Comportamento

Com 63 mi de endividados, País bate recorde histórico; Perspectiva é sombria

Levantamento da CNDL e do SPC Brasil aponta que há mais dívidas com bancos

Com 63 mi de endividados, País bate recorde histórico; Perspectiva é sombria
A maior concentração de inadimplentes está no intervalo de 30 a 39 anos. Foto: Envato Elements

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelou que quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados em julho de 2022, número equivalente a 63,2 milhões de pessoas, ou 39,17% da população.

Este é maior índice aferido pela série histórica do levantamento, realizado desde 2014. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 8,70% em relação ao mesmo período de 2021. Os números correspondem tanto a pessoas que habitam em capitais, quanto no interior de todos os 26 Estados do Brasil, mais o Distrito Federal.

A CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em julho deste ano ficou acima dos números divulgados em junho, crescendo 0,96% no período.

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Para o presidente da CNDL, José César da Costa, a expectativa é de que o cenário de crescimento da inadimplência se mantenha no País. “Apesar da retomada do mercado de trabalho ter sido maior que o esperado, não há previsão de diminuição da inflação ou melhoria nas previsões de crescimento da economia“, afirma. “O número de inadimplentes está alto e, infelizmente, a expectativa é que não paremos por aí”, aponta Costa.

Inadimplência por tempo e setores

O crescimento do indicador anual registrou aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a 1 ano (36,19%), enquanto o número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em julho está na faixa etária de 30 a 39 anos (24,03%), e segue bem distribuída entre os sexos: 50,84% de mulheres e 49,16% de homens.

Cada negativado deve, em média, R$ 3.638,22. Além disso, 60,05% das dívidas são com bancos, setor que apresentou crescimento de 30,19% na variação anual. Na direção oposta, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-10,34%) e Comércio (-3,27%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso em comparação a julho de 2021.