- Petrobras ON disparou 4,48% e alcançou R$ 16,36 por papel, mesmo com a baixa do preço do petróleo no exterior
- Eletrobras PNB teve alta de 2,89%, a R$ 25,65 por ação
- Banco do Brasil ON subiu 6,05% para R$ 25,77 por ação, ao passo que BB Seguridade ON avançou 3,24% para R$ 25,19 por papel
Diferentemente do tombo da última sexta-feira (24), com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, as ações das estatais reagiram nesta segunda-feira. Segundo profissionais de mercado, dois motivos justificam a alta dos ativos.
Leia também
O primeiro deles, pela manhã, foi a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre a confiança em Paulo Guedes no Ministério da Economia. Depois de muitos rumores sobre a saída do ministro após o caso Moro, o presidente se reuniu pela manhã com Guedes e afirmou que “o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes”. O ministro também garantiu que o governo segue firme com sua política econômica e o compromisso com o ajuste fiscal não muda.
Já no período da tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que um processo de impeachment ou de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) “precisam ser pensados com muito cuidado”.
Publicidade
Segundo Maia, o parlamento tem que priorizar da crise da covid-19. “Devemos voltar e debater de forma específica o enfrentamento do coronavírus. Essa deve ser nossa prioridade”, disse.
Em outras palavras, sem possibilidade de CPI e de impeachment, e com o ministro Paulo Guedes na Economia, os preços das ações das estatais tinham espaço para reagir.
Banco do Brasil ON subiu 6,05% para R$ 25,77 por ação, ao passo que BB Seguridade ON avançou 3,24% para R$ 25,19 por papel. Eletrobras ON teve valorização de 1,93% para R$ 22,20 por ação, enquanto Eletrobras PNB teve alta de 2,89%, a R$ 25,65 por ação.
Já Petrobras PN subiu 2,57%, a R$ 16,36 por ação, ao mesmo tempo em que Petrobras ON disparou 4,48% e alcançou R$ 16,36 por papel, mesmo com a baixa do preço do petróleo no exterior.
Governo x Congresso
Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, a questão central da crise política será como o governo irá manobrar seus projetos no Congresso e construir sua base daqui para frente após perder um dos ‘superministros’.
Publicidade
“A reaproximação do centrão será chave para esse diálogo, sem falar da necessidade de evitar atritos desnecessários com a equipe econômica para restabelecer o elo de confiança com o mercado”, completou Ribeiro.
Sobre a fala de Maia, Cristiane Fensterseifer, analista de ações da casa de análise Spiti, acredita que, na visão do presidente da Câmara, “uma crise política aceleraria mais as incertezas, indicando que não deve aceitar o pedido de impeachment contra Bolsonaro”.
Para o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira, o presidente da Câmara falou de forma conciliatória (pelo menos nesse momento). Ele diz que Maia avalia que o país precisa se preocupar com a crise da covid-19, que os processos de impeachment que chegam deve ser pensados com cuidado e que a crise política vai acelerar incertezas.
“Ele afastou a possibilidade de andamento do impeachment de Bolsonaro e o mercado voltou a reagir bem”, observou Bandeira.
Publicidade