- Para BlackRock, membros do Federal Reserve (Fed) “serão forçados a fazer uma pausa” no ciclo de alta de juros nos próximos meses
- O representante do mercado destaca ainda que a incerteza quanto à trajetória que a inflação seguirá vai alimentar a volatilidade dos mercados
- Para a instituição, no atual cenário inflacionário, os bancos centrais não tem as ferramentas adequadas para sanar o problema
Antes da divulgação da ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, em inglês), na tarde desta quarta-feira (23), a BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, declarou ao E-Investidor que prevê que os membros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) “serão forçados a fazer uma pausa” no ciclo de alta de juros nos próximos meses.
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A previsão é de que o Fed desacelere o ritmo de alta nos juros antes que a inflação chegue a 2%. “Achamos que eles serão forçados a fazer uma pausa, quando os danos econômicos ficarem mais claros em variáveis como o desemprego e quando as rachaduras financeiras começarem a aparecer”, destaca Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos para América Latina da BlackRock.
Atualmente, o Fed enfrenta uma escolha entre crescimento e inflação: “Eles devem escolher: ou levar a inflação de volta às metas de 2% esmagando a demanda e empurrando a economia para uma recessão ou viver com uma inflação mais alta para proteger o crescimento”, aponta Christensen. Até o momento, o Fed aposta na primeira opção.
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O representante do mercado destaca ainda que a incerteza quanto à trajetória que a inflação seguirá, bem como o esforço do Fed para aumentar a taxa de juros continuarão a alimentar a volatilidade dos mercados. No entanto, o estrategista destaca que ainda há um longo caminho a percorrer antes que o Fed atinja sua meta pré-pandêmica de 2%, considerando que a alta inflação dos EUA se deve principalmente a restrições de produção.
Recessão não é descartada
Para a instituição, no atual cenário inflacionário, os bancos centrais não têm as ferramentas adequadas para sanar o problema — elas podem apenas impactar a demanda. Uma recessão já não é descartada. “Entrar em uma recessão moderada não é apenas provável, mas necessário para reduzir a inflação”, afirma Axel Christensen.