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Educação Financeira

Como calcular o dinheiro necessário para conseguir me aposentar?

Especialistas recomendam que os investidores comecem a se preparar logo cedo para essa fase da vida

Como calcular o dinheiro necessário para conseguir me aposentar?
Preparação para a chegada da aposentadoria merece cuidado | Foto: Envato Elements

A aposentadoria é um tema que costuma causar dúvidas e preocupações nos investidores, tanto em relação ao valor que é preciso acumular para alcançar o objetivo quanto no que se refere às opções de investimento mais recomendadas para conquistar os recursos necessários. Em meio às incertezas, a principal dica é começar a se planejar financeiramente desde cedo.

Para auxiliar os investidores na jornada em busca de uma aposentadoria confortável, o Bora Investir, portal da B3, conversou nesta reportagem com educadores e planejadores financeiros para entender quais são as principais dicas na hora de preparar a carteira de investimentos para o futuro.

O primeiro passo é fazer os cálculos ao contrário. Ou seja, ao invés de já pensar em um valor determinado para poupar, a pessoa precisa primeiro refletir sobre quanto quer ter de renda na aposentadoria. Na hora de fazer essa conta, Luciana Ikedo, planejadora financeira CFP e autora do livro Vida Financeira – Descomplicado, economizando e investindo, recomenda que os investidores avaliem questões como a expectativa de vida.

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“No Brasil, a gente hoje considera uma expectativa de vida de 90 anos de idade. Quando se fala dos Estados Unidos, por exemplo, já se considera 100 anos”, diz. Claro que tudo são estimativas, afinal, não é possível saber exatamente até quando se irá viver. O importante, no entanto, é ter esses números em mente para se planejar.

Depois de fazer essa reflexão, a pessoa precisa pensar na idade em que quer se aposentar e então descontar esse número da expectativa de vida. Tomando o exemplo de alguém que pretende se aposentar aos 62 anos, subtraindo esse número de 90, teria um período de usufruto de 28 anos. Dessa forma, ao ter em mente o tempo de poupança dos valores, o investidor consegue estimar a renda necessária para acumular dentro desse prazo.

Raul Sena, educador financeiro e fundador da escola de investimentos AUVP, explica um cálculo que pode ajudar nessa hora, ao levar em consideração a rentabilidade dos investimentos. “Uma boa conta é multiplica o valor que você tem necessário de renda mensal por 12 [para calcular a renda necessária anual], e depois dividir por 0,06. A gente poderia dizer que uma carteira bem administrada vai render isso, para a pessoa conseguir viver da renda”, afirma.

Vamos supor que uma pessoa busque uma renda mensal de R$ 5 mil na aposentadoria. Ao multiplicar esse valor por 12 meses, ela teria necessidade de uma renda de R$ 60 mil no ano. Ao considerar uma rentabilidade mínima de 6% ao ano, para se ter uma margem de segurança, a pessoa precisaria de R$ 1 milhão investidos.

O número pode impressionar, mas já conhecê-lo com antecedência ajuda no planejamento financeiro de longo prazo.  “A grande questão é que os jovens pensam que têm a vida inteira. E normalmente quando a pessoa acorda para a ideia de construir uma aposentadoria, já passou dos 50 anos e tem pouco tempo para fazer isso”, destaca Sena.

Lembre-se de sempre atualizar a carteira

Os cálculos para a aposentadoria, no entanto, nunca são estáticos. Pelo contrário, eles precisam ser atualizados a cada ano, para considerar a inflação no período e reavaliar a necessidade de renda do investidor. Pode ser que a pessoa mude seu estilo de vida com o tempo, o que demanda recursos maiores para manter as mesmas comodidades a que se acostumou. Outro fator que tende a se alterar são os custos com planos de saúde, que costumam ficar mais caros conforme o segurado fica mais velho.

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Também é preciso avaliar se os rendimentos do investimento estão de acordo com o esperado. Se determinada aplicação deu um retorno menor do que o esperado previamente, será necessário poupar mais para compensar. Além disso, o investidor precisa sempre avaliar se está conseguindo poupar tudo o que se propôs. “Pode acontecer de em algum momento você ser mais eficiente na sua poupança, seja porque ganhou um bônus ou teve algum evento de liquidez que não esperava”, comenta a planejadora financeira Ikedo.

Na hora de atualizar a carteira de investimentos, a especialista também recomenda a diversificação, desde que os ativos façam sentido para o perfil do investidor. É possível combinar previdência privada com títulos do Tesouro, como o Renda +, focado justamente no planejamento para aposentadoria. Nesta matéria, explicamos mais detalhes sobre o funcionamento desse título público.

Ikedo alerta que ter ações, durante a fase de acumulação, faz todo sentido também. Mas conforme o passar do tempo, é preciso fazer mudanças para adaptar o portfólio à proximidade da aposentadoria. “Quando você chega mais perto da aposentadoria ou até um pouco depois, deve rever a carteira para o novo momento”, a planejadora. O objetivo nesse momento passa a ser buscar ativos que gerem um fluxo de caixa, como os títulos de renda fixa que pagam cupons semestrais e ações mais focadas na distribuição de dividendos.

Vale destacar que níveis de exposição a risco também mudam com o tempo: quanto mais longe da aposentadoria, mais se pode alocar em ativos mais voláteis, já que há tempo de recuperar eventuais perdas. “Um jovem de 18 ou 19 anos, por exemplo, não vai precisar daquele dinheiro que ele está investindo no momento. Então, ele pode investir em empresas de crescimento, pode ter uma alocação maior em renda variável”, explica Sena, da AUVP.

Com o passar dos anos, o cenário muda: alocação deve ficar mais conservadora, para que o investidor tenha a segurança de possuir o dinheiro quando for necessário. Quem quiser saber mais sobre como montar uma carteira de investimentos para a aposentadoria, pode conferir a reportagem completa do Bora Investir, portal da B3.

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