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- Apesar da valorização do dólar, alguns investimentos voltados ao mercado norte-americanos não apresentaram ganhos durante o período
- O índice BDRx, por exemplo, que reúne os principais BDRs listados da B3, acumulam uma desvalorização de 3,26% no acumulado de setembro
Mesmo com a queda de 0,16% nas negociações de quinta-feira (28), o dólar continua cotado a R$ 5 e anima os investidores que desejam investir na moeda estrangeira. O alcance desse patamar de preço acontece nas negociações da última quarta-feira (27) diante da percepção de risco no mercado internacional. Com o fôlego ao longo da semana, a valorização do dólar chegou a 2,55% no acumulado de setembro, de acordo com os dados da Economatica.
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Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, explica que o movimento reflete a possibilidade de novos aumentos da taxa de juros nos Estados Unidos e, com isso, os títulos de renda fixa norte-americanos devem ficar ainda mais atrativos. “Outro fator que está exercendo um peso significativo é a crise em nosso maior parceiro comercial, a China. A falta de medidas de estímulo do governo chinês está impactando as moedas de países emergentes”, informa Costa.
Para que a tendência de valorização permaneça e se estenda ao longo do mês de outubro, os indicadores econômicos do mercado dos Estados Unidos devem reforçar a necessidade de continuidade do ciclo de aperto monetário no país. “O mercado de trabalho permanece aquecido, mesmo com as taxas de juros elevadas, o que sugere que a economia do país pode estar começando a entrar em uma nova fase neutra”, acrescenta Costa.
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No entanto, mesmo com a sinalização positiva, os investidores posicionados em ativos internacionais não tiveram os mesmos rendimentos. Durante o mesmo período, os BDRs (Brazilian Depositary Receipt), ativos negociados na Bolsa de Valores brasileira que representam ações listadas no exterior, não entregaram bons rendimentos aos investidores. Segundo um levantamento da Economatica, enviado a pedido do E-Investidor, o índice BDRX, que reúne os principais BDRs listados na B3, acumula uma queda de 3,26% em setembro.
Por outro lado, os fundos cambiais conseguiram acumular ganhos diante da valorização da moeda estrangeira. Segundo a Economatica, Carbon Dolar Cambial FI e BNP Paribas FI Cambial II foram os que apresentaram as maiores rentabilidades com altas de 1,2% e 1,19%, respectivamente.
Já o ETF iShares S&P 500 (IVVB11), que replica a carteira do índice S&P 500, o maior do mercado dos Estados Unidos, deve encerrar setembro no campo negativo. De acordo com a Economatica, o ETF apresenta uma desvalorização de 3,29%. Segundo Shinichiro Fukui, sócio da Stratton Capital, o fraco desempenho reflete o pessimismo dos investidores para o mercado de renda variável nos Estados Unidos.
A recente alta do petróleo gerou preocupação dos investidores de uma possível alta inflacionária que obriga o Fed, Banco Central dos EUA, a estender por mais tempo o ciclo de aperto monetário no país. “A expectativa negativa para a atividade econômica pode antecipar movimentos das empresas em cortes de custos, por exemplo. Então, o mercado se antecipa e vende as ações”, afirma Fukui.
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