Investimentos

Banco do Brasil (BBAS3) aprova plano de reorganização e FII BBPO11 despenca

Fechamento de agências mexe com humor do investidor do fundo imobiliário. Mas especialistas discordam e não enxergam motivos para a queda

Banco do Brasil (BBAS3) aprova plano de reorganização e FII BBPO11 despenca
Foto: Aline Bronzati/Estadão
  • O Banco do Brasil aprovou um plano de reorganização para ganhos de eficiência operacional que prevê uma economia de R$ 353 milhões em 2021, avaliado de forma positiva pelo mercado
  • Apesar disso, o fundo imobiliário BB Progressivo II (BBPO11) despencou 5,11%, a R$ 113, desde o anúncio
  • Especialistas afirmam que não há motivos concretos que justifiquem a queda, mas isso não significa que o FII terá boa rentabilidade no longo prazo

Em fato relevante divulgado na segunda-feira (11), o Banco do Brasil (BBAS3) informou  a aprovação do seu plano de reorganização para ganhos de eficiência operacional que prevê uma economia de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025. O movimento foi visto com bons olhos pelo mercado e o bancos, como o Goldman Sachs, reiteraram a recomendação de compra para a ação da estatal.

Entre as mudanças que serão realizadas estão o programa de desligamento, com expectativa de adesão de 5 mil funcionários; o desativamento de 361 unidades (112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento); a conversão de 243 agências em postos de atendimento e oito postos em agências; a transformação de 145 unidades de negócios em Lojas BB; e a criação de 28 unidades de negócios (14 agências especializadas agro e 14 escritórios leve digital).

Quem parece ter sofrido com a novidade, no entanto, foi o fundo imobiliário  BB Progressivo II (BBPO11). Desde segunda, o FII acumula desvalorização de 5,11%, a R$ 113, até o fechamento do mercado desta terça (12).

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O BBPO11 foi criado em 2012 e possui 64 agências e centros administrativos do BB por todo o Brasil. O fundo não tem como objetivo a venda dos imóveis, e sim gerar renda os alugando à própria instituição. O prazo inicial dos aluguéis foi de 10 anos, com vencimento em novembro de 2022.

Não há motivos concretos que sustentam a queda

Segundo especialistas consultados pelo E-Investidor, a desvalorização do BBPO11 não é justificada por nenhum motivo concreto. Isso porque o pagamento do aluguel de todos os ativos do fundo está garantido até o final de 2022 e ainda não se sabe se o desativamento das unidades vai atingir algum imóvel que pertença ao FII.

“O movimento de queda acontece pela antecipação de incertezas, mas acredito que ela tenha sido maior do que deveria ser”, afirma José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos.

Ainda que os estabelecimentos sejam cortados, eles podem ser substituídos por outros investimentos do fundo. “Não existem indicadores diretos, neste momento, de redução da rentabilidade do fundo”, diz Carlos Ferrari, sócio do NFA Advogados.

Apesar disso, Ferrari pontua que, no longo prazo, a perspectiva do fundo pode ser negativa por conta da tendência de um mercado bancário mais digitalizado. Ou seja, com menos pessoas precisando ir ao banco para resolver seus problemas e pagar contas.  “Os gestores têm conhecimento desse cenário e se movimentam para buscar novas oportunidades de rentabilizar os ativos”, diz Ferrari.

Cabe ao investidor, porém, avaliar se faz sentido manter o BBPO11 na carteira e se o risco está de acordo com a sua atual estratégia de investimentos.

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