Bitcoin hoje: BTC desaba 8% e ETH cai 6%, mas há criptos surfando na alta

O bitcoin hoje despenca após a frustração do mercado com os resultados da inflação dos Estados Unidos que vieram acima das estimativas, ontem. O BTC registrou uma forte queda de 8,1% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 20,3 mil. Com o baixo desempenho, há o risco da maior criptomoeda em valor de mercado voltar a ser negociada abaixo dos US$ 20 mil após uma semana de recuperação.

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“A forte reação dos mercados, principalmente o de criptoativos, se dá ao medo de uma nova alta na taxa de juros em patamares restritivos, já que os resilientes dados de emprego norte-americano e agora a inflação acima do esperado devem corroborar uma narrativa hawkish (cenário de aperto monetário) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos)”, explica Thiago Alves, analista da Titanium Asset.

De acordo com os dados do Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em agosto ante julho. Na comparação anual, o CPI subiu 8,3% em agosto, porcentual menor em relação ao mês de julho (8,5%), mas acima das expectativas que projetavam uma alta de 8,0% para o período.

“Uma minoria do mercado já começou a precificar um aumento de 1 ponto porcentual na taxa de juros na próxima reunião do Fed (prevista para o próximo dia 21 de setembro). Ainda é uma minoria, mas antes [da divulgação dos dados da inflação] essa probabilidade era zero”, analisa Marcelo Cabral, gestor de investimentos e fundador da Stratton Cabral.

Esse pessimismo macroeconômico também impactou de forma significativa o desempenho do ethereum, mas ainda assim em menor intensidade em comparação ao BTC. Nesta manhã, o ETH recuou em quase 6% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 1,5 mil.

No entanto, está previsto para acontecer nos próximos dias a atualização da rede (o “The Merge”), processo tão aguardado pelos investidores. Caso a conclusão ocorra sem nenhum evento inesperado, a tendência é que o ETH se valorize.

“É preciso se atentar para possíveis bugs, erros ou adiamentos da atualização, que pode inclusive acabar não acontecendo no tempo estimado”, ressalta Alves. Além disso, novas moedas podem surgir com a finalização da atualização da rede do ethereum, o que deve exigir dos investidores atenção para a presença dos novos ativos no mercado.

“(É preciso) buscar entender se esses novos tokens possuem algum fundamento, além de utilizarem a antiga prova-de-trabalho da rede como mecanismo de consenso”, acrescenta o analista da Titanium.

Entre as 100 criptomoedas com o maior valor de mercado, apenas seis conseguiram se “proteger” da priora do cenário macroeconômico. Celsius (CEL) e eCash (XEC) foram os ativos que mais se destacaram com altas de 18,1% e de 5,6%, respectivamente.

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