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Quanto custa viver como imigrante nos Estados Unidos?

Conheça os tipos de vistos para morar nos EUA e seus gastos

Foto: Envato Elements
Foto: Envato Elements

Os Estados Unidos receberam número recorde de imigrantes em 2022. De acordo com o Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos EUA (CBP), 2,7 milhões cidadãos deixaram sua terra natal para viver na maior economia do mundo.

Contudo, custos exorbitantes como aluguel, transporte e alimentação devem ser considerados pelos brasileiros que tenham o objetivos de sair do País e “viver o sonho americano”.

De acordo com Daniel Toledo, advogado do Direto Internacional e professor honorário da Universidade Oxford, quem tem uma família de cinco membros, por exemplo, precisa desembolsar cerca de 1.200 a 1.400 dólares para alugar um local com três quartos.

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Mas os custos com moradia não param por aí: o professor afirma que, para conseguir o contrato de locação, é preciso dispor, no mínimo, três vezes desse valor. “Essa soma inclui primeiro e último depósitos, além do seguro. Isso significa 4.500 dólares mais a taxa do condomínio que são mais 200 a 300 dólares“, diz.

Além disso, é necessário pensar em despesas como internet, TV à cabo e móveis para a casa, o que pode sair cerca de 8 mil dólares, considerando valores baixos. Considerando uma simulação para uma família de cinco pessoas terá, em média, um custo mensal de 2.500 dólares – além de 500 para prestação de um automóvel, 200 para o seguro, 500 mensais de alimentação e variáveis como plano de saúde, lazer e viagens.

Outro fator que pode pesar nas contas é o transporte particular. A Uber e a Lyft, empresas concorrentes nos EUA, tiveram um aumento de preços significativo nos EUA em 2021 após o período sensível da pandemia de Covid-19. Segundo análise da empresa Rakuten Intelligence, o custo de uma corrida estava 37% mais caro em março de 2021 em relação ao mesmo período em 2020. O aumento pode estar ligado à falta de mão de obra no setor e a demanda crescente por conta do fim o período de isolamento social.

Pedro Mendes, estudante brasileiro de administração na Flórida, afirma que ainda sente o aumento. “Percebi essa mudança quando fui recentemente ao Brasil. Uma corrida que sai por R$ 30, por exemplo, aqui nos Estados Unidos acaba custando mais de 30 dólares“, desabafa. Com o dólar a R$ 5,33, a corrida poderia chegar aos R$ 159,90.

Conheça 3 vistos para morar nos EUA e seus gastos

O visto é essencial para morar legalmente nos Estados Unidos. Conheça abaixo três tipos:

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Visto E-2  

O E-2 é destinado a cidadãos brasileiros com dupla cidadania de países que façam parte do Tratado de Navegação e Comércio com os EUA, como parte de países da Europa, com exceção de Portugal.

Além da dupla cidadania, quem solicitar o visto precisa dispor de uma quantia que varia entre 120 a 150 mil dólares, além do capital de giro e disposição para empreender e investir. Entretanto, o documento é temporário dá direito apenas a 5 anos de moradia.

Visto EB-5

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Geralmente destinado aos empresários que desejam investir quantias generosas para morar nos Estados Unidos, o EB-5 pode ser considerado o verdadeiro “Green Card”. Ele permite que o imigrante brasileiro tenha os mesmos direitos que o cidadão norte-americano.

A Toledo Advogados, com escritórios também nos EUA, afirma que o Brasil ocupa o terceiro lugar para pedidos desse tipo de visto. “Dificilmente ocorre uma negativa, exceto em alguns casos onde há falta de clareza na demonstração da origem lícita dos recursos e um eventual registro criminal do solicitante”, diz Toledo.

Contudo, para realizar o sonho de morar definitivamente nos Estados Unidos, é necessário pagar um preço mais salgado: além de desembolsar de US$ 800 mil a US$ 1 milhão para emitir o visto EB-5, também há taxas de imigração e a exigência de criar uma empresa e gerar pelo menos dez novos empregos no país.

Visto EB-2

A categoria é destinada aos profissionais com pós-graduação ou pessoas com habilidade excepcional na área de Ciências, Artes ou Negócios. Para se adequar ao visto, o estrangeiro deverá ter curso universitário ou diploma profissional, como uma pós-graduação. Contudo, a Toledo Advogados afirma que cinco anos de experiência em uma determinada profissão e um bacharelado podem equivaler a um Mestrado. Além disso, para conquistar o documento é necessário ter pelo menos três dos critérios a seguir:

  • Cartas que comprovem, pelo menos, dez anos de experiência em tempo integral na profissão em busca;
  • Licença ou certificação para exercer a profissão;
  • Evidências de que o estrangeiro merece um salário ou outra remuneração por serviços que demonstrem habilidade excepcional;
  • Membro de associações ou outras entidades profissionais;
  • Reconhecimento por resultados alcançados e contribuições significativas na indústria ou área semelhante de atuação, entidades governamentais, organizações profissionais
    ou empresariais.

Imigração ilegal de brasileiros aumenta nos EUA

Segundo o CBP, a quantidade de imigrantes brasileiros que entraram ilegalmente nos Estados Unidos cresceu em 2022 – mais de 36 mil pessoas foram detidas ao entrar no país de forma irregular entre outubro de 2021 e setembro de 2022.

As histórias de brasileiros que sofreram tentando cruzar a fronteira mexicana para chegar aos Estados Unidostambém aumentaram. Mesmo os que conseguem ultrapassar a barreira acabam enfrentando dificuldades financeiras.

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“O sonho de morar nos Estados Unidos para ficar milionário ou arrumar um emprego de 10 mil dólares e enriquecer rápido não existe atualmente. Há pessoas que conseguiram o Green Card, mas que trabalham em dois restaurantes para, na soma final, ganhar 4.600 dólares em um expediente de 15 horas por dia”, diz Toledo.

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