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Criptomoedas

O que dá para aprender com o golpe contra jogadores do Palmeiras?

Os atletas Gustavo Scarpa e Mayke perderam R$ 11 milhões ao serem vítimas de golpe envolvendo criptomoedas

O que dá para aprender com o golpe contra jogadores do Palmeiras?
Investimentos envolvem risco. Promessas de ganho são um indício de golpe ou amadorismo da operadora. (Fonte: Vitalii Vodolazskyi/Shutterstock/Reprodução)
O que este conteúdo fez por você?
  • Os jogadores entraram na justiça de São Paulo para reaver o dinheiro investido
  • As empresas envolvidas no suposto crime teriam prometido rentabilidades de 3% a 5%

O golpe financeiro envolvendo dois jogadores do Palmeira ganhou um novo capítulo. Segundo informações do Globo Esporte, a justiça informou que as pedras de alexandritas não possuem valor suficiente para servir como garantia no processo judicial movido pelos atletas. Os 20 kg do mineral foram apresentados pela Xland, empresa responsável pelo pagamento dos jogadores pelo investimento, à justiça como recursos de garantia.

O parecer assinado pelo juiz federal Wendelson Pereira Pessoa, da 1ª Vara Cível e Criminal da Justiça Federal do Acre, informou que o valor total das pedras era insuficiente à garantia “de eventual cumprimento de sentença”. Antes, a Xland havia apresentado um laudo que informava que as pedras valiam cerca de R$ 2,5 bilhões.

O caso repercute desde março do ano passado. Na época, o Fantástico, da TV Globo, mostrou que os atletas Mayke (lateral-direito do Palmeiras) e Gustavo Scarpa (ex-jogador do time que hoje no Atlético Mineiro) foram convencidos por Willian Gomes de Siqueira, conhecido por Willian Bigode, amigo em comum dos atletas e atacante do Fluminense, a investir em criptos. No entanto, os atletas não conseguiram realizar o saque dos recursos.

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Com a impossibilidade de resgatar o investimento, os jogadores entraram com uma ação na Justiça para reaver o dinheiro. Os processos foram movidos contra três empresas. Foram elas: Xland, responsável pelo pagamento do investimento; WLJC, empresa que indicou as outras empresas parceiras, e Soluções Tecnologia Eireli, empresa responsável pela transformação da moeda corrente para criptomoedas.

Segundo informações da ESPN, que também teve acesso aos autos, Scarpa exige o ressarcimento de R$ 6,3 milhões que foram investidos, enquanto Mayke pede o reembolso de R$ 4,5 milhões. As empresas responsáveis pelo investimento prometiam retornos de 3,5% a 5% ao mês.

Na época, Willian Bigode alegou, por meio de nota, ter sido vítima também do golpe financeiro. Segundo o atleta, ele a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, na qual é sócio, tiveram um prejuízo de R$ 17,5 milhões. “Importante ressaltar que toda a relação contratual, envolvendo investimento em criptoativos, deu-se diretamente por Mayke e Scarpa com a Xland, sendo todos os valores investidos transferidos diretamente para a conta da Xland”, informou o atacante do fluminense em nota.

Como não cair em golpes

O caso reforça o alerta para os investidores que buscam investir em criptoativos precisam ter antes de realizar qualquer aplicação. Por isso, além de conhecer os fundamentos, é preciso ficar atentos a alguns sinais que possam indicar fraudes financeiras.

Uma medida que minimiza os riscos consiste em verificar se a corretora responsável por seu investimento em criptomoedas faz parte do quadro de membros da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). Embora ainda haja uma regulação efetiva no Brasil, essas empresas seguem regras que são estabelecidas pela organização. Ou seja, se a corretora ou empresa que o investidor pretende aplicar o dinheiro não estiver associada à ABCripto, vale avaliar o histórico ou as garantias de segurança antes de fazer os aportes.

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As promessas de lucros exorbitantes também são sinais de que a oferta pode estar disfarçada de golpe. “Há empresas que oferecem contratos de ganhos de 5% ao mês ou retorno sempre positivo. Isso não existe porque é comum no mercado cripto ter volatilidade muito grande. Há meses que terão queda de 7% e em outros, alta de 20%, por exemplo”, diz Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move.

Isso acontece porque, assim como os outros investimentos, as criptomoedas oferecem riscos e estão suscetíveis a diversos fatores macroeconômicos e as do próprio mercado de criptoativos que impactam no preço. Por isso, garantir um “lucro” exorbitante torna-se quase impossível em virtude da volatilidade do mercado. “Todo capital investido tem risco e todo capital investido tem volatilidade”, acrescenta Lago.

O investidor também precisa ficar atento ao phishing, termo em inglês qu se refere a práticas de “pescar dados”. Neste método, os criminosos criam sites ou aplicativos falsos e simulam ser operadores renomadas no mercado para capturar dados sensíveis dos usuários. Preste atenção ao design utilizado nessas plataformas falsas, que costuma ser amador, e aos sites, poucos funcionais. Então, caso identifique essas características, busque investigar melhor sobre a empresa ou buscar outra corretora.

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