Ibovespa segue acima dos 146 mil pontos em outubro, impulsionado pelo fluxo estrangeiro e pelo otimismo em bancos, utilities e small caps. (Foto: Adobe Stock)
Em meio à volatilidade global, o mês de outubro começa com o Ibovespa rondando os 146 mil pontos, depois um setembro com oito pregões renovando máximas. Para este mês, analistas mantêm a aposta em ações de setores sólidos e companhias de resultados consistentes.
Esse movimento é reforçado pelo cenário descrito por Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos. “O Ibovespa se mantém acima dos 146 mil pontos, mostrando uma certa resiliência do mercado brasileiro, mesmo diante da correção técnica e do mau humor global”, afirma.
Para outubro, o investidor deve acompanhar de perto as perspectivas para a taxa Selic e os dados de atividade econômica, como o IPCA, que afetam consumo e no crédito. No exterior, o risco de shutdown nos Estados Unidos e os sinais do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) em relação aos cortes de juros são, segundo ele, vetores decisivos.
No Andbank, o foco recaiu em nomes que combinam geração de caixa, distribuição de dividendos e valuations ainda considerados atrativos. De acordo com o relatório, empresas como Itaú Unibanco e Itaúsa seguem como apostas firmes pela resiliência dos resultados e pela atratividade dos proventos. Os analistas destacam os pontos positivos da instituição financeira, como o preço em relação a cotação do papel e os pagamentos de dividendos.
O banco manteve resultados consistentes, reforçou perspectivas positivas e continua com valuation [que calcula o valor de uma empresa] atrativo, podendo oferecer dividend yield [relação entre os dividendos pagos por uma ação e seu preço] entre 10% e 11% em 2025.
Utilities como Copel e Eletrobras também entraram na carteira, com expectativa de reforço nas políticas de dividendos. O portfólio do Andbank ainda contemplou empresas como Bradesco, BB Seguridade, Minerva, PetroRio, Telefônica Brasil (Vivo) e Vale, todas vistas como oportunidades por apresentarem fundamentos sólidos ou negociarem a preços descontados na Bolsa.
Nesse contexto, Boragini ressalta que bancos e utilities se mantêm como pilares defensivos.
“São ativos robustos, fortes geradores de caixa, o que chamo de volatilidade de qualidade. Para o investidor mais conservador, faz sentido manter uma base sólida em defensivos”, explica. Ele pondera, no entanto, que o início da queda dos juros domésticos ainda está distante (possivelmente no início de 2026). A melhora gradual do cenário externo, com o corte de juros do Federal Reserve, pode abrir espaço para setores cíclicos.
Varejo, construção civil e até tecnologia tendem a ganhar tração. Pode ser o momento de aumentar seletivamente a exposição em papéis ligados à economia doméstica, sempre respeitando o perfil de risco do investidor.
A Terra Investimentos ressalta que a montagem da carteira passa por análises macro e microeconômicas combinadas. “Debatemos a agenda macroeconômica e corporativa para o mês, avaliando setores que devem ser beneficiados pela conjuntura econômica projetada. Depois, selecionamos as companhias que tendem a se destacar frente a seus pares”, explicam os analistas, lembrando que as mudanças só ocorrem uma vez por mês.
A corretora adota, assim, uma abordagem mista entre análise top-down e bottom-up, privilegiando empresas com múltiplos atrativos e potencial de crescimento de resultados.
Já a Ágora Investimentos chama a atenção para o pano de fundo global que sustenta a Bolsa brasileira. “O Ibovespa atingiu máxima histórica acima dos 146 mil pontos, impulsionado pelo movimento de desvalorização do dólar e pelo fluxo de capital para emergentes. Ainda assim, os múltiplos seguem atrativos, o que reforça a tese de valorização”, apontam.
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A corretora lembra, porém, que em ciclos de juros altos, como o atual, é preciso seletividade, já que em metade desses momentos históricos o Ibovespa rendeu menos que o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). “Seguimos com uma abordagem equilibrada, combinando ações de dividendos e papéis mais sensíveis ao ciclo econômico.”
Boragini concorda que esse pode ser um momento de virada para as small caps, mas reforça a necessidade de cautela. “Essas empresas se beneficiam mais da redução do custo de capital, mas é sempre preciso avaliar a qualidade da gestão e a geração de caixa”, explica. O especialista acrescenta:
Para investidores com perfil arrojado, já é possível montar posições seletivas em nomes com potencial de crescimento. Já quem prefere resiliência pode permanecer em bancos e utilities sem perder oportunidades.
Embora os analistas reconheçam os riscos de curto prazo, o tom é otimista para outubro. As casas concordam que bancos e utilities permanecem como pilares defensivos, enquanto setores mais cíclicos, a exemplo de consumo, commodities e exportadoras, podem oferecer ganhos adicionais em caso de melhora do cenário internacional e de cortes de juros domésticos.
Para Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, a volatilidade vai perdurar, mas outubro pode