O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
Obitcoin hoje inverteu perdas em ganhos com os dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (11). Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, a inflação americana subiu 0,1% em maio ante abril. Na comparação anual, o avanço chega a 2,4%. O resultado veio abaixo da previsão dos analista consultados pelo Projeções Broadcast que esperavam uma alta de 0,2% em maio e de 2,5% no ano.
Na avaliação do banco canadense CIBC Economics, as tarifas de importação não causaram, até o momento, grandes sinais de aumento nos preços. “Os dados de hoje podem indicar que as empresas americanas e suas contrapartes podem ter tentado administrar os estágios iniciais da guerra comercial”, afirmou o banco. Os números estavam no radar dos investidores de criptomoedas que monitoravam os indicadores econômicos para conseguir prever os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos.
Atualmente, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, mantém a taxa de juros americana inalterada no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. Se houver um recuo consistente da inflação, o Fed pode dar início ao ciclo de corte de taxas nas próximas reuniões. Caso esse movimento se concretize, cria-se um ambiente econômico mais favorável para os ativos voláteis, como as criptomoedas, pois a queda das taxas de juros reduz a rentabilidade dos títulos públicos americanos e de outros ativos de renda fixa. Com isso, os investidores tendem a buscar investimentos de maior risco para alcançar maiores rentabilidades.
Às 10h20 (de Brasília), o bitcoin avança 1,20%, cotado a US$ 110,29 mil. Mais cedo, por volta das 8h30, o BTC registrava uma depreciação na ordem de 0,37% nas últimas 24 horas. O movimento reflete uma leve correção de preço do ativo digital que, ao longo desta semana, ganhou fôlego em torno das expectativas dos investidores com as negociações comerciais entre os Estados Unidos e China. Já nesta quarta, o presidente americano Donald Trump afirmou que o acordo comercial com a China está concluído, sujeito à aprovação final dele e do presidente chinês, Xi Jinping. O republicano disse ainda que os itens chineses seria taxados com uma alíquota total de 55%, enquanto os produtos americanos sofreriam uma taxa de 10%.
“O bitcoin segue resiliente, sustentado pela busca contínua por ativos alternativos em um cenário de incertezas macroeconômicas e pelo fluxo robusto de capital em fundos de cripto, refletindo a crescente diversificação institucional”, avalia André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research, a resiliência do BTC. Dados da Sosovalue, plataforma de criptomoedas, mostram que os ETFs de bitcoin à vista registraram apenas nesta semana uma entrada líquida de US$ 813 milhões.
Apesar da resiliência do ativo, os analistas de criptomoedas avaliam que são necessários novos catalisadores macroeconômicos para que o preço do BTC alcançe a barreira dos US$ 112 mil. Além disso, Guilherme Prado, country manager Brasil da Bitget, avalia que a possibilidade de novos recordes históricos permanece enquanto a moeda digital estiver precificada acima dos US$ 106,5 mil, considerado pelo especialista como o atual suporte.
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“No entanto, a perda do suporte em US$ 106.500 pode gerar correções. O mercado está em um ponto de decisão, e um rompimento claro pode impulsionar o Bitcoin a novos recordes históricos”, diz Prado.Em 2025, o bitcoin hoje acumula uma valorização de 16,91%.