• Logo Estadão
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Assine estadão Cavalo
entrar Avatar
Logo Estadão
Assine
  • Últimas notícias
  • opinião
  • política
  • economia
  • Estadão Verifica
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Direto da Faria Lima
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
Logo E-Investidor
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Direto da Faria Lima
  • Negócios
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Análises Ágora
  • Newsletter
  • Guias Gratuitos
  • Colunistas
  • Vídeos
  • Áudios
  • Estadão

Publicidade

Colunista

Doações em vida: um caminho cheio de boas intenções e, por vezes, más consequências

Sucessão planejada exige estratégia, limites e a consciência de que quem doa também precisa estar protegido

Por Samir Choaib

12/07/2025 | 7:30 Atualização: 11/07/2025 | 16:11

Receba esta Coluna no seu e-mail
Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

No Brasil, a prática da doação de bens em vida vem ganhando cada vez mais adeptos. O objetivo é geralmente nobre: evitar o inventário e desarmonia na família, antecipar parte da herança aos filhos, além de reduzir custos tributários. Tudo isso com um ar de previsibilidade e organização. Mas por trás da aparente racionalidade patrimonial, muitas famílias escondem dramas silenciosos — alguns deles, irreversíveis.

Leia mais:
  • OPINIÃO: Querem chamar o VAR: revogação do IOF vira disputa em Brasília
  • Tributação de investimentos no exterior para pessoas físicas: você conhece estas regras?
  • Imposto de Renda: o que fazer se a declaração cair na malha fina?
Cotações
15/10/2025 11h12 (delay 15min)
Câmbio
15/10/2025 11h12 (delay 15min)

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Na prática, a doação em vida pode, ao inverso do desejado, gerar conflitos familiares e, em casos extremos, deixar idosos desprotegidos — especialmente quando doam parcelas relevantes do patrimônio, sem reservar meios de subsistência.

Reserva de usufruto: solução parcial

O problema não está exatamente no instrumento jurídico. A doação com reserva de usufruto, por exemplo, é um caminho seguro e amplamente aceito, permitindo que o doador transfira a propriedade do bem, mas mantenha o uso e os frutos durante sua vida. No papel, tudo certo. O problema começa quando a lógica do contrato entra em conflito com a realidade das relações familiares.

Herdeiros despreparados podem sentir-se ‘premiados’ antecipadamente e deixar de respeitar o idoso, dificultando cuidados básicos.

Evite potenciais conflitos entre os herdeiros

Um dos erros mais comuns é a realização de doações desiguais entre os filhos, sem o devido cuidado de prever a colação — ou seja, a obrigatoriedade de que essas doações sejam levadas em conta na partilha futura. Sem isso, abre-se espaço para litígios entre irmãos (muitas vezes influenciados pelos ‘agregados’), acusações de favorecimento e até ações de anulação da doação.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Abra sua conta na Ágora Investimentos

Além disso, há questões tributárias que precisam ser bem compreendidas. Sobre a doação incide o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), com alíquotas que variam entre os estados.

O erro irreparável de doar tudo

Mas há um outro risco, bem menos jurídico e muito mais humano: a perda de autonomia do doador quando ele renuncia a todo o seu patrimônio – ou parte relevante – em vida. A situação, infelizmente, é recorrente em cartórios e escritórios de advocacia. Pais que, por generosidade ou pressão familiar, transferem todos os imóveis e ativos aos filhos — e depois se veem isolados, desrespeitados ou até negligenciados por aqueles que deveriam protegê-los.

Por isso, um ponto fundamental no planejamento sucessório, raramente debatido, é o seguinte: avaliar com parcimônia o que será doado; a economia tributária não é tudo. Manter uma parte relevante do patrimônio sob seu controle — não apenas para garantir renda, mas também para preservar o respeito e o espaço de decisão dentro da dinâmica familiar. Patrimônio não deve ser instrumento de chantagem, mas é, sim, uma forma de proteção da dignidade na terceira idade.

O dilema da transparência: quando contar aos filhos?

Outro ponto espinhoso — e cada vez mais discutido em famílias com patrimônio expressivo — é: em que momento os pais devem contar aos filhos que eles herdarão uma fortuna? A resposta, claro, não é simples. Há o receio (justificado) de que filhos desavisados passem a viver como herdeiros antes de serem adultos. Que abandonem seus projetos profissionais ou que se sintam donos de algo que ainda não lhes pertence. Que percam o ‘olho do tigre’.

Mas o silêncio total, por outro lado, pode ser igualmente danoso. A sucessão patrimonial não é apenas uma questão de transmissão de bens — é também transmissão de valores, de conceitos, de responsabilidade, de consciência sobre o que significa administrar, preservar e multiplicar um legado.

Por isso, famílias mais estruturadas têm optado por iniciar esse diálogo gradualmente. Um bom momento é quando os filhos entram na vida adulta, iniciam suas trajetórias profissionais e demonstram maturidade para compreender o que a herança representa. Em vez de apenas informar que “vocês vão herdar isso tudo”, o ideal é envolver os filhos em decisões da família, apresentar os bens, expor os desafios da gestão e, se possível, trabalhar com educação financeira e patrimonial desde cedo.

Conclusão: equilíbrio é tudo

Planejar a sucessão patrimonial vai muito além de firmar uma escritura ou registrar uma holding. Envolve conversar, instruir, avaliar contextos familiares, proteger o idoso — e principalmente, manter o equilíbrio entre o direito dos herdeiros e a dignidade de quem construiu o patrimônio.

Publicidade

Doar é um gesto bonito, mas é também um ato de responsabilidade. E como todo ato responsável, exige limites, prudência e, acima de tudo, respeito à própria história e compromisso com a própria subsistência.

No fim, a sucessão justa é aquela em que o patrimônio cumpre seu papel: preservar o bem-estar dos idosos e empoderar a próxima geração, sem renunciar à autonomia ou dignidade em nenhuma fase da vida.

Encontrou algum erro? Entre em contato

Compartilhe:
  • Link copiado
O que este conteúdo fez por você?

Informe seu e-mail

Tudo Sobre
  • doação
  • Familias
  • herança
  • patrimônio

Publicidade

Mais lidas

  • 1

    Braskem (BRKM5) na mínima em 15 anos: vale a pena investir ou o barato sai caro?

  • 2

    Gol fora da Bolsa: analistas veem prêmio de 23% para investidor; migração para a Azul entra no radar

  • 3

    Herança na mira: cobrança de imposto muda com a reforma tributária; os ricos vão pagar mais?

  • 4

    Adeus à Bolsa: OPAs podem gerar perdas de até 90% para o investidor

  • 5

    Alugar imóvel ou investir em fundos imobiliários: o que rende mais hoje?

Publicidade

Quer ler as Colunas de Samir Choaib em primeira mão? Cadastre-se e receba na sua caixa de entrada

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Cadastre-se e receba Coluna por e-mail

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade e os Termos de Uso do Estadão E-investidor.

Inscrição feita com sucesso

Webstories

Veja mais
Imagem principal sobre o Com CNH mais barata, aprovação no exame prático será obrigatória?
Logo E-Investidor
Com CNH mais barata, aprovação no exame prático será obrigatória?
Imagem principal sobre o Lotofácil, Mega-Sena ou Quina: qual delas é realmente mais fácil de ganhar?
Logo E-Investidor
Lotofácil, Mega-Sena ou Quina: qual delas é realmente mais fácil de ganhar?
Imagem principal sobre o 4 itens que ajudam a poupar dinheiro durante a aposentadoria
Logo E-Investidor
4 itens que ajudam a poupar dinheiro durante a aposentadoria
Imagem principal sobre o Auxílio Emergencial: veja o prazo para devolver o benefício
Logo E-Investidor
Auxílio Emergencial: veja o prazo para devolver o benefício
Imagem principal sobre o Bolsa Família: cresce acesso de beneficiários às políticas de saúde
Logo E-Investidor
Bolsa Família: cresce acesso de beneficiários às políticas de saúde
Imagem principal sobre o Auxílio Emergencial: veja os casos em que o valor não precisa ser devolvido
Logo E-Investidor
Auxílio Emergencial: veja os casos em que o valor não precisa ser devolvido
Imagem principal sobre o FGTS: quantas parcelas do saque-aniversário poderão ser antecipadas, após novas regras?
Logo E-Investidor
FGTS: quantas parcelas do saque-aniversário poderão ser antecipadas, após novas regras?
Imagem principal sobre o Estas dicas podem te salvar quando o aplicativo do banco ficar fora do ar
Logo E-Investidor
Estas dicas podem te salvar quando o aplicativo do banco ficar fora do ar
Últimas: Colunas
Quem tem medo de 2028? Isa Energia (ISAE4) avisa que está com dividendos bem controlados até lá: “Parecem renda fixa”
Katherine Rivas
Quem tem medo de 2028? Isa Energia (ISAE4) avisa que está com dividendos bem controlados até lá: “Parecem renda fixa”

A coluna participou do Isa Energia Day e conta todas as percepções sobre a empresa com sinceridade

14/10/2025 | 15h30 | Por Katherine Rivas
No Bitcoin, o que importa não é o preço — é o tempo
Vitor Miziara
No Bitcoin, o que importa não é o preço — é o tempo

Não importa para quanto vai o Bitcoin: num cenário de alocação eficiente o “quando” passa a ser mais relevante do que o preço

14/10/2025 | 14h00 | Por Vitor Miziara
Tarifas, expectativa de cortes de juros e incertezas fiscais ditam o ritmo dos mercados em outubro
Marco Saravalle
Tarifas, expectativa de cortes de juros e incertezas fiscais ditam o ritmo dos mercados em outubro

Mercado doméstico recua após ganhos recentes, enquanto bolsas americanas ajustam diante de ruídos comerciais e apostas de flexibilização monetária

13/10/2025 | 14h33 | Por Marco Saravalle
FIDCs: a evolução das emissões e o retrato atual da indústria de fundos no Brasil
Einar Rivero
FIDCs: a evolução das emissões e o retrato atual da indústria de fundos no Brasil

Volume acumulado desde 2018 chega a R$ 933,5 bilhões; 2025 pode encerrar com novo recorde e consolidar os FIDCs como alternativa de investimento em crédito

13/10/2025 | 07h40 | Por Einar Rivero

X

Publicidade

Logo E-Investidor
Newsletters
  • Logo do facebook
  • Logo do instagram
  • Logo do youtube
  • Logo do linkedin
Notícias
  • Últimas Notícias
  • Mercado
  • Investimentos
  • Educação Financeira
  • Criptomoedas
  • Comportamento
  • Negócios
  • Materias gratuitos
E-Investidor
  • Expediente
  • Fale com a redação
  • Termos de uso
Institucional
  • Estadão
  • Ágora Investimentos
Newsletters Materias gratuitos
Estadão
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube

INSTITUCIONAL

  • Código de ética
  • Politica anticorrupção
  • Curso de jornalismo
  • Demonstrações Contábeis
  • Termo de uso

ATENDIMENTO

  • Correções
  • Portal do assinante
  • Fale conosco
  • Trabalhe conosco
Assine Estadão Newsletters
  • Paladar
  • Jornal do Carro
  • Recomenda
  • Imóveis
  • Mobilidade
  • Estradão
  • BlueStudio
  • Estadão R.I.

Copyright © 1995 - 2025 Grupo Estado

Logo do 'News E-Investidor'

Ao fornecer meu dados, declaro estar de acordo com a Política de Privacidade do Estadão e com os Termos de Uso.

Obrigado por se inscrever! A partir de agora você receberáas melhores notícias em seu e-mail!
notification icon

Invista em informação

As notícias mais importantes sobre mercado, investimentos e finanças pessoais direto no seu navegador