Novas pesquisas sugerem que há uma maré massiva de heranças – volume maior que o PIB total dos EUA – disponível na próxima década e pessoas entre 44 e 59 anos (que compõem a chamada Geração X) são as favoritas para recebê-las.
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Até 2033, 1,2 milhão de indivíduos em todo o mundo, com patrimônio de US$ 5 milhões (R$ 27,26 mi) ou mais, vão passar mais de US$ 31 trilhões (R$ 169 tri) para seus herdeiros, segundo um relatório recente da Wealth-X, empresa que fornece pesquisa e dados sobre os ricos do mundo. Indivíduos com patrimônio de US$ 100 milhões ou mais – menos de 40.000 pessoas globalmente – devem passar quase metade dessa riqueza. E a maior parte dela vai para a Geração X, diz o estudo.
Nos últimos anos, os millennials emergiram como os vencedores projetados da muito elogiada Grande Transferência de Riqueza, na qual as gerações mais velhas, principalmente os baby boomers, devem transferir dezenas de trilhões de dólares em riqueza. Até 2045, espera-se que US$ 84 trilhões a US$ 90 trilhões sejam transferidos entre gerações apenas nos EUA. Nos próximos 20 anos, a mudança nos ativos fará com que as pessoas nascidas entre 1981 e 1996 se tornem a geração mais rica da história, segundo um relatório de 2024 da Knight Frank, tornando os millennials cinco vezes mais ricos em 2030 do que eram no início dos anos 2020.
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Mas o novo relatório da Wealth-X sugere que a juventude terá que esperar um pouco mais. Pelo menos a curto prazo, os herdeiros da riqueza dos ricos e ultra ricos serão aqueles com idade entre 44 e 59 anos. Somente na América do Norte, a soma das fortunas vindas de doadores abastados ultrapassará US$ 14 bilhões.
“Muito se fala na mídia sobre herdeiros millennials e da Geração Z, mas, na verdade, a Geração X será a primeira na fila para herdar de seus pais abastados”, disse o relatório. “Millennials e a mais jovem Geração Z, por enquanto, têm mais chances de receber somas como netos, que muitas vezes serão menos substanciais.”
Geração X vai receber esses trilhões em heranças?
A Geração X era percebida como herdeira da menor parte do bolo financeiro. Os Gen Xers, tendo de prover simultaneamente segurança financeira para si mesmos, seus filhos e seus pais, são significativamente menos propensos a se sentirem seguros em sua capacidade de atingir seus objetivos de aposentadoria em comparação com seus parentes mais jovens e mais velhos, segundo um relatório da Schroders, empresa especializada em gestão ativa de ativos, consultoria e gestão patrimonial.
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Além disso, ao contrário dos baby boomers, a grande maioria dos Gen Xers dependerá de planos de previdência, em vez de pensões, quando se aposentarem, o que significa que são mais responsáveis por suas economias do que a geração do pós-guerra.
Embora as novas descobertas sugiram que há um tesouro de riqueza esperando pela Geração X na próxima década, essa herança pode não ser igualmente distribuída.
Em 2023, era necessário um patrimônio de US$ 5 milhões para entrar nas fileiras do 1% nos EUA – o limite mínimo para aqueles que passam sua riqueza no relatório da Wealth-X. Além disso, a Geração X tem a maior lacuna de riqueza de qualquer geração atual. Enquanto os 25% mais ricos da geração têm US$ 250 mil economizados para a aposentadoria, o quarto inferior tem apenas US $35 mil economizados, segundo um relatório do National Institute on Retirement Security.
Ainda assim, a massiva transferência de recursos vinda da elite rica e envelhecida terá grandes implicações para gestores de patrimônio, filantropias e outras organizações que lidam com o dinheiro recém-herdado, relata a Wealth-X. A Geração X e seus pares mais jovens são mais motivados por questões tecnológicas, ambientais e sociais do que as gerações anteriores de investidores.
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“As gerações mais jovens são muito focadas em caridade e fundações”, disse D’Arcy Fellona, gerente de sucesso do cliente na Altrata, no relatório. “Isso não implica necessariamente em doações maiores, mas há certamente um envolvimento mais forte e um interesse em querer estar mais envolvido com o trabalho das organizações e ver seu impacto ao longo do tempo.”
Esta história foi originalmente publicada em Fortune.com