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- Conquistar o carro 0km pode ser um sonho para muitos brasileiros
- Na lista dos 50 carros mais comercializados no Brasil em abril, o Fiat Mobi é o modelo mais barato, com um custo de R$ 68.999 no modelo mais básico
- Em um cenário como esse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado que pretende retomar preços mais acessíveis ao carro popular
- Enquanto as novas medidas não são anunciadas, quem deseja comprar um carro 0km popular precisa de planejamento financeiro
Conquistar o carro zero km pode ser um sonho para muitos brasileiros. No entanto, com os preços altos cobrados mesmo em veículos considerados populares, o objetivo requer planejamento financeiro e cuidados ao investir. Para se ter uma ideia, na lista dos 50 carros mais comercializados no Brasil em abril, o Fiat Mobi é o modelo mais barato, com um custo de R$ 68.999 na versão mais básica.
Em um cenário como esse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado que pretende retomar preços mais acessíveis ao carro popular, na casa dos R$ 45 mil a R$ 50 mil para um veículo simples. No dia 25 de maio, Dia da Indústria, o governo deve lançar um plano de incentivo ao setor automotivo, em um momento de queda de vendas e de suspensão de produção em fábricas.
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Enquanto as novas medidas não são anunciadas, quem deseja comprar um carro zero km popular precisa de planejamento financeiro. Para Antonio Van Moorsel, estrategista-chefe e sócio da Acqua Vero Investimentos, poupar é o primeiro passo na hora de pensar em qualquer objetivo, seja adquirir uma casa, um veículo ou outro bem. O investidor precisa reservar uma parte do seu orçamento mensal, deixando o restante disponível para despesas.
Segundo cálculos de Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e Planejadora Financeira CFP© pela Planejar, uma pessoa que recebe até três salários mínimos (R$ 3.960) poderia conquistar um Fiat Mobi de R$ 68.999 em 5 anos e 2 meses, caso reservasse apenas 20% da renda mensal e investisse o recurso acumulado à taxa de 13,75% ao ano (Selic atual). Mais simulações podem ser conferidas nesta reportagem.
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Outro ponto destacado por Van Moorsel, da Acqua Vero, é o cuidado com a ansiedade. No desejo de tentar reduzir o tempo para comprar um carro, investidores acabam buscando ativos de alto retorno, mas que apresentam mais riscos. Com as oscilações do mercado, podem levar o dobro de tempo planejado para alcançar o objetivo.
“É normal que os investidores busquem ativos que rendam mais com o objetivo de reduzir o tempo necessário para alcançar o montante desejado. O problema é que os investimentos que têm um retorno elevado também apresentam um risco maior, que pode acabar atrapalhando os planos do investidor, caso a aplicação não tenha o rendimento esperado”, destaca.
Quando se pensa em segurança, a primeira família de investimentos que vem à mente é a renda fixa. Dentro desse universo, algumas especificidades precisam ser levadas em conta. “O investidor deve se programar em relação ao prazo, ao vencimento daquele investimento, para que seja possível adquirir o bem dentro do tempo planejado. Digo isso porque alguns títulos de renda fixa têm vencimento em 2040, 2050, 2060”, afirma Van Moorsel.
Portanto, o investidor precisa pensar em até quanto tempo quer adquirir o seu carro popular. Nessa hora, vale levar em conta a liquidez dos papéis, pois vender os títulos antes do prazo de vencimento pode fazer com que a pessoa resgate um valor menor, a depender das condições de mercado.
Uma simulação realizada pela Monett, a pedido do E-Investidor, mostra quais aportes mensais um indivíduo precisaria fazer para comprar um Fiat Mobi básico, de R$ 68.999, em diferentes prazos. A análise também simula três opções de investimento: poupança, Tesouro Selic e Certificado de Depósito Bancário (CDB).
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Se a pessoa optasse pela poupança, precisaria aplicar R$ 3.554 por mês para alcançar o montante necessário, considerando o rendimento da caderneta nos últimos 12 meses, equivalente a 8,38%. Esse valor cairia para R$ 3.035, caso o investidor escolhesse o Tesouro Selic, que ofereceu um retorno de 11,02% líquido de Imposto de Renda no último ano.
Já um CDB que rende 110% do CDI se mostrou a opção mais atrativa, exigindo aportes mensais de R$ 2.839 para comprar o Fiat Mobi em um ano. Se a pessoa desejasse alcançar esse sonho no longo prazo, precisaria aplicar apenas R$ 138 por mês para adquirir o carro em 5 anos, considerando a rentabilidade de 12,12% líquido de Imposto de Renda ao ano.
Poupança
Aportes Mensais | Tempo em Anos |
---|---|
R$ 3.554 | 1 |
R$ 980 | 3 |
R$ 337 | 5 |
Tesouro Selic
Aportes Mensais | Tempo em Anos |
---|---|
R$ 3.035 | 1 |
R$ 674 | 3 |
R$ 181 | 5 |
CDB – 110% do CDI
Aportes Mensais | Tempo em Anos |
---|---|
R$ 2.839 | 1 |
R$ 574 | 3 |
R$ 138 | 5 |
Mesmo sendo a grande preferência dos brasileiros, a poupança tem baixa rentabilidade e não é recomendada por especialistas. Opções tão seguras e práticas quanto à caderneta são os títulos do Tesouro Direto e os CDBs, que contam com a proteção da própria União e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), respectivamente.
“Se você investisse somente na poupança para comprar esse carro, você precisaria aplicar mais de R$ 3,5 mil mensais em um ano. Já se optasse por um CDB que paga 110% do CDI, essa necessidade de investimento mensal já cairia cerca de 20%”, destaca Felipe Paletta, sócio da Monett.
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O CBD funciona como um título emitido por uma instituição financeira, sendo uma espécie de empréstimo ao banco. Ele pode ser prefixado ou pós-fixado, a depender das condições ofertadas pelo mercado. No primeiro caso, o valor dos rendimentos é conhecido no início da operação. Já no segundo, o investidor não sabe exatamente qual será o retorno final da aplicação, pois está atrelado a algum indicador da economia, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A opção pode ser vantajosa para aplicações acima de R$ 10 mil, pois não cobra uma taxa de custódia de 0,2%, diferentemente do Tesouro Selic, que funciona como um empréstimo para financiar gastos e investimentos do Governo Federal. Em troca, a União devolve os valores corrigidos tendo como base a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Nesta reportagem, reunimos mais informações sobre o título.