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- Investidores brasileiros tentam replicar movimento de short squeeze ocorrido com a empresa americana GameStop, no IRB Brasil Resseguros
- Especialista explica que movimento é arriscado e recomendação é investir em empresas com perspectivas mais claras
Nas últimas semanas, a ação coordenada de pequenos investidores americanos deu o que falar no mercado e fez com que os tubarões de Wall Street tivessem que lidar com prejuízos milionários. Um forte movimento comprador de usuários do fórum Reddit fez as ações da varejista de games GameStop saltarem mais de 600% no acumulado de janeiro – o que deu dor de cabeça para os grandes fundos de investimento que possuíam enormes posições vendidas na empresa e precisaram recomprar as ações (short squeeze).
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Agora, os investidores brasileiros parecem querer replicar o movimento ocorrido nos Estados Unidos, no polêmico IRB Brasil Resseguros (IRBR3). Na última quinta-feira (28) as ações do ressegurador fecharam o pregão com alta de 17,82%, para R$ 7,67. Para Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren, apesar da alta nesta manhã, será difícil emplacar uma valorização tão expressiva quanto a que ocorreu com os papéis da GameStop.
“Aqui a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem uma atuação forte e pode inibir esse tipo de movimento. Nos EUA também foi algo muito puxado por pessoas físicas, que aqui ainda são minoria na Bolsa”, explica o especialista.
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Na visão de Cavaca, participar desse tipo de movimento é arriscado, já que não existem fundamentos para alta. “A própria GameStop é uma empresa que não tinha perspectivas muito boas, por ser bastante concentrada no varejo físico, com um público bem específico”, diz. “No IRB também não temos uma visão clara. Sempre recomendamos investir em empresas mais sólidas, com resultados consistentes.”
Para Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, esse movimento não é nada sustentável. “Tanto IRB como Gamestop não têm fundamento para sustentar os valores que já estão se apresentando”. diz
Como o brasileiro é criativo e gosta de importar as novidades, um grupo do Telegram com mais de 17 mil membros (até 14h desta quinta-feira) está tentando replicar o movimento de short squeeze nos papéis de IRB.
Em uma mensagem fixada no grupo, um administrador afirma que o objetivo é “ver um short squeeze no IRB”, mas diz que precisa adaptar as postagens de acordo com as regras do mercado, para não ter problema com a CVM.
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Segundo Meneses, copiar esse movimento aqui é muito mais difícil, pois há mais pessoas no fórum do Reddit do que CPFs na B3. “O mercado lá fora é muito maior e a participação do investidor comum também é maior, sendo aproximadamente 50 milhões de investidores contra 3 milhões do Brasil”, diz
Na visão de Meneses, o que move essas ações não é nem só os investidores se juntarem, mas sim, o efeito FOMO, na tradução medo de ficar de fora. “As pessoas vão comprar só para não perder a oportunidade”, diz.
Nesta sexta-feira (29), o IRB comunicou ao mercado que não teve conhecimento de fatos ou atos que justificassem a valorização expressiva das ações e que a empresa ficou sabendo da tentativa de replicar o short squeeze pela imprensa. “A Companhia não possui nenhum envolvimento ou ingerência nesse movimento – não tendo sequer condições de verificar a veracidade das informações relatadas – sendo que todas as informações que possui a respeito são aquelas disponíveis publicamente nas redes sociais e na imprensa”, afirma o ressegurador.
/COM LUIZ FELIPE SIMÕES.
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