- A política expansionista do atual governo sobre o aumento dos gastos é sentida pelo mercado de diversas formas
- Se o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa emitir dívidas e quem empresta esse dinheiro são as instituições
- Se o governo começa a virar um mau pagador ou as “garantias” e contas vão se deteriorando, o mercado pede por mais juros
Pouco a pouco a economia vai começando a sentir os efeitos da politica expansionista do atual governo, em que o aumento dos gastos é justificado por investimentos na economia que eventualmente vão gerar mais empregos, mais lucros e, ao final, mais impostos que devem compensar os gastos.
Leia também
Importante notar que não estou aqui para criticar ou tomar posição sobre direita ou esquerda, mas apenas comentar sobre como a economia está se comportando diante da premissa adotada pelo governo, em especial ao presidente Lula que parece não ter mais receio de mostrar quem manda na economia.
A gota d’água para o mercado foi uma reunião entre Haddad e alguns grandes empresários, na qual ele afirmou que o governo, leia-se Ministério da Fazenda, tem interesse em corte de gastos na ordem de R$ 30 bilhões. Essa notícia seria super positiva se não fosse pela continuação e simples comentário de que “o presidente Lula pode pensar diferente.” Ou seja, mostrando quem manda.
Publicidade
O mercado se estressou demais na última sexta-feira (7) e isso foi possível ver nitidamente na alta do dólar, que chegou a R$ 5,37 e também nos contratos de juros negociados no mercado que subiram em percentual mais do que no fatídico “Joesley Day”.
É muita ignorância ignorar o mercado financeiro, pois é ele que banca a conta do governo. Se o governo gasta mais do que arrecada, ele precisa emitir dívidas e quem empresta esse dinheiro são as instituições. Se o governo começa a virar um mau pagador ou as “garantias” e contas vão se deteriorando, o mercado pede por mais juros e é isso que está acontecendo.
Saímos de uma expectativa de juros fechando o ano em 8,5%, para 10,5% atualmente, e provavelmente com nova alta de juros já em 2025. O problema não é a inflação, que continua baixa e projetando estar na meta, mas sim uma preocupação com gastos do governo.
Quanto mais gasto, mais dívida, mais emissão de dinheiro, mais emissão de moeda, juros mais altos porque a dívida está aumentando e, no fim, mas inflação gerada por dois motivos: mais dinheiro na economia que desvaloriza a moeda e impostos repassados ao consumidor nos produtos e serviços, o que deixará tudo mais caro.
Na Bolsa já tivemos saída de quase R$ 40 bilhões de investidores estrangeiros, queda de 10% no índice Ibovespa e dólar buscando máximas.
Publicidade
E por que ninguém te fala isso? Por que ninguém está te alertando sobre a atual, mas principalmente ao cenário daqui pra frente e como isso pode impactar seus investimentos?
Porque a maioria do mercado é enviesada e conflitante. “Vender” o terror não dá dinheiro. Se seu gerente te liga informando que está tudo horrível você vai correr para sacar seu dinheiro e deixar em ativos mais conservadores como, por exemplo, um Titulo Público Selic, que dificilmente corre risco de um calote de um governo, mas paga zero de comissão.
Outro ponto é a questão de que o mercado parece tão barato, tanto a Bolsa quanto o real, que se a recomendação vier agora e o mercado mudar e “relaxar”, pode perder uma boa recuperação.
Escrevi um artigo para essa coluna logo após as eleições, com o titulo “Não se deixe enganar pelo discurso da Faria Lima”, no qual alertava para programar seus investimentos e rever, além de avisar sobre o conflito de interesse da Faria Lima em não trazer pânico para os mercados.
É hora de panicar? Não! É hora de ser pé no chão, entender que teremos meses muito difíceis pela frente, mas que isso abre uma oportunidade absurda.
Publicidade
Ter a chance de investir em títulos do governo ou crédito privado pagando taxas como IPCA+6% é algo que a gente só ve em 10% do tempo a cada 5 anos. E quando a gente olha para investimentos no exterior como dólar+6% então, um prato cheio para quem tem dinheiro para investir.
Atendwndo a pedidos de muitos que leem essa coluna e do meu grupo do whatsapp (clique aqui para entrar) vou fazer uma live sobre “Cenário e alocação para o segundo semestre”.
Será que é hora de aproveitar a Bolsa que está nos mesmos múltiplos da época da covid-19? Será que é hora de aproveitar o dólar+6% mesmo pagando o dólar R$ 5,35? Fico na renda fixa? E os FIIs, faz tempo que ninguém mais fala desses ativos.
Eu sou isento, sem vínculo e me considero apenas alguém independente com conhecimento e vontade de compartilhar o que estou fazendo, sem recomendar. Afinal, pra mim todos deveriam entender o suficiente de investimentos para tomar suas decisões.
Te espero lá para seguirmos juntos nesse 2° semestre.
Publicidade
Como diria Meirelles, “Boa sorte”.