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Comportamento

Quem é Yuval Harari e o que ele pensa sobre criptoativos?

Em publicação em seu perfil oficial no X, o professor revelou seu medo em relação ao bitcoin

Quem é Yuval Harari e o que ele pensa sobre criptoativos?
Yuval Harari. Foto: Companhia das Letras

“Quando digo que o bitcoin é uma moeda de desconfiança, estou apenas repetindo o que os próprios fãs do bitcoin dizem.” É assim que Yuval Noah Harari contextualizou o ambiente no qual os criptoativos circulam, em publicação feita no seu perfil oficial no X (antigo Twitter) – confira o que ele disse nesta reportagem.

Além disso, sugere que segurança e cooperação não fazem parte do cenário que deu origem ao bitcoin e às novas moedas digitais.

Conhecido pelo best-seller “Sapiens: Uma breve história da humanidade”, Harari é historiador e filósofo, além de escritor. Nascido em 1976, em Isarael, dá aulas no Departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém e tem PhD pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Crítico da guerra na Ucrânia e do conflito em Gaza, também dá palestras mundo afora sobre o futuro da humanidade.

Em março do ano passado, Yuval Harari assinou uma carta aberta, publicada pelo Future of Life Institute, junto de outros mil especialistas, pedindo a suspensão do desenvolvimento e uso de inteligências artificiais (IA) por seis meses. O movimento aconteceu após o frisson gerado pela empresa OpenAI, com o lançamento do GPT-4. O documento citava ‘dramáticas perturbações econômicas e políticas’ que poderiam emergir da utilização dessas ferramentas.

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Além do aclamado “Sapiens”, Harari é autor de “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã”, no qual trata do desenvolvimento do homem ao longo da História, mas, diferente do outro livro, propõe uma discussão sobre o futuro da Humanidade.

Para embasar a crítica aos criptoativos, o historiador explica que a maior parte das moedas que circulam no mundo existe na forma de dados em computadores. Elas dependem da confiança de seus cidadãos em instituições financeiras e governos — não à toa recebem o nome de moedas fiduciárias (“fiducia”, do latim, significa confiança).

Romper esse vínculo poderia levar à diminuição da quantidade de moeda disponível, o que prejudicaria toda atividade econômica. Para Harari, ferramentas como o bitcoin contribuem para a ruptura da confiança da sociedade nas instituições humanas e abalam o propósito central das moedas — criar uma relação de segurança entre cidadãos de uma mesma sociedade.

O historiador e filósofo ainda faz uma previsão desanimadora para o futuro da humanidade: “Se perdermos a confiança em instituições humanas e colocarmos a confiança em algoritmos, eles controlarão o mundo”.

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A fala de Harari sobre o bitcoin engrossa o coro contra criptoativos. Críticos costumam apontar para alta volatilidade e a limitação da capacidade de reserva de valor que eles apresentam. Algo que colocaria em xeque a própria concepção de que são moedas.

O medo do autor israelense, no entanto, é de outra natureza: a ameaça que esses ativos podem representar à organização social.