A Black Rock é a maior gestora de ativos do mundo (Foto: Adobe Stock)
A BlackRock vai lançar dois novos Exchange Traded Funds (ETFs) de renda variável no Brasil: o iShares Bovespa BR+ Equal Weight B3 (EWBZ11) e iShares Bovespa BR+ Cap 5% B3 (CAPE11). Os dois ativos são indexados ao Ibovespa B3 BR+, um índice da Bolsa brasileira que inclui as 85 ações de empresas do Ibovespa e 5 BDRs de empresas brasileiras listadas lá fora: Nubank, Stone, XP, PagSeguro e Inter.
Lá fora, as Magnificent Seven, nome dado no mercado ao grupo composto por Apple, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook), Microsoft, Nvidia e Tesla, fizeram o S&P 500 superar e renovar as máximas históricas. Mas boa parte das outras ações americanas não acompanharam o rali e poderiam ainda ter espaço para investimento – no entanto, quem compra apenas o índice fica com a “distorção” de preço gerada pela concentração nas gigantes de tecnologia.
A mesma coisa acontece com o BOVA11, o ETF da Black Rock que segue o Ibovespa e é atualmente o ativo da classe com maior liquidez B3, com R$ 11 bilhões sob gestão. Mas que fica à mercê da concentração do índice em empresas ligadas a commodities e bancos.
Por isso, os dois novos ETFs têm abordagens diferentes. O EWBZ11 tem ponderação igual entre os emissores, ou seja, todas os ativos da carteira tem o mesmo peso. Já o CAPE11 tem um limite máximo de 5% por emissor, permitindo maior concentração relativa nas empresas mais líquidas, mas limitando uma concentração muito superior.
“Acabamos o road show com assets e fundos de pensão, e a aceitação está sendo bem maior do que imaginávamos. O investidor brasileiro está amadurecendo em relação à utilização do produto e temos uma grande oportunidade de ocupar esse espaço”, disse Bruno Barino, country manager na BlackRock.
O EWBZ11 e o CAPE11 estreiam na B3 na segunda-feira (30). Com o lançamento, a prateleira de ETFs da Black Rock no Brasil chega a 7: BOVA11, SMAL11, IVVB11, ECOO11 e BRAX11. A marca iShares da gestora possui ainda 152 BDRs de ETFs. “O nosso objetivo é continuar ajudando os investidores brasileiros na jornada de transformação em poupadores e, na sequência investidores”, destacou o CEO.
Os planos da Black Rock no Brasil
O lançamento dos dois novos ETFs foi anunciado nesta quinta-feira pelo country manager da BlackRock Brasil no seu primeiro encontro com a imprensa desde outubro de 2024, quando assumiu o posto. Barino afirmou que os esforços da gestora no País estão centrados em conectar a atuação por aqui com a inovação, experiência e serviços já oferecidos no exterior onde a empresa é a líder mundial na gestão de recursos, com US$ 11 trilhões em AuM.
“Um player como a BlackRock, com o número de ativos e sofisticação, tem a missão de ajudar o mercado local a se desenvolver. A oportunidade é replicar os movimentos do mercado global por aqui”, destacou.
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No mercado doméstico, a gestora detém cerca de 35% do market share de ETFs, enquanto representa 80% do segmento de BDRs de ETF. O outro nicho representativo é de investimentos de brasileiros no exterior, sobretudo com os institucionais. O foco do trabalho agora é focar além do produto, no serviço, aumentando o addressable market da empresa no País.
Lá fora, a BlackRock tem como meta para o próximos anos democratizar o acesso de investidores a soluções que hoje são restritas a um público mais seleto, com foco especial em investimentos alternativos.
As movimentações dos últimos meses têm seguido esse objetivo. A gestora comprou a Global Infrastructure Partners (GIP) e a empresa de dados Preqin. E está em vias de receber a aprovação regulatória da aquisição da HPS Investment Partners, focada em crédito privado.