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- Segundo a Febraban, os bancos concederam em média por mês R$ 5,2 bilhões em crédito consignado aos aposentados do INSS nos últimos 12 meses
- Os recursos foram contratados por 14,5 milhões de pessoas que têm um desconto médio de R$ 1,5 mil no valor da aposentadoria.
Os bancos suspenderam de forma provisória a oferta do crédito consignado para os aposentados nesta quinta-feira (16). A medida trata-se de um efeito reverso da decisão do governo que reduziu de 2,14% para 1,7% ao mês o teto de juros para a modalidade do empréstimo. Com a restrição da oferta, adotada pelas instituições financeiras, os aposentados precisam buscar outras linhas de crédito para organizar as suas finanças pessoais.
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Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nos últimos 12 meses, os bancos concederam em média por mês R$ 5,2 bilhões em crédito consignado aos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os recursos foram contratados por 14,5 milhões de pessoas que têm um desconto médio de R$ 1,5 mil no valor da aposentadoria.
Mas sem essa opção, restam outras linhas de crédito disponíveis para pessoas físicas. O problema é que, por não terem garantia de pagamento, a taxa de juros para as outras modalidades de empréstimo costuma ser bem maior em relação ao consignado. É o caso do do cartão de crédito. De acordo com o Banco Central (BC), a média dos encargos atribuídos para essa modalidade fica em torno de 14,6% para o rotativo, quando o consumidor paga apenas o valor mínimo da fatura, e de 9% para parcelamento.
Veja a taxa média de juros cobrada pelos bancos em cinco opções de crédito:
Modalidade de empréstimo | Média da taxa de juros |
Rotativo de cartão de crédito | 14,6% a.m |
Parcelamento de cartão de crédito | 9% a.m |
Cheque especial | 7% a.m |
Empréstimo pessoal | 6,2% a.m |
Empréstimo com garantia de veículo | 2,1% a.m |
Fonte: Banco Central |
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Os juros cobrados no cheque especial também costumam ser um dos mais elevados do mercado. Ainda de acordo com o BC, a média dos encargos cobrados pelos bancos fica em torno de 7% ao mês. “A opção seria um crédito pessoal parcelado que é um pouco mais caro em relação ao consignado porque não tem a garantia de pagamento, mas consegue ser melhor do que o cheque especial e o cartão de crédito”, diz Raul dos Santos Neto, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (IBEF/CE).
Para essa modalidade, citada por Neto, a média da taxa de juros adotada pelas instituições financeiras fica em torno de 6,2% ao mês. Ou seja, quatro pontos porcentuais acima do antigo teto da taxa de juros do consignado. No entanto, o setor financeiro oferece outras opções com taxas mais acessíveis e com garantia de pagamento, como o caso dos empréstimos com garantia de veículo. Nesta modalidade, os encargos ficam em torno de 2,1% em média por mês.
No entanto, os aposentados precisam ficar atentos em outros detalhes antes de contratar qualquer empréstimo. Isso porque em caso de inadimplência pode ter o veículo tomado pelo banco para a quitação da dívida. Por isso, além de olhar os juros, é preciso verificar se as parcelas estão de acordo com a sua realidade financeira.
“Quando se trata de aposentado, que possui um risco maior de aparecer despesas inesperadas, recomendo uma cautela maior. Por isso, o comprometimento deve ser abaixo de 20% da renda”, diz Carlos Lopes, economista do banco BV. Por isso, a recomendação é analisar primeiro o orçamento pessoal para avaliar se há margem que pode ser comprometida com empréstimos. “Não tome o crédito sem saber quando e se terá condições de pagar.
Entenda o caso
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) reduziu o teto da taxa de juros para o empréstimo consignado aos aposentados do INSS de 2,14% para 1,7%. A decisão aconteceu na segunda-feira (13) por 12 votos a 3. No entanto, a medida trouxe efeitos contrários para o mercado. Com a novo teto, vários bancos decidiram suspender de forma provisória a concessão desse crédito.
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Segundo informações divulgadas pelo Estadão, o Itaú Unibanco, Mercantil do Brasil, Banco Pan, Daycoval, Agibank, Banco do Brasil e Caixa estão entre as instituições que adotaram essa medida. Em nota, a Febraban informou que os patamares de juros fixados precisam ser adequados com a estrutura de custo do produto e que a medida adotada pelo governo restringe o acesso ao crédito para os aposentados.
“Os novos tetos têm elevado risco de reduzir a oferta do crédito consignado, levando um público, carente de opções de crédito acessível, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais caras (produtos sem garantias), pois uma parte considerável já está negativada”, afirmou a Federação em nota à imprensa.