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Colunista

Hora do pit-stop nos investimentos: o que o segundo semestre de 2025 pede do investidor?

Chegou a hora de revisar, calibrar e, se necessário, fazer troca de ativos; veja as recomendações da Ágora Investimentos

Parada para reavaliação dos investimentos neste início de segundo trimestre de 2025 não é sinal de fraqueza, mas de disciplina e inteligência estratégica. (Imagem: Martin Barraud/KOTO em Adobe Stock)
Parada para reavaliação dos investimentos neste início de segundo trimestre de 2025 não é sinal de fraqueza, mas de disciplina e inteligência estratégica. (Imagem: Martin Barraud/KOTO em Adobe Stock)

O segundo semestre de 2025 chegou e, com ele, a necessidade de uma pausa estratégica nos investimentos. Não para desacelerar, mas para reavaliar. Em um ano que começou com força nos mercados, porém encerrou seu primeiro tempo com mais perguntas do que respostas, o investidor atento sabe que é hora de fazer um pit-stop, aquele momento de revisão, calibragem e, se necessário, troca de pneus.

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Um mundo em transição

Lá fora, os Estados Unidos seguem em delicado equilíbrio entre crescimento e contenção. A economia americana surpreende pela resiliência, mesmo diante do cenário fiscal cada vez mais pressionado e da política comercial mais agressiva.

O dólar perdeu força, as bolsas de valores renovaram máximas, mas o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ainda não sinalizou cortes significativos de juros. O mundo, portanto, continua em compasso de espera, e isso, por si só, já é um sinal.

Brasil: juros altos e teste de resiliência

No Brasil, a taxa Selic permanece em 15%, refletindo a postura cautelosa do Banco Central (BC). Apesar dos sinais de desaceleração da atividade e de inflação mais comportada, a autoridade monetária ainda não considera o ambiente seguro o suficiente para iniciar um ciclo de cortes.

O pano de fundo ajuda a explicar esta decisão: o cenário fiscal segue desafiador, as expectativas de inflação futura continuam acima da meta de 3%, indicando falta de confiança do mercado financeiro na convergência dos preços, bem como há o risco adicional do impacto das tarifas dos EUA sobre produtos do Brasil.

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Ainda assim, o País mostra resiliência. O real se valorizou, a inflação de alimentos cedeu e o mercado de trabalho começa a dar sinais de acomodação.

É um cenário que exige atenção, mas não necessariamente pessimismo. Talvez seja justamente neste ponto que mora a oportunidade.

O que o cenário atual exige do investidor?

Mais do que buscar respostas prontas, o momento exige boas perguntas.

O investidor atento pode refletir: sua carteira está preparada para um cenário de juros altos por mais tempo? Há exposição suficiente a ativos que se beneficiam de um real mais forte? Existe espaço para aproveitar oportunidades em ativos descontados, mesmo em um ambiente de incerteza?

É por isso que acompanhar análises e relatórios, como os da Ágora Investimentos, faz toda a diferença. Eles ajudam a encontrar essas respostas e reforçam a importância de uma estratégia equilibrada e seletiva neste segundo semestre, com atenção às assimetrias de preço e à diversificação entre classes de ativos.

Não se trata de mudar tudo, mas de entender com clareza o que precisa ser ajustado.

Renda fixa: o eixo central da estratégia

Com juros elevados, a renda fixa segue como o pilar das alocações. O relatório da Ágora destaca que, mesmo em um ambiente desafiador, esta classe continua oferecendo uma relação risco-retorno bastante atrativa.

O investidor encontra oportunidades em:

  • Títulos indexados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que se beneficiam diretamente do patamar atual da taxa Selic;
  • Papéis atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que oferecem proteção contra a inflação e retorno real consistente.

Além de escolher o indexador, o momento pede atenção à diversificação entre emissores e setores, com gestão ativa e foco na qualidade do crédito e nas perspectivas de cada segmento.

Renda variável: hora de ser seletivo

Apesar do ambiente desafiador, o Ibovespa valorizou 15% no primeiro semestre, impulsionado por fluxo estrangeiro e múltiplos atrativos. As ações brasileiras seguem descontadas, com  o indicador de preço sobre lucro (P/L) em torno de 7,8 x e dividend yield (retorno de dividendos) estimado em 6,5% — patamares historicamente interessantes para quem tem visão de longo prazo.

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A leitura da Ágora é clara: há espaço para alocação na Bolsa de Valores, mas com seletividade. O foco deve estar em:

  • Empresas resilientes e boas pagadoras de dividendos, especialmente nos setores financeiro e de utilities (serviços essenciais, como energia elétrica e saneamento básico);
  • Fundos da classe long biased (aqueles que possuem um “viés comprado” em ativos), que oferecem flexibilidade e gestão ativa.

Internacional e multimercado: proteção e diversificação

A exposição internacional foi ajustada. O relatório mostra uma preferência por:

  • Diversificação geográfica, com menor concentração ao risco americano;
  • Fundos globais com hedge (proteção) cambial, que protegem contra a volatilidade do dólar;
  • Multimercado macro global de baixa correlação com outras classes e foco em estratégias táticas.

A ideia aqui não é abandonar a diversificação global, porém adaptá-la ao novo contexto, com menos dependência dos movimentos das bolsas americanas e mais atenção à pluralidade geográfica e à gestão ativa.

O pit-stop como estratégia

Fazer um pit-stop não é sinal de fraqueza; pelo contrário, é uma demonstração de disciplina e inteligência estratégica. É neste momento que se revê a rota, se calibra o risco e são aproveitadas oportunidades que, muitas vezes, passam despercebidas na correria do dia a dia.

O segundo semestre de 2025 pode não ser o mais previsível. No entanto, para quem souber fazer as perguntas adequadas e ajustar a rota no momento certo, ainda há muito caminho pela frente. Com estratégia e leitura precisa do cenário, existem boas chances de cruzar a linha de chegada com vantagem.

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