Educação Financeira

Confira como investir em ativos CRI

Especialistas em investimentos trazem dicas para aqueles que desejam tomar riscos no setor imobiliário

(Roberta Picinin, especial para o E-Investidor) – Os CRIs voltaram aos holofotes. Com autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 2020, para o uso dos recursos obtidos com Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) para o pagamento de aluguéis por pessoas físicas como investidoras, a busca para investir nesses títulos cresceu ao longo da crise.

Só para se ter ideia, em 2020, o valor anual de emissões foi de R$ 15,4 bilhões somente com CRI. Até junho deste ano, já foram ofertados R$ 14,8 bi em emissões.

O investidor deve sempre ler com cautela os materiais de oferta e verificar nos papéis quais são seus direitos perante a tal investimento no CRI. “É importante ficar atento se tem garantia em imóvel ou alguma carta de fiança para que se caso aconteça algo o investidor não perca seu recurso”, afirma Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor.

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Apesar do benefício fiscal, o principal cuidado que o investidor precisa ter no radar é que os CRIs e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) não contam com Fundo Garantidor de Crédito (FGC).  Portanto, os especialistas reforçam a importância fazer uma avaliação mais aprofundada a respeito dos emissores e das características da empresa na qual o investidor está colocando seu dinheiro.

“Os CRIs são isentos no Imposto de Renda e IOF, mas, por não ter o FGC, o CRI é um ativo que oferece mais risco pro investidor. O investidor precisa fazer uma avaliação de crédito do emissor e isso demanda um estudo a respeito da empresa emissora”, afirma Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, empresa de tecnologia e educação para investidores.

De acordo com Jorge, outro ponto importante é que a liquidez desses ativos é menor. Em função disso, “a rentabilidade dos CRIs e dos CRAs automaticamente passam a ser de uma maneira geral mais interessantes do que as rentabilidades de outros ativos, mas isso acontece justamente por conta do nível de risco que essas classes oferecem”, afirma.

Para Caio Braz, sócio da Urca Partners, o investidor comum precisa se especializar na análise para entender como funcionam as garantias, estrutura, fluxo de pagamento e até em que momento teria execução numa eventual falha do crédito. “A melhor opção para investidores que querem entrar nesse segmento é ir através de fundos de gestores especializados nisso”, aconselha o especialista.