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Educação Financeira

Tesouro Direto: como funciona?

Aprenda tudo sobre os títulos públicos, que podem trazer mais segurança e rentabilidade para os investimentos

Tesouro Direto: como funciona?
Tesouro Direto. (Foto: Adobe Stock)

O Tesouro Direto contempla títulos públicos do programa do Tesouro Nacional, desenvolvido em parceria com a B3. O governo retira dinheiro desses papéis para financiar gastos e investimentos e, em troca, devolve o valor acrescido de juros.

Por estarem associados à União, os títulos públicos podem trazer maior segurança e rentabilidade. “Emprestar para o governo é bem mais seguro que financiar uma empresa ou um banco na nossa economia”, afirma Christopher Galvão, analista de Fundos de Investimentos da Nord, nesta entrevista para o E-Investidor.

Dentro do Tesouro, há possibilidade de investir em tesouro prefixado (ou seja, com rentabilidade definida previamente), tesouro IPCA (ligado à variação da inflação) e Tesouro Selic (vinculado à taxa básica de juros, a Selic).

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Além desses títulos, o governo disponibilizou o Tesouro Renda+, em janeiro de 2023, para funcionar como um complemento à aposentadoria. Meses depois, foi criado o Tesouro Educa+, que representa uma forma de investimento para o pagamento das mensalidades de uma universidade privada. O Tesouro Direto permite aplicações a partir de R$ 30,00.

Como investir no Tesouro Direto

A escolha do investimento pode variar com o perfil do investidor. Pensando nisso, o Tesouro disponibilizou um simulador em seu site para testar qual título funciona melhor para o objetivo e o perfil de cada pessoa.

Com um título em mente, é preciso definir se prefere iniciar a aplicação pelo cadastro simplificado ou pelo fluxo tradicional. Na primeira alternativa, implementada em dezembro de 2022 com o nome de Cad&Pag, o usuário deve entrar no sistema do Tesouro a partir do login Gov.br. Depois, precisa selecionar o título para investir, enviar as informações pessoais e escolher uma das instituições parceiras – Banco InterÓrama e a Terra Investimentos. Por fim, basta realizar o pagamento do produto, que pode ser feito via Pix, desde que a pessoa seja a titular da chave.

Se a opção do investidor for pelo fluxo tradicional, o usuário deve ter uma conta em uma corretora ou banco habilitado, que será o agente de custódia. As alternativas disponíveis podem ser verificadas nesta página. Com a conta criada, a pessoa precisa entrar em contato diretamente com a instituição financeira para solicitar o cadastro e a senha de acesso ao Tesouro Direto.

O investidor então vai receber por e-mail uma senha provisória enviada pela B3, que deve ser posteriormente alterada, contendo entre 8 e 16 dígitos, com letras, números e caracteres especiais. Com o acesso à plataforma liberado, o cliente poderá escolher o valor da aplicação e efetuar o pagamento do produto, a partir do dinheiro transferido para o agente de custódia.

Dependendo da política do banco ou da corretora, os investimentos só poderão ser feitos pelo site da própria instituição financeira, mas o acesso à área exclusiva da plataforma do Tesouro Direto sempre ficará disponível para consultas complementares.

Qual é o melhor título do Tesouro para investir

E-Investidor conversou com analistas do mercado financeiro para saber quais títulos do Tesouro Direto estão em destaque no mercado.

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Para Alexandre Marques, gerente de produtos de renda fixa da Ágora Investimentos, o Tesouro Selic é o título mais conservador. Como o seu rendimento é atrelado à taxa básica de juros, essa é a opção mais indicada para a construção da reserva de emergência. Isso significa que se a Selic aumentar, o retorno do título também cresce.

“Caso o investidor tenha a necessidade de utilizar o recurso antes da data de vencimento do título, essa é a modalidade mais indicada”, diz Marques. Como o título acompanha a variação da Selic, não há impacto da marcação a mercado, o valor que o investidor receberia no dia de hoje se vendesse o título ou cota.

O Tesouro Prefixado 2027 é outra opção dentro do Tesouro Direto e oferta, nesta quarta-feira (17), a rentabilidade está em 11,44% ao ano. Ou seja, até 1 de janeiro de 2027, esse título ficará travado com esse rendimento. “Ele dá previsibilidade e permite, no momento da aplicação, conhecer exatamente qual será a rentabilidade no período”, diz Marques.

“Os títulos prefixados e os atrelados ao IPCA, como Tesouro IPCA, Renda+ e Educa+, não são indicados caso o investidor tenha a necessidade de utilizar o recurso antes da data de vencimento. Caso seja esse o cenário, o Tesouro Selic seria a opção mais recomendada”, aponta Marques.

Ainda assim, independentemente da escolha, ele reforça que o melhor momento para investir é “hoje”. “Os juros compostos farão seu trabalho ao longo do tempo e quanto antes começar, melhor”, diz.

Impostos e taxas sob o rendimento

Apesar de garantir rentabilidade diária, o investidor que opta pelos títulos do Tesouro Direto não recebe como remuneração exatamente 100% do valor investido. Isso porque pode haver custos incidentes sobre a operação, como impostos ou taxas.

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A cobrança sob os rendimentos é automática, sendo realizada pela instituição financeira do investidor, na hora do vencimento ou resgate, apenas sobre os rendimentos obtidos no período em que o dinheiro esteve aplicado, não sobre o montante total investido.

O Imposto de Renda (IR) é descontado no momento do resgate. A alíquota é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você carregar o título, menos imposto irá pagar. Confira abaixo os prazos com as respectivas taxas.

  • 22,5%, em investimentos com prazo de até 180 dias;
  • 20%, em investimentos com prazo de 181 dias até 360 dias;
  • 17,5%, em investimentos com prazo de 361 dias até 720 dias;
  • 15%, em investimentos com prazo acima de 720 dias.

Também é possível pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que apresenta uma tributação regressiva para aplicações de até 30 dias. Caso o investidor mantenha seu título por mais de 30 dias, o IOF é zero.

Existe ainda a taxa de custódia da B3, cobrada em janeiro e julho – ou na venda antecipada e encerramento de posição -, sendo 0,20% do saldo total de suas aplicações. As aplicações de valor inferior a R$ 10 mil no Tesouro Selic estão isentas.

Por fim, há a taxa de administração, uma cobrança feita por parte da instituição financeira (corretora, banco ou distribuidoras de valores) para custear suas atividades. Seu valor é opcional e varia dependendo da empresa. O investidor pode encontrar a relação das instituições financeiras no site do Tesouro Direto, clicando aqui.