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- Mesmo com os dados de inflação dos Estados Unidos começando a superar as expectativa, os rendimentos do Tesouro de referência recuaram cerca de 13 pontos base já neste trimestre
(Emily Barrett/WP Bloomberg) – O veterano dos bonds, Greg Wilensky, viu a propaganda exagerada a respeito de um aumento na inflação ser desmentida muitas vezes para se deixar levar pelo “reflation trade” deste ano.
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“Tenho administrado carteiras de bonds há 25 anos, por meio de programas monetários muito grandes, grandes déficits e o Fed tentando aumentar as expectativas de inflação”, disse o gerente financeiro da Janus Henderson em uma entrevista. “Por mais que eu possa ver razões legítimas para que isso talvez aconteça desta vez – eu poderia ter dito isso muitas vezes nos últimos 12 anos também.”
O ceticismo de Wilensky resume a diminuição do entusiasmo dos investidores por apostas ligadas a uma rápida recuperação econômica e preços mais altos. As negociações que favorecem ações de valor economicamente sensíveis, curvas de rendimento mais íngremes e uma recuperação nas commodities têm titubeado após um primeiro trimestre excelente.
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O índice MSCI AC World Value ficou atrás de seu equivalente de crescimento em cerca de 6 pontos percentuais desde 8 de março. Os rendimentos do Tesouro de referência recuaram cerca de 13 pontos base já neste trimestre, mesmo com os dados de inflação dos Estados Unidos começando a superar as expectativas. E o forte leilão do Tesouro de 30 anos na terça-feira sugeriu que a demanda por até mesmo os bonds mais expostos à taxa de juros está voltando.
Uma das maiores questões que os gestores de dinheiro enfrentam agora é se a recuperação impulsionada por incentivos no crescimento e na inflação – em particular nos EUA – pode fazer a transição para uma expansão sustentável que continuará empurrando os rendimentos de ações e bonds para cima. O Fundo Monetário Internacional (FMI) recentemente atualizou sua previsão de crescimento global em 2021 para a mais forte em quatro décadas, mas a perspectiva além disso é menos clara.
Prever uma trajetória para os níveis de preços além deste ano é ainda mais difícil para os investidores, devido ao efeito de distorção das paralisações por conta do novo coronavírus, gargalos temporários de suprimentos e efeitos de base da desinflação do ano passado. Uma disparada em cinco anos de breakevens nos EUA – um indicador das expectativas de inflação – diminuiu desde que atingiu o seu ponto mais alto desde 2008, em meados de março.
“A inflação e as taxas, especialmente como um investidor de bonds neste momento, são a decisão que você deve tomar”, disse Elaine Stokes, gerente de portfólio de renda fixa da Loomis Sayles. “É a decisão importante que vai lhe render sucesso ou falência em seu ano.”
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A resposta à estagnação para muitos investidores foi reduzir algumas negociações voltadas para o estágio mais agudo da recuperação econômica. Vishal Khanduja, gestor de fundos de renda fixa da Eaton Vance Management, reduziu pela metade sua gorda carteira de bonds indexados à inflação dos EUA desde o início do ano.
“As expectativas de inflação foram deslocadas em 2020” em uma “recessão cirúrgica”, disse Khanduja. “O posicionamento pós-recessão típico que você vê acontecer ao longo de vários anos está rapidamente passando pelo mercado.”
Quanto a alguns hedges de inflação tradicionais nos mercados de commodities, a história está prestes a ficar mais complicada do que a recuperação acumulada dos preços do petróleo e do cobre poderia sugerir. Os estrategistas do BlackRock Investment Institute preveem uma divergência dentro da classe de ativos, uma vez que fatores como riscos climáticos são capturados de forma mais completa nos preços.
“O aumento do petróleo com a retomada econômica provavelmente será transitório, enquanto alguns metais podem se beneficiar de tendências estruturais, como a transição ‘verde’ para os próximos anos”, escreveu uma equipe incluindo Wei Li em comentário nesta semana.
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Enquanto isso, no mercado de bonds, os negociadores não estão reagindo aos sinais de inflação como seria de se esperar. Na terça-feira, os dados mostraram que os preços ao consumidor dos EUA subiram mais em março do que em quase nove anos, mas os rendimentos do Tesouro de 10 anos caíram cinco pontos-base, atingindo sua menor pontuação em três semanas.
“O tremendo desafio agora, especialmente este ano, é que a natureza de quase todos os números que estamos olhando, sejam os números da inflação de curto prazo, os números do crescimento econômico, essas coisas estão sendo muito distorcidas pela volatilidade econômica”, disse Wilensky da Janus Henderson.
(Tradução de Romina Cácia)