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Colunista

OPINIÃO: É hora de rever a estratégia de renda fixa; descubra uma que nunca te contaram

Com as taxas de juros de títulos públicos visitando raros patamares, é preciso rever as oportunidades

Taxas de juros oferecidas pelos títulos públicos e títulos privados vêm atingindo patamares elevados. (Foto: Adobe Stock)
Taxas de juros oferecidas pelos títulos públicos e títulos privados vêm atingindo patamares elevados. (Foto: Adobe Stock)

Nestes últimos dias, muitos investidores me procuraram para saber o que fazer com seus portfólios de investimentos em renda fixa, já que vimos as taxas de juros oferecidas pelos títulos públicos e privados nas corretoras atingirem raros patamares elevados, com os prefixados negociando acima de 15% ao ano e os indexados à inflação com juros adicionais ao redor de 8% ao ano.

Esse movimento abre oportunidade para várias estratégias, das mais simples às mais sofisticadas, que, em sua maioria, vão buscar o aumento da exposição para estes ativos em troca da parcela pós-fixada (CDI ou Selic). A depender dos objetivos de cada um, isso pode ainda considerar o alongamento das posições, trocando os títulos que vencem no curto prazo, para alocações de prazos mais longos, garantindo assim, taxas de juros mais interessantes pelo maior tempo possível.

Porém (e sempre há um porém), meus anos trabalhando na tesouraria do banco me deram de presente duas coisas fundamentais. A primeira é conhecer profundamente todas as métricas de gestão de risco da renda fixa e suas variáveis, e a segunda foi ganhar um estômago forte, para suportar altos níveis de risco e estresse.

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Tá bom, mas por que estou falando isso? Porque a estratégia que talvez nunca te contaram, muito provavelmente em função apenas da variável de risco, mas que podem oferecer ganhos expressivos, é que em determinados momentos, como os que estamos vivendo agora, a combinação de investimentos com alta duration (prazo médio para recuperar o investimento realizado na compra do ativo) e alta convexidade (para quem quiser, vou explicar isso posteriormente no meu LinkedIn) geram oportunidades muito interessantes e assimétricas na relação Risco versus Retorno.

O que o comportamento histórico dos juros e o momento atual têm a nos dizer?

Mas antes de falar dessa estratégia, é importante entender o momento. Quando analisamos o histórico de taxas dos títulos públicos indexados à inflação de longo prazo, de tempos em tempos, em ciclos de 4 a 6 anos, elas visitam patamares em alguns momentos muitos baixos, e em outros, muito elevados.

Não é incomum observarmos movimentos de 200 pontos (ou seja, 2% de oscilação na taxa) em janelas ainda mais curtas. Nestas últimas semanas e especialmente nos últimos dias, como se pode observar pelo gráfico da NTN-B 2045 – cuja série histórica é bastante longa para esta análise -, as taxas se descolaram de suas médias e ultrapassaram uma unidade de dispersão tecnicamente conhecida como ‘desvio-padrão’, indicando que, do ponto de vista estatístico, estas taxas realmente estão fora da normalidade, o que sem sombra de dúvidas gerou muita repercussão entre os investidores pessoas físicas

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Nestas últimas semanas e especialmente nos últimos dias, como se pode observar pelo gráfico da NTN-B 2045 - cuja série histórica é bastante longa para esta análise -, as taxas se descolaram de suas médias e ultrapassaram uma unidade de dispersão tecnicamente conhecida como 'desvio-padrão', indicando que, do ponto de vista estatístico, estas taxas realmente estão fora da normalidade, o que sem sombra de dúvidas gerou muita repercussão entre os investidores pessoas físicas;

Por dentro da oportunidade

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Agora vamos ao ponto central da minha análise: considerando o cenário atual (de taxas descoladas), temos uma oportunidade de alto valor para renda fixa, algo que não acontece com frequência - como observamos acima. E para aproveitar essa janela, destaco um produto lançado este ano pelo Tesouro Nacional que se mostra muito oportuno para esse momento.

Trata-se do Tesouro RendA+ 2065, que possui a maior duration do mercado brasileiro. Com prazo médio de aproximadamente 47 anos e altíssima convexidade, o título captura ganhos elevados em cenários de redução na taxa de juros. Ou seja, caso as taxas/juros façam reversão à normalidade, como observamos na análise histórica do gráfico, você terá a rentabilidade potencializada.

Já no cenário oposto, em que não há essa reversão, existe a possibilidade de desvalorização nos preços destes títulos (por meio marcação à mercado). Neste caso, eventuais perdas serão inferiores ao potencial de retorno desse investimento. Portanto, digo que a assimetria é favorável à estratégia, pois as perdas serão consideravelmente reduzidas se comparadas
aos potenciais ganhos.

Fica fácil de entender quando traçamos dois cenários de horizontes de tempo diferentes, sendo o primeiro horizonte de curtíssimo prazo (de apenas 1 dia) com oscilações na taxa do título RendA+ 2065 de 2% a.a para cima e 2% a.a. para baixo para ver o que aconteceria com seu dinheiro. E um segundo horizonte com as mesmas oscilações no cenário de taxas, porém ocorrendo daqui 5 anos.

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Veja que nos cenários de queda dos juros em 2%, os ganhos refletidos pela marcação a mercado dos títulos atingem cerca de 146% de valorização no exemplo hipotético deste movimento ocorrer de um dia para outro (expresso no gráfico de curtíssimo prazo) e 291% no cenário em que a redução das taxas leva 5 anos para se concretizar. Em ambos os horizontes de tempo, o potencial de perda é muito menor do que os potenciais ganhos.

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Dessa forma, para quem acredita que as variáveis de mercado revertem à sua média, esta estratégia pode impulsionar os ganhos do seu portfólio, assim como adicionar um certo grau de risco. Além disso, este exercício comprova que mesmo na renda fixa, com algum conhecimento e apetite a risco, é possível buscar retornos comparáveis até mesmo aos casos de sucesso da renda variável.

Agora, conhecendo um pouco mais dos riscos, o quanto do seu portfólio você deveria alocar nesta estratégia? Sugiro você consultar o seu assessor de investimentos, e principalmente, ouvir aquele que mais importa: o seu estômago

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