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Após anos de embate com a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão americano equivalente à CVM brasileira), a indústria de criptomoedas começa a ter um maior reconhecimento institucional nos Estados Unidos. A vitória mais recente (e a mais relevante) veio no dia 18 de julho, quando o presidente americano, Donald Trump, sancionou a lei Genius Act, que determina regras para as emissões de stablecoins, ativos digitais atrelados a moedas fiduciárias.
A nova lei, além de criar a primeira regulação do setor nos EUA, mostra que a discussão do Congresso americano mudou de foco: deixou para trás as tentativas de excluir os ativos digitais do mercado regulado para criar um ambiente seguro que viabilize o seu desenvolvimento. “Esta é uma das poucas áreas na política de Washington em que ambos os partidos encontraram um consenso. Esse progresso que estamos vendo é real e impulsionado por eleitores que votaram em legisladores pró-cripto”, diz Paul Grewal, diretor jurídico da Coinbase, ao E-Investidor.
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O apoio governamental vem acompanhado com o otimismo dos investidores que enxergam fundamentos sólidos e potencial disruptivo nas soluções tecnológicas atreladas às criptomoedas. A percepção ajudou a Coinbase, considerada a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos, a ocupar um lugar privilegiado no mercado: a carteira teórica do índice americano S&P 500. Na época, quando a inclusão foi anunciada em maio deste ano, a participação da exchange no índice chegou a ser classificada como um “divisor de águas no mundo dos investimentos”, como mostramos nesta reportagem.
Hoje, as ações da companhia são as únicas do S&P 500 que oferecem aos investidores exposição ao setor cripto. Por esse motivo, os papéis da Coinbase acompanham o retorno exponecial dos ativos digitais. Em julho, por exemplo, quando o bitcoin rompeu a máxima dos US$ 122 mil, a corretora alcançou o valor de mercado de US$ 100 bilhões.
E-Investidor – Em maio, a Coinbase foi incluída no S&P 500. Qual é o impacto dessa conquista para a indústria de criptomoedas?
Paul Grewal – A inclusão representa um marco significativo para a empresa e para a indústria em geral. O momento da cripto chegou, e o mundo está prestando atenção nisso. Estamos vendo um claro ímpeto bipartidário no Congresso para parar de lutar sobre se a cripto deve existir e começar a escrever as regras que permitirão que ela prospere. Vemos isso como um sinal de crescente aceitação e confiança no setor. Somos a primeira e única empresa de cripto no S&P 500, mas ficamos felizes que não seremos a última.
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Em julho, o presidente Donald Trump sancionou a lei Genius Act, que estabelece diretrizes para as stablecoins. A aprovação desta pauta sinaliza o fim da disputa da indústria de cripto com o governo americano?
É por isso que o Congresso não está mais debatendo se a indústria cripto deve ser salva ou descartada. O debate agora é sobre como colocar regras claras e funcionais em prática. Cada passo bipartidário em direção à clareza regulatória é bom para os 52 milhões de americanos que possuem cripto e para a posição da América como líder global em tecnologia. Regras claras superam o impasse regulatório. Estabelecer diretrizes claras fortalecerá tanto a proteção do consumidor, quanto a inovação cripto dos EUA.
A Coinbase tem buscado a aprovação da SEC para oferecer “ações tokenizadas“. Por que o interesse da empresa nesse tipo de produto?
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Há uma oportunidade real de trazer mais ativos para a blockchain e negociá-los de maneiras mais eficientes; ações tokenizadas não são diferentes. Se pudermos fornecer um caminho compatível e eficiente para a tokenização de ativos financeiros, estaremos desbloqueando um valor significativo tanto para instituições tradicionais quanto para a economia cripto.
O Brasil está entre os 10 países que mais investem em criptomoedas. Que papel o país desempenha na estratégia de expansão da Coinbase na América Latina?
Temos dobrado os esforços em nossa expansão internacional. O Brasil é um dos mercados prioritários da Coinbase porque possui características estratégicas, incluindo uma população grande e jovem que está aberta a novas tecnologias e está classificado entre os 10 primeiros países no Índice Global de Adoção de Criptomoedas. Como parte desse compromisso com o mercado brasileiro, investimos na construção de equipes locais, melhoria da localização de produtos e integração de pagamentos, resultando em um crescimento significativo para a Coinbase no país.
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