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Comportamento

‘A inflação é a maior inimiga do amor’, diz Ana Paula Hornos

Em live, ela ressaltou que questão financeira é a segunda maior causa de divórcio e separação

‘A inflação é a maior inimiga do amor’, diz Ana Paula Hornos
Questão financeira é a segunda maior causa de divórcio e separação. Foto: Tatyana Kazakova/Pixabay
O que este conteúdo fez por você?
  • O E-Investidor abordou em live desta quarta-feira se é possível alcançar o sucesso nas finanças compartilhado com um grande amor
  • O evento on-line contou com a participação da especialista em finanças e comportamento Ana Paula Hornos
  • Sobre uma conta conjunta, ela ressaltou que pode ser uma ferramenta excelente, mas exige um nível de maturidade bem forte

Em um mundo em que problemas financeiros são determinantes para a manutenção de um relacionamento amoroso um período de inflação e de pressão sobre o poder aquisitivo da população como o atual pode representar um risco para os casais.

E às vésperas do dia dos namorados, quando é comum a troca de presentes entre os amados, o E-Investidor abordou em live desta quarta-feira se é possível alcançar o sucesso nas finanças compartilhado com um grande amor. O evento on-line contou com a participação da especialista em finanças e comportamento Ana Paula Hornos.

De início, Hornos lembrou que a questão financeira é a segunda maior causa de divórcio e separação e defendeu que a conversa sobre dinheiro deve ser recorrente entre os casais. De acordo com ela, a melhor maneira de começar a abordar o tema é escutando o parceiro. “As pessoas têm valores internos diferentes, crenças, princípios diferentes. Então, um tem uma visão e o outro, outra, e aí dá o conflito. Como a gente resolve o conflito? É chegar de uma forma esvaziada. O primeiro exercício para uma conversa dar certo é esvaziar a mente de uma ideia pré-concebida que vá para aquela conversa. Então a postura é de escutar, perguntar qual a opinião a respeito”, disse.

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Sobre como os casais devem fazer para juntar um bom dinheiro juntos, Hornos comentou que existem vários passos e um deles consiste em viver com 70% da renda, para que 20% possam ser poupados individualmente e destinados para uma reserva e os 10% restantes usados como uma doação, uma contribuição de volta à sociedade. Isso, no entanto, exige flexibilidade de adaptação ao padrão de vida. “A inflação é a maior inimiga do amor. Inflação, desemprego e enfermidade são as principais coisas que causam grande distúrbios na finanças dos casais”, apontou.

Ao ser questionada sobre eventuais problemas decorrentes da situação em que um parceiro ganha mais que o outro, Hornos ressaltou que não pode haver uma relação de poder, já que é necessário entender que, enquanto casal, ambos precisam ter a ciência de que formam um par. “Esse desequilíbrio pode mudar ao longo da vida, o importante é que não exista uma situação de relação de poder por meio desse desequilíbrio. O casal tem que entender que eles são pares, porque senão passa a ser um controle abusivo, coercitivo. Você começa a controlar a outra pessoa ou exacerbar o seu poder. Então, sobre a questão de um ganhar mais que o outro, ela precisa ser neutra, precisa estabelecer um acordo”, disse.

Na hora da separação, principalmente quando se trata de uma união estável, em que não há um “contrato” assinado, mas uma espécie de “acordo de namoro”, Ana Paula ressaltou que é necessário tomar cuidados jurídicos. “É amoroso falar de contrato. Se você negligência isso, uma hora alguém vai estar descuidado ou ambos saem perdendo”, ressaltou.

A questão da traição financeira também foi abordada na conversa. “Uma pessoa que gasta escondido ou acima do orçamento comum e que passa a exceder nos gastos com compras, comprar no cartão escondido, esconde, tira o dinheiro e invade o valor principal, isso caracteriza evasão de bens, se for comunhão total ou parcial de bens. Fazer investimentos escondidos em comunhão total de bens é traição”, disse. “Um caso grave que passou pelo meu atendimento: a pessoa começou a querer investimentos ousados, operação não-estruturada e alavancou o CPF da família inteira, da família da esposa. Além de perder o patrimônio próprio do casal, perdeu o da família inteira, uma dívida muito maior do que tinha. Tudo isso feito escondido. Isso claramente é uma traição”, contou.

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Hornos ainda reiterou que a inflação é um grande vilão, ao lado da covid-19, que consome a renda e o poder de compra. “Única forma de vencer a inflação é ser investidor e manter os investimentos acima da inflação, a forma de proteger seu patrimônio é investindo de forma que se rentabilize acima da inflação. No orçamento doméstico é flexibilidade, ter a reserva e se adaptar, flexibilizar, fazer contas e entender que o padrão de vida não pode ser mais o mesmo, infelizmente. Assumir decisões conservadoras nos custos fixos”, comentou.

Ela também desmentiu a crença popular de que mulher gastam mais do que os homens. A especialista disse que as pesquisas apostam que quem gasta mais é aquele que não sabe quanto é o orçamento familiar.

Sobre uma conta conjunta, ela ressaltou que pode ser uma ferramenta excelente, mas exige um nível de maturidade bem forte. “É excelente porque você tem uma visão conjunta e prevalece o coletivo, mas é importante uma liberdade e autonomia para cuidar. Se há uma integração, um nível bom de equilíbrio e ambos vão para o mesmo lado, é excelente”, disse.

Por fim, quando questionada se as ações seriam um bom presente para o dia dos namorados, Hornos observou que se a linguagem de amor do casal for essa, então “por que não?”. Ressaltou, porém, que é necessário informação para saber se não vai presentear o parceiro com uma ação que venha a desvalorizar. Uma sugestão é presentear com um curso de educação financeira.

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