Educação Financeira

Qual modelo de ar-condicionado é mais econômico e pesa menos no bolso?

O mercado oferece diversos modelos, mas a escolha depende das necessidades específicas do consumidor

Qual modelo de ar-condicionado é mais econômico e pesa menos no bolso?
Entenda qual modelo de ar-condicionado é financeiramente mais vantajoso. Imagem: Adobe Stock
  • O ar-condicionado pode ser um grande aliado na hora de se refrescar. Contudo, esse produto possui um custo muito alto, sendo importante compreender as suas necessidades antes de adquirir um;
  • Atualmente, o mercado oferece diversos tipos de ar-condicionado, assim como existem variações e sistemas especializados
  • É importante considerar não apenas o preço de compra, mas também o consumo de energia, a capacidade de refrigeração necessária para o ambiente, a eficiência energética do aparelho, as características do local de instalação, e a marca e modelo do equipamento, que podem influenciar na durabilidade e na necessidade de manutenção.

Durante o verão ou em períodos de calor intenso, o ar-condicionado pode ser um grande aliado na hora de se refrescar. Contudo, esse produto possui um gasto de energia bastante alto, sendo importante entender qual modelo possui o melhor custo-benefício para não ter surpresas desagradáveis com o valor da conta de luz.

Atualmente, o mercado oferece diversos tipos de ar-condicionado, assim como existem variações e sistemas especializados, como ar-condicionado de teto, cassete, split e com tecnologia ‘inverter’ – que ajusta a velocidade do compressor para atender à demanda do resfriamento. Vale ressaltar, no entanto, que a escolha do tipo desse aparelho depende das necessidades específicas do espaço, do orçamento disponível e das preferências individuais de cada consumidor.

Luciana Ikedo, educadora financeira e autora do livro “Vida Financeira – Descomplicando, economizando e investindo” alerta para a importância de considerar não apenas o preço de compra, mas também o consumo de energia, a capacidade de refrigeração necessária para o ambiente, a eficiência energética do aparelho, as características do local de instalação (como isolamento térmico), e a marca e modelo do equipamento, que podem influenciar na durabilidade e na necessidade de manutenção.

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“Tudo isso se bem pensado, pode mitigar gastos desnecessários lá na frente. O mais importante é realizar a tomada de decisão de investir em um ar com base em muita pesquisa e planejamento financeiro”, revela Ikedo.

Outros critérios de avaliação importantes antes da compra, segundo Marcelo Glauco, empresário e planejador financeiro, é considerar o tamanho do ambiente (em BTUs), recursos extras (como timer, modo noturno, filtros de ar) e o nível de ruído. “A escolha deve equilibrar necessidades, eficiência e custo”, comenta.

Confira as diferenças entre os principais modelos de ar-condicionado disponíveis no mercado:

  • Cassete

O modelo cassete é indicado para ambientes de médio a grande porte, sejam residenciais ou comerciais. Ou seja, é indicado para ambientes amplos e com grande circulação. Sua instalação é embutida no teto, sendo necessário abrir um espaço no forro para receber o aparelho.

  • Piso-teto

É mais indicado para ambientes de tamanho médio ou grande, principalmente os que têm pé-direito alto, devido à melhor vazão de ar. Ele se aproxima ao modelo cassete, mas a diferença é que ele pode ser instalado tanto no piso, quanto no teto e, geralmente, conta com menor necessidade de manutenção.

  • Split

Nesse modelo, o condensador fica totalmente separado do evaporador. O condensador é uma “caixa” que deve ser posicionada do lado externo do ambiente e ligada ao evaporador por meio de tubos e cabos, que fica dentro de casa, em um canto alto da parede. A maior vantagem deles serem separados é que podem ser instalados a uma distância maior um do outro, deixando a parte barulhenta do aparelho longe de quem o utiliza.

  • Portátil

O ar-condicionado portátil conta com a facilidade na sua instalação, pois, como o nome sugere, não é necessário fixá-lo a nenhuma parede ou teto. Entretanto, esse modelo não possui capacidade de refrigeração tão boa quanto os demais, além de conter a evaporadora (que fica do lado de fora) e a condensadora (que fica do lado de dentro) acopladas no mesmo equipamento.

