O ethereum é a segunda maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
A Buena Vista está lançando nesta terça-feira (16) mais um Exchange Traded Fund (ETF) para expandir sua oferta de ativos pagadores de dividendos. O oitavo produto da gestora tem o mesmo racional de seus irmãos mais velhos de remunerar o investidor mensalmente graças a estratégias de opções. Mas com uma novidade: a exposição à segunda maior criptomoeda do mundo, o Ethereum.
O ETHY11 vai replicar o índice DEX VettaFi NEOS Ethereum High Income, que segue a variação da cripto, e remunerar seus cotistas mensalmente com dividendos sintéticos. Trata-se de uma estratégia que cria de forma artificial uma renda passiva graças a operações de venda coberta de opções – em inglês, covered call.
Funciona assim: a gestora tem uma quantidade de determinado ativo na carteira e vende a um terceiro a opção de compra a um preço fixo até um data específica. Em troca disso, recebe um prêmio sem precisar vender o papel.
“O interessante é que nunca vamos usar nossa posição comprada em Ethereum para pagar dividendos. Tudo virá da estratégia de opções”, destaca Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.
A meta é pagar 2,5% ao mês, chegando a 30% de dividend yield ao ano, mantendo uma faixa mínima e máxima de rendimento mensal. Assim, em meses que a gestão conseguir gerar um excedente maior, os valores podem ser represados para garantir a recorrência dos pagamentos naqueles em que a estratégia de dividendos sintéticos não for tão bem sucedida.
A Buena Vista já tem outros sete produtos nessa mesma linha. O primeiro, lançado em novembro de 2023, é o SPYI11, que segue o S&P 500 e distribui perto de 1% de dividend yield ao mês. O COIN11 – o maior ETF pagador de dividendos da B3 em número de cotistas – faz a mesma coisa, mas com exposição ao Bitcoin e proventos mensais perto de 2%.
É uma estratégia que exige do lado da gestão, especialmente em produtos que seguem um investimento tão volátil quanto às criptos. O preço do Ethereum oscila ainda mais do que o BTC.
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Para se ter uma referência, a B3 já tem alguns ETFs de Ethereum à disposição do investidor, o ETHE11, da Hashdex, e o QETH11, da QR Capital. Em três anos, os dois ativos renderam 146,13% e 174,94%, respectivamente. O problema é a janela curta, que inclui o 2025 difícil para as critpmoedas em geral. Nos últimos 12 meses, o ETHE11 caiu 28,85%, quanto o QETH11 teve queda de 28,91%.
Mas a volatilidade intríseca das criptomoedas não preocupa. Pelo contrário, é justamente a variação maior dos preços que permite que o novo ETF da Buena Vista pague um dividend yield maior, explica o gestor.
“Quando a vol aumenta, é bom porque permite capturar mais prêmio. A estratégia de opções costuma ser muito vencedora quando o ativo está lateralizado ou em queda; quando sobe demais, o ETF se eleva um pouco menos”, diz Nobile. “O coverd call melhora o risco-retorno do portfólio.”
As cotas do ETHY11 estreiam no valor de R$ 100, com 0,98% de taxa de administração total. Os proventos são tributados em 15%, direto na fonte e, asism como outros ETFs, o ativo paga 15% de imposto de renda via DARF sobre o ganho de capital no caso de venda das cotas.