André Esteves, chairman do BTG Pactual. Foto: Clayton de Souza/Estadão
Para André Esteves, chairman do BTG Pactual, as oportunidades de negócios no Brasil nunca foram tão grandes. Durante a Money Week, evento realizado em Balneário Camboriú (SC) nesta sexta-feira (1º), o empresário afirmou que o País apresenta diferentes vantagens competitivas para os empreendedores.
“Empresa boa não precisa de governo”, afirmou. “Muitos reclamam de um governo ou de outro, mas os bons negócios seguem e crescem, independentemente disso.”
Esteves destacou como pontos positivos para o Brasil as relações comerciais com outros países, como a China, além da abundância de recursos naturais. “Os brasileiros não costumam reconhecer o próprio valor. É preciso trabalhar com aquilo em que o País é bom”, destacou. “Precisamos ter o melhor agro, o melhor setor financeiro, a melhor música.”
Quanto ao tarifaço de Donald Trump sobre o Brasil, Esteves o caracteriza como um atrito, que precisa ser resolvido com “serenidade”. Ele entende, no entanto, que a medida não deve afetar empresas com negócios sólidos. “Boas companhias vão continuar entregando bons resultados”, avaliou.
Esteves defendeu ainda que o País abra mais a sua economia, em vez de adotar políticas protecionistas, como os Estados Unidos. “Gigantes como Embraer (EMBR3) e Weg (WEGE3) cresceram sem depender de tarifas, por exemplo”, comentou.
A carteira ideal para Esteves
A recomendação do chairman do BTG é fugir das chamadas “meme stocks” – ações que ganham popularidade nas mídias sociais – ou de modas passageiras. Segundo ele, não vale apostar em teses arriscadas, sem fundamentos, que dificultam o entendimento do investidor.
“Uma carteira saudável equilibra os juros altos do Brasil com boas oportunidades em ações”, recomendou. “Mas, em vez de ter mais de 50 ações na carteira, vale ser um investidor concentrado, com menos papéis.”
Quanto à política monetária, André Esteves acredita que o primeiro corte de juros deve ocorrer no final de 2025, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, ou no início de 2026. Ele preferia, no entanto, que o fiscal estivesse mais rígido, para que os juros não tivessem chegado a esse ponto.