Quem é Sam Bankman-Fried, o fundador da FTX preso nas Bahamas

Por Artur Scaff

13/12/2022 | 10:31 Atualização: 13/12/2022 | 10:52

Sam Bankman-Fried, CEO da FTX Foto: Bloomberg Images

Sam Bankman-Fried, fundador de uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, a FTX, foi preso na segunda-feira (12) nas Bahamas, após ser processado por fraude. As acusações criminais incluem fraude eletrônica, conspiração de fraude eletrônica, fraude de valores mobiliários, conspiração de fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro, disse uma fonte com conhecimento do assunto e citada pelo New York Times.

Antes de ser apontado responsável por uma das maiores crises do mercado cripto, Bankman-Fried era considerado uma das grandes personalidades do mercado cripto, como Changpeng “CZ” Zhao, fundador da Binance, e Brian Armstrong, da CoinBase.

Bankman-Fried é formado em física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mas deve parte de sua fama à ascensão da corretora FTX, criada em 2019, que fez com que ele entrasse na lista de bilionários da Bloomberg em 2021.

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A carreira de Bankman-Fried se iniciou negociando ETFs (Exchange Traded Funds, em inglês, fundos que buscam retorno semelhantes a um índice de referência) na Jane Street. Em 2017, porém, o empresário decidiu criar a Alameda Research, empresa de trading de criptomoedas, o pivô no colapso da FTX.

A derrocada da exchange começou com uma reportagem que mostrava que o balanço patrimonial da Alameda Research era composto principalmente de tokens sem liquidez, incluindo o FTT, da FTX. Os indícios de falta de liquidez fizeram com que os investidores tentassem sacar seu patrimônio da corretora, que mostrava não ter capacidade monetária suficiente para pagar os investidores.

As duas empresas também haviam tomado empréstimos tendo o FTT como uma moeda colateral. Na prática, essa situação aumenta ainda mais o prejuízo das duas companhias, uma vez que a moeda servia de garantia para o empréstimo e perdeu o seu poder de compra. Diante da situação, a FTX suspendeu os saques de usuários da plataforma e o temor entre os investidores ocasionou uma venda em massa do token de governança FTT.

FTX, que era uma das empresas mais poderosas da emergente indústria cripto até implodir praticamente da noite para o dia no mês passado, depois que uma corrida aos depósitos expôs um buraco de US$ 8 bilhões em suas contas.

Desde que a FTX entrou em colapso, a SEC, órgão norte-americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira, e os promotores federais agiram rapidamente com pedidos de documentos de várias partes, incluindo algumas das grandes empresas financeiras que investiram até US$ 2 bilhões na bolsa de criptomoedas no início do ano passado, informou o New York Times.

Com a crise, o patrimônio líquido de Bankman-Fried caiu mais de 94% em novembro deste ano, fazendo com que ele saísse da lista de bilionários em apenas um dia. A fortuna de Bankman-Fried, estimada em US$ 15,2 bilhões, segundo a Bloomberg, evaporou da noite para o dia, fazendo com que o empresário perdesse US$ 14,6 bilhões.

Bankman-Fried também doou grande parte de sua fortuna para o Partido Democrata norte-americano e para a caridade.

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