O que este conteúdo fez por você?
- Levantamento da Passfolio revela que o Bitcoin, Ethereum e Dogecoin foram os ativos digitais mais negociados entre os brasileiros no quarto trimestre de 2021
- Na avaliação de especialistas, um dos motivos para o aumento da busca por esse tipo de investimento se deve ao baixo retorno da renda variável
- Na hora de investir, os analistas recomendam que os investidores busquem ativos mais consolidados e com projetos bem definidos
As criptomoedas despertaram o interesse dos brasileiros nos últimos meses de 2021. De acordo com um levantamento da Passfolio, corretora de investimentos voltada para o mercados dos Estados Unidos, o volume de negociação nesta classe de ativos cresceu 455% durante o quarto trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano anterior dentro da plataforma. Os números trazem um recorte sobre o movimento de mercado diante um cenário macroeconômico ruim para a renda variável.
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Embora seja um investimento de alto risco, parte dos investidores enxergaram nas moedas digitais uma boa janela de oportunidade para engordar a rentabilidade das carteiras. Na avaliação de especialistas, uma das razões para esse aumento expressivo se deve à baixa performance dos investimentos em renda variável devido ao cenário macroeconômico.
“A bolsa brasileira não estava performando tão bem quanto deveria em 2021. Isso fez com que as pessoas buscassem alternativas de investimento”, afirma David Gobaud, CEO da Passfolio. Em resposta, os investidores buscaram opções no mercado norte-americano ou em outros classe de ativos, como a renda fixa e as criptomoedas.
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Dados da corretora, enviados com exclusividade ao E-Investidor, revelam que Bitcoin, Ethereum e Dogecoin foram as criptomoedas mais negociadas entre os 400 mil brasileiros presentes na plataforma.
Vale destacar que mesmo fora do topo da lista dos ativos mais comprados, outras moedas digitais relacionadas à tecnologia metaverso, conceito para designar experiências virtuais e imersivas, contribuíram para esta alta expressiva.
“2021 foi um ano que teve uma atenção voltada ao metaverso. A mudança do nome do Facebook para Meta popularizou muito o conceito de metaverso e atraiu pessoas que buscaram entender melhor o assunto”, destaca o CEO da Passfolio. O resultado foi a valorização das principais moedas que representam essa tecnologia.
Segundo a corretora, The SandBox (SAND), moeda nativa do jogo online The SandBox com características em metaverso, registrou uma valorização de 755% durante o dia 21 de outubro até o dia 21 de novembro do ano passado.
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Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit, também concorda que a especulação sobre o potencial econômico do metaverso contribui para o aumento da atratividade das criptomoedas entre os brasileiros. “Há uma aposta muito grande nesta tecnologia devido à possibilidade de replicar os ganhos econômicos no mundo real, como vender terras em cidades paralelas”, diz Dantas.
O caso do bitcoin
O bitcoin foi a moeda mais negociada entre os brasileiros na Passfolio no quarto trimestre de 2021. No entanto, a partir de novembro, o ativo mais tradicional do mercado de criptomoedas sofreu sucessivas quedas até janeiro de 2022. Segundo Jorge Souto, co-head do TC Cripto, a desvalorização se deve ao aperto monetário dos Estados Unidos com a perspectiva de aumento da taxa de juros e também ao aumento da inflação.
“Quando há o aumento da taxa de juros, os investidores costumam vender os ativos de maior risco, como é o caso das criptomoedas”, diz Souto. Apesar das baixas, o co-head do TC Cripto acredita que o mercado tem antecipado a precificação do impacto da inflação e das taxas de juros em cima do preço do bitcoin. “Existe uma chance razoável nos próximos meses de valorização do ativo”, avalia o especialista.
É nesse momento de baixa que Felipe Veloso, economista e fundador da Cripto Mestre, escola focada em investimentos e empreendedorismo utilizando Blockchain, recomenda o investidor realocar seus investimentos em criptomoedas. “Quem compra cripto em alta perde dinheiro. A hora certa de comprar criptomoeda é quando as pessoas perdem interesse”, orienta Veloso.
Atenção na hora de investir
Apesar do momento ser oportuno para investir em criptomoedas, os especialistas alertam para os cuidados na hora de aplicar os recursos nesta classe de ativos. De acordo com Ney Pimenta, CEO da Bitpreço, os investidores devem destinar cerca de 5% a 10% do seu capital em criptomoedas. O percentual é o suficiente para conhecer o mercado para fazer os próximos aportes financeiros.
“É interessante começar devagar para conhecer. Os investidores também não devem se aventurar em ativos com valorizações absurdas porque podem ser golpes ou projetos sem utilidades”, alerta Pimenta. Por esse motivo, o especialista acrescenta que o ideal para os novatos neste mercado é investir em ativos mais tradicionais, como o bitcoin e ethereum.
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Outra dica que pode ser importante na hora de escolher qual criptomoeda investir é olhar o histórico da performance nos últimos cinco anos. Veloso explica que essa análise é importante para identificar quais são os ativos que possuem propostas consolidadas.
“Comece a reparar quais foram as criptomoedas que sobreviveram. Você vai perceber que só as que sobrevivem são aquelas que entregam maior valor e que possuem as melhores soluções”, diz Veloso.