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No Bitcoin, o que importa não é o preço — é o tempo

Não importa para quanto vai o Bitcoin: num cenário de alocação eficiente o “quando” passa a ser mais relevante do que o preço

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A alocação de Bitcoin deve respeitar o percentual de risco da carteira, não o preço do ativo. Tempo, aportes e rebalanceamento são fatores-chave para ganhos consistentes no longo prazo. (Imagem: Adobe Stock)
A alocação de Bitcoin deve respeitar o percentual de risco da carteira, não o preço do ativo. Tempo, aportes e rebalanceamento são fatores-chave para ganhos consistentes no longo prazo. (Imagem: Adobe Stock)

A alocação de bitcoin (BTC) — e de outros ativos — na sua carteira precisa respeitar muito mais o porcentual alocado conforme o risco que você deseja tomar do que se seu investimento vai cair ou subir. Sim, não importa que ele caia – embora quanto mais tempo demorar para perder, mais “barato” se torna seu prejuízo.

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Eu gosto muito da alocação macro, diversificando mais por classe de ativos do que por ativos em si. E, nesse cenário de alocação eficiente, o “quando” passa a ser mais relevante do que o preço.

A verdade é que ninguém sabe até quanto vai a cotação do bitcoin. Os otimistas falam em US$ 1 milhão em cinco anos, enquanto os pessimistas acreditam que ele se revelará uma grande pirâmide e um dia voltará a zero.

Aceitando que não sabemos de nada, não podemos traçar uma estratégia fundamentada em preço para ter exposição em nossa carteira, mas, sim, em porcentual de alocação versus tempo, esse fator tão importante quando analisamos investimentos.

Pouca gente lembra, na hora de investir, que tempo é um dos principais fatores para o crescimento da carteira, junto dos aportes. Um grande erro, na minha visão. O tempo remunera, deixa mais claro o futuro e ajuda nas realocações.

Apesar disso, a maioria dos investidores prefere tentar adivinhar para onde vai o mercado financeiro ou determinado ativo, como, nesse caso, o bitcoin.

Vamos supor que você coloque 5% da sua carteira hoje em bitcoin, ao preço aproximado de US$ 120 mil, e os outros 95% em ativos seguros, como a renda fixa. Mesmo que o bitcoin vá a zero no primeiro ano, sua carteira ainda terá valor acima do que quando você começou.

Agora imagine que, ano a ano, o BTC caia 20%, mas sua carteira continua rendendo e o rebalanceamento ajude a comprar BTC “na baixa”, usando apenas a rentabilidade conquistada na renda fixa.

Aqui no Brasil, o tempo é muito bem remunerado. Hoje, até o investimento básico em um Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária paga 15% ao ano. Ou seja, você está sendo altamente remunerado para deixar o dinheiro parado enquanto pensa na sua carteira.

Quando afirmo que o “quando” é mais importante do que o preço do bitcoin, quero dizer que se você fizer uma análise de quanto sua carteira renderá sem esse ativo, poderá chegar ao porcentual de quanto pode ter dele sem que afete negativamente o desempenho total. No Brasil, os juros altos nos dão espaço para ter risco na carteira — mesmo para o perfil mais conservador.

Isso quer dizer que todo mundo precisa ter bitcoin na carteira? Não!

Mas, de fato, há espaço suficiente, quando falamos em alocação eficiente, para tentar adicionar ativos que podem trazer ganhos expressivos no longo prazo.

A hora de entrar também não é muito relevante, na minha opinião, desde que a conta do porcentual alocado esteja correta — e a noção de que há necessidade de rebalancear. Eu vou falar mais sobre isso no meu Instagram @vmiziara e no grupo do WhatsApp (link na bio), já que muitos entendem a importância de diversificar, mas poucos lembram da realocação.

Nesse caso do bitcoin, imagine o seguinte cenário:

Sua carteira de renda fixa subiu; o bitcoin ficou parado no preço em que você comprou.

Resultado? Você é “obrigado” a comprar mais bitcoin, pois o porcentual alocado ficou menor tendo em vista que a renda fixa subiu enquanto esse ativo ficou parado.

Pode parecer algo fora do normal, mas a ideia do rebalanceamento é justamente essa. E em um ativo com tanta volatilidade como o bitcoin, essa necessidade se torna cada vez mais relevante.

Agora, sobre o preço-alvo para o fim de 2025, podemos usar as apostas de mercado para tentar adivinhar. Hoje, elas apontam uma chance de 59% de o bitcoin buscar os US$ 130 mil, enquanto outros 25% acreditam em US$ 150 mil.

Será?

Tanto faz, se você souber o quanto comprar.

Um abraço.

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