Geraldo Souza, supervisor técnico da Fujitsu General do Brasil, revela que equipamentos da linha inverter são mais econômicos, pois ajustam a potência do compressor de acordo com a demanda de resfriamento. Vale lembrar que a linha se refere à uma tecnologia, e não um modelo, com um compressor que regula dinamicamente a velocidade conforme a temperatura do ambiente se altera.

Contudo, para garantir uma economia na conta de luz, eles precisam ser bem dimensionados, instalados e ter os procedimentos realizados corretamente, conforme manual do fabricante. “A quantidade de energia consumida depende de vários fatores, mas é importante sempre ajustar a temperatura para um nível confortável, mantendo o ambiente bem isolado, realizando a manutenção regularmente e considerando a compra de um aparelho com alta classificação de eficiência energética”, comenta Souza.

Como se planejar financeiramente para adquirir um ar-condicionado?

Para realizar um planejamento financeiro eficente para a compra do ar-condicionado, é necessário considerar o custo inicial de compra do aparelho, incluindo eventuais custos de instalação. A fim de exemplificar esse processo, a planejadora financeira CFP pela Planejar, Andressa Siqueira, preparou uma simulação para o consumidor conseguir calcular o custo total estimado para possuir e operar o ar-condicionado, incluindo o custo inicial, o consumo mensal de energia elétrica e os custos de manutenção ao longo do tempo. Confira:

  • Custo inicial de compra e instalação:

Os preços variam de acordo com a marca, modelo e capacidade do aparelho. A simulação considerou a compra de um ar-condicionado split no valor de R$ 2.500,00. Além disso, é necessário considerar o custo da instalação, que pode variar de acordo com a complexidade do trabalho e a necessidade de materiais adicionais. Por exemplo, a instalação pode custar entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00.

  • Consumo mensal de energia elétrica:

Para estimar o consumo mensal de energia elétrica do ar-condicionado, será preciso verificar a potência do aparelho em watts (W) e calcular o consumo por hora. No caso de um ar-condicionado que tem uma potência de 1.500 watts (ou 1,5 kW), por exemplo, se ele permanecer ligado durante 6 horas por dia, em média, vai resultar em um consumo diário de 9 kWh (1,5 kW x 6 horas) ou aproximadamente 270 kWh por mês (9 kWh x 30 dias).

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Em seguida, o consumidor pode multiplicar esse consumo pelo custo da energia elétrica por kWh em sua região para obter o gasto mensal estimado. Dessa forma, se o custo da energia elétrica for R$ 0,60 por kWh, o gasto mensal seria de aproximadamente R$ 162,00 (270 kWh x R$ 0,60).

  • Custos de manutenção e reparos:

Siqueira indica que embora os custos de manutenção e reparos possam variar, é importante reservar uma quantia para essas despesas ao longo do tempo. Isso pode incluir custos como a limpeza regular do filtro de ar, que pode ser feita em casa ou contratando um serviço especializado, e reparos imprevistos, como substituição de peças danificadas.

O usuário de um ar-condicionado que planeja reservar R$ 200,00 por ano para manutenção e reparos, por exemplo, deve separar mensalmente R$ 16,67.

“Ter todas essas informações ajuda o consumidor a se antecipar e se programar para absorver os gastos adicionais em seu orçamento“, ressalta a planejadora financeira.

Nesta reportagem do E-Investidor, fizemos o cálculo completo de quanto custaria colocar um ar-condicionado em casa.

Existe temperatura ideal para diminuir o consumo de energia?

A temperatura ideal recomendada para reduzir o consumo de energia sem comprometer o conforto térmico é, em média, entre de 23°C e 26°C, ajustando conforme a estação do ano e as preferências pessoais. Segundo Souza, essa faixa de temperatura é considerada confortável para a maioria das pessoas e pode ajudar a equilibrar o conforto térmico com a eficiência energética. Além disso, ajustar o termostato em temperaturas muito baixas vai exigir mais do aparelho.

“Cada grau a menos no termostato pode aumentar o consumo de energia em até 5%, o que acaba também influenciando na conta”, revela Ikedo. A especialista ainda indica que um bom isolamento térmico no ambiente e manutenção regular do aparelho garantem seu funcionamento eficiente e econômico.

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Por fim, como dica, Glauco sugere usar recursos como o modo econômico e timers (para programar o desligamento, por exemplo), pois ajudam a otimizar o uso do ar-condicionado e reduzir custos.

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