O Brasil possui hoje uma taxa de desemprego de 6,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que há 7,5 milhões de brasileiros buscando vagas de trabalho. No mercado financeiro, os setores de bancos de investimentos, meios de pagamentos, fintechs e fundos de private equity são os que devem liderar as contratações em 2025.
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É o que mostra a 17ª edição do Guia Salarial 2025 da Robert Half, levantamento que apresenta as principais tendências de recrutamento no mercado financeiro para o próximo ano. Os dados vêm do andamento de entrevistas realizadas pela Robert Half ao longo do ano com empregadores no Brasil.
Além das contratações, as áreas funcionais com maior demanda por profissionais qualificados em 2025 serão a comercial, compliance/auditoria/controles internos, crédito e risco, fusões e aquisições. Sara Santos, gerente da Robert Half, explica que as empresas ainda têm dificuldades para atrair talentos, visto que o número de profissionais qualificados não supre a demanda.
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“Um ponto relevante é o desafio para encontrar profissionais com um segundo ou terceiro idioma. Por mais que não seja uma discussão nova, ainda é um déficit significativo no Brasil. Hoje, o inglês fluente é primordial, mas o mercado vai além e já busca profissionais com fluência em outras línguas. O objetivo é o mesmo: conseguir se comunicar de forma global, especialmente em contatos com outras filiais”, destaca Santos.
No quesito da digitalização do setor, Ana Carla Guimarães, diretora de recrutamento executivo na Robert Half, comenta que a inovação tecnológica chega para agregar e não há exigência, por parte das empresas, pelo domínio completo das ferramentas de inteligência artificial, porém a demonstração de interesse e a busca por conhecimento são aspectos inegociáveis para quem deseja se destacar no mercado de trabalho.
O modelo de trabalho também foi analisado pelas especialistas. Segundo elas, a discussão em torno dos modelos de trabalho ainda não alcançou um consenso entre profissionais e empresas. Mesmo que haja um movimento, por parte das companhias, de retorno ao modelo 100% presencial, muitas operações indicam a preferência pelo modelo híbrido, o que conversa com as demandas dos profissionais.
“A flexibilidade deve fazer parte de um movimento bilateral. De um lado, há a importância de adaptação dos profissionais em termos de entender que a tendência é de passarem um tempo maior no escritório e que as oportunidades 100% remotas serão cada vez mais a exceção. De outro, as empresas devem compreender que as pessoas têm escolhas, aspirações e motivações de vidas diferentes, que estão fortemente relacionadas à demanda por flexibilidade”, conta Guimarães.
Santos ainda destaca alguns pontos que podem trazer riscos à remuneração dos profissionais do mercado financeiro. “A instabilidade econômica, o aumento da inflação e as variações nas taxas de juros no Brasil podem afetar a disponibilidade de recursos e a procura por serviços e investimentos, o que pode impactar a remuneração no setor”, frisa.
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Além disso, o avanço da automação e da IA tem transformado tarefas antes realizadas manualmente, o que pode reduzir a demanda por algumas funções e consequentemente, a remuneração de determinadas posições. Por outro lado, ela acredita que a evolução tecnológica impulsiona a busca por profissionais altamente qualificados em tecnologia financeira e análise de dados, aumentando a valorização salarial.
Os principais cargos no mercado financeiro para 2025 e as faixas salariais
Entre os profissionais mais procurados para 2025, estão cargos de associate de fusões e aquisições, vice-presidente/gerente de crédito e risco, associate de compliance/auditoria/controles internos e diretor de finanças.
Gestão de riscos financeiros, finanças corporativas, regulamentação financeira e idiomas representam as habilidades técnicas mais demandadas para o setor. Além disso, certificações como CFP, CFA, CGA e ESG serão cada vez mais exigidas para os profissionais da área, bem como habilidades comportamentais, por exemplo inteligência emocional, pensamento crítico, gestão de stakeholders e comunicação.
Confira as perspectivas de remuneração para esses cargos no ano que vem:
Para essa estimativa, as faixas salariais foram determinadas pelo nível de qualificação e experiência do candidato, bem como pela complexidade de seu cargo ou indústria e setor de atuação. Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras.
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Por exemplo, a faixa salarial 1 representa um candidato que ainda é novo no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes. Já a terceira representa aquele que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações. No entanto, os dados apresentados na segunda faixa não indicam, necessariamente, a mediana do salário para determinado cargo.
Vale ressaltar, por fim, que os salários listados no Guia Salarial da Robert Half resultam de um rigoroso processo multietapas para garantir que as projeções de empregos para o mercado financeiro reflitam com precisão o setor. Eles são baseados na remuneração real de profissionais.