

O feriado de Páscoa pode ser uma boa oportunidade para quem deseja viajar. Realizar o objetivo, no entanto, demanda planejamento financeiro para não complicar as finanças. Quem não conseguiu se programar neste ano pode já ir começando a se preparar para o feriado de 2026. Com investimento prévio, alcançar o objetivo se torna mais fácil.
Um levantamento do buscador de viagens KAYAK mostrou um aumento de 116% nas pesquisas por voos na data em 2025, na comparação com 2024. Entre os destinos mais cobiçados, o destaque vai para o Rio de Janeiro, cujo preço médio da passagem de ida e volta está em R$ 1.896. São Paulo e Salvador completam o pódio da lista de preferências, com passagens de R$ 1.433 e R$ 2.727, respectivamente.
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A cidade do ranking com a passagem mais cara é Fortaleza, no Ceará. Para viajar ao destino, é preciso desembolsar em média R$ 3.137. Considerando esse valor, Carlos Castro, coordenador da comissão de embaixadores da Planejar, realizou a pedido do E-Investidor uma simulação de quanto uma pessoa precisaria investir ao longo do ano para viajar na Páscoa de 2026.
Se a opção for por um Certificado de Depósito Bancário (CDB) com rendimento de 120% do CDI, o investidor precisará aportar mensalmente R$ 248,69. O título tem uma rentabilidade líquida de 0,9% por mês. Já se a alternativa for pela poupança, será necessário investir R$ 251,22 por mês, pois a caderneta oferece um retorno mensal de 0,72%. Vale destacar que o levantamento é baseado nas projeções de curto prazo do Boletim Focus, do Banco Central, e não considera outros gastos envolvidos na viagem.
O levantamento já considera o desconto do Imposto de Renda (no caso dos CDBs e Tesouro Selic) e eventuais taxas, como a de custódia (da B3 para aplicações no Tesouro Direto). A caderneta de poupança é uma aplicação isenta.
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Castro destaca que, antes de tudo, é essencial que a pessoa construa sua reserva de emergência – nome dado ao dinheiro guardado para possíveis imprevistos. Nesta matéria, explicamos como montar essa reserva. “Esse valor garante um suporte caso ocorra algo não planejado na viagem, por exemplo”, afirma.
Luciana Ikedo, planejadora financeira e autora do livro Vida Financeira – Descomplicando, economizando e investindo, destaca os benefícios de começar a se planejar cedo para a Páscoa de 2026. “Quando você antecipa a organização, tem acesso a passagens mais baratas, consegue pesquisar hospedagens com mais calma e até negociar valores. E, além da economia direta, essa antecipação ajuda a evitar decisões de última hora que costumam pesar no bolso”, avalia.
Uma das dicas da planejadora é criar desde já uma reserva de viagem, destinando mensalmente um valor fixo só para esse objetivo. “Mesmo que você consiga separar pouco por mês, em um ano já terá acumulado um bom valor, o que poderá ajudar a cobrir boa parte das despesas de uma viagem. Ao longo do ano, vale também ficar de olho em promoções, pacotes e programas de milhas”, diz.
Castro, da Planejar, entende que uma boa opção consiste em transformar o investimento mensal dos valores em uma tarefa automática. “Em todo mês, a pessoa deve tentar guardar dinheiro para essa viagem, como se fosse um boleto para ser pago. Se ela esperar sobrar um dinheiro maior para investir, nunca vai conseguir reservar esse montante”, alerta.
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Segundo Márcia Tolotti, especialista em psicofinanças, muitas pessoas buscam a satisfação imediata, por isso, a sensação de ter uma recompensa “só depois” requer controle e equilíbrio emocional. “Começar a se planejar desde agora é uma forma de exercitar a disciplina e a resiliência. ‘Suportar’ um ano sem mexer no dinheiro é criar um hábito positivo financeiro”, reforça.
Para ajudar nessa tarefa, Tolotti explica que a pessoa pode fazer um combinado prévio com a família ou amigos sobre a viagem, já definindo um possível destino, como uma forma de estimar os valores necessários para cumprir o objetivo, o que inclui gastos com hospedagem, deslocamento, alimentação e passeios.
Apesar da necessidade de manter a disciplina, especialistas ressaltam que o planejamento financeiro não se trata de privação, mas sim de escolhas conscientes. “Viajar na Páscoa, assim como em qualquer outro feriado, pode ser uma experiência incrível e acessível, desde que feita com inteligência. E isso começa agora, organizando um orçamento, definindo prioridades e evitando dívidas que comprometam outros planos ao longo do ano. Vale lembrar que, quem se antecipa transforma o desejo de viajar em um projeto viável, e não em mais uma fonte de estresse e dividas”, conclui Ikedo.