O bitcoinopera ao longo desta semana sem grandes movimentações com o mercado aguardando novos dados macroeconômicos para entender a postura oficial do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) sobre a política monetária dos Estados Unidos. Isso porque serão divulgados nesta quarta-feira (3) o relatório Jolts sobre a abertura de novas vagas de trabalho e o Livro Bege, relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Fed.
Às 10h23 (de Brasília), a maior criptomoeda em valor de mercado permanece na faixa dos US$ 111,4 mil e registra uma valorização de 1,9% nas últimas 24 horas, segundo dados da CoinMarketCap. A cotação, no entanto, permanece 10% abaixo da sua máxima histórica, alcançada em agosto deste ano.
Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management, acredita que o período “morno” reflete a perda de dominância do BTC, motivado pela performance das altcoins. O ethereum, por exemplo, recuperou a forte desvalorização vista no primeiro semestre de 2025 e já negocia próxima da sua máxima histórica. Do dia 7 de julho até esta quarta-feira (3), a criptomoeda já subiu 72,7%, segundo dados da CoinMarketCap.
A boa notícia é que, segundo Fleury, essa fase do ativo não deve durar por muito tempo. Por essa razão, a QR Asset Management recomenda ao investidor manter o BTC no radar ao longo dos próximos dias.
A dominância do bitcoin pode voltar a subir dado o cenário global, ganhando participação sobre os demais ativos. Além disso, movimento de compra de BTC pelas maiores Bitcoin Treasury companies segue em ritmo acelerado, o que pode dar sustentação aos preços, diz o especialista.
Já Gabriel Alves, vice-presidente global de produto da Bitso, avalia que a pressão técnica sobre o BTC deve permanecer no curto prazo. Vale destacar que, em agosto, os ETFs de bitcoin registraram um saldo negativo de US$ 751,12 milhões, segundo dados da plataforma de cripto SosoValue. Os números indiciam que o ambiente de rotação do capital permanece e sinaliza que a pressão de venda pode persistir ainda no curto prazo.
Outro dado relevante: holders de longo prazo já realizaram 3,27 milhões de BTC em lucros neste ciclo, superando o volume realizado no ciclo de 2021, diz Alves.
Bitcoin menos volátil
A oscilação de preço do BTC tem sido menos agressiva nos últimos meses. Como mostramos nesta reportagem, dados da Elos Ayta Consultoria, enviados ao E-Investidor, mostram que, em agosto, a variação da cotação do maior ativo digital atingiu, pela primeira vez, o patamar abaixo dos 40 pontos desde janeiro de 2015. Já nos anos anteriores, a variação dos preços ficou entre 90 pontos a 40 pontos.
A queda da volatilidade reflete o atual nível de capitalização do bitcoin que ajuda a amortecer as oscilações de preço. Atualmente, o BTC possui um valor de mercado de US$ 2,4 trilhões, segundo dados da CoinMarketCap. Há 10 anos, esse volume era de apenas US$ 3,9 bilhões. Ou seja, a criptomoeda registrou um salto de 61.438% no acumulado do período.
A capitalização surge em um período em que os juros dos Estados Unidos permanecem em seus maiores níveis dos últimos 20 anos, o que demonstra a confiança do público institucional nos fundamentos do bitcoin.
“A base de investidores ficou mais institucional e paciente, com custódia profissional e uso do Bitcoin como colateral. Resultado: menos degraus, menos caudas gordas e um regime de volatilidade estruturalmente mais baixo”, ressalta Fabrício Tota, diretor de novos negócios do MB e colunista do E-Investidor.