece nos bancos tradicionais em que temos conta. Existe um limite de dinheiro que você pode utilizar para não entrar em uma bola de neve de dívidas que não consegue pagar.
O respeito a esse teto é importante para nosso consumo interno e confiança do investidor estrangeiro.
Esses são apenas alguns pontos a serem analisados para a tomada de uma decisão. Reforço que os planos governamentais sejam lidos na íntegra pelo site do TSE e que no dia 30 cumpramos com nosso dever de cidadão brasileiro ao votar em quem irá nos representar pelos próximos quatro anos.