- O mercado, hoje, está com uma predileção muito maior pelo Bitcoin do que por alguma outra altcoin
- Ethereum continua sendo um ativo essencial no portfólio de qualquer investidor de criptomoedas
- ETH sofre concorrência com as altcoins. A Solana subiu quase 60% desde o início de novembro
Nos últimos dois anos, o Ethereum (ETH) tem ficado para trás em relação ao Bitcoin (BTC) em termos de valorização. No dia 24 de setembro de 2022, o Bitcoin valia US$ 18.921,97 e agora, em 22 de novembro de 2024, está cotado a US$ 98.324,51 – um impressionante aumento de 419,7%. Já o Ethereum, no mesmo período, subiu de US$ 1.318,36 para US$ 3.328,23, registrando um crescimento mais modesto de 152,4%.
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Mesmo com essa disparidade no prazo mais longo, nesta sexta (22) o Ether chegou a bater o Bitcoin, 11,14%, contra 10,10%. Esse cenário pode levar investidores a se perguntarem: há alguma chance de o movimento do ETH superar o da principal cripto moeda do mercado cripto?
O analista da Foxbit, Beto Fernandes, pondera que a comparação dentro do par ETH/BTC é desfavorável ao Ether. “Isso mostra que o mercado, hoje, está com uma predileção muito maior pelo Bitcoin do que por alguma outra altcoin”, avalia.
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O especialista diz ainda que a demanda por ETH também não está nos seus momentos mais aquecidos, já que o interesse pelo BTC é maior do que qualquer outro token. “Será preciso uma reversão e o início de uma altseason para que esse padrão seja alterado”, comenta.
No jargão deste mercado, altseason é a temporada de altcoins, período em que as moedas alternativas ao Bitcoin passam a ter uma valorização intensa. Por enquanto, ainda não há perspectivas de mudanças. “Isso é visto no comportamento dos próprios ETFs, por exemplo. Enquanto os fundos de BTC acumularam uma entrada de US$ 1,7 bilhão na última semana, os de Ethereum viram um fluxo positivo de ‘apenas’ US$ 515 milhões”, diz.
Diversificação de criptoativos
Falando ao E-Investidor, Lukas Rocha, do ICP HUB Brasil, diz que o Ethereum continua sendo um ativo essencial no portfólio de qualquer investidor de criptomoedas. Ele destaca o papel central do ativo para as taxas de interação na Ethereum Virtual Machine (EVM) e sua relevância como uma das principais moedas do universo cripto. Rocha, no entanto, ressalta a volatilidade do mercado. “Sempre há correções pelo caminho. Então, a decisão de comprar ou vender é muito particular”.
Wagner, da Hurst Capital, acredita que o ETH ainda tem espaço para subir, mas dificilmente superará o desempenho do Bitcoin. “O Bitcoin é visto como uma reserva de valor, enquanto o Ethereum continua sendo a principal plataforma para DeFi (finanças descentralizadas) e contratos inteligentes”, explica. Essa diferença de proposta entre as duas criptomoedas é um ponto-chave para entender suas trajetórias de valorização.
Outro fator que faz com que o Ethereum tenha um desempenho menos otimista é a concorrência com as altcoins. A Solana (SOL), por exemplo, ganhou muita tração no último ano e segue como promessa para 2025. “Desde o último dia 5, a SOL subiu quase 60%, e se mantém próxima de sua última máxima histórica”, diz Beto Fernandes da FoxBit.
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Em favor do Ethereum, Valter Rabelo, head de ativos digitais da Empiricus Research, falando nesta matéria ao E-Investidor, observou que a capitalização de mercado do ETH em relação ao Bitcoin tem caído e parece próxima de um fundo. Para ele, isso sugere que o Ethereum ainda está desvalorizado, representando uma oportunidade para os investidores mais pacientes. “A criptomoeda ainda não subiu demais.” Esse detalhe, na sua visão, favoreceria sua inclusão no portfólio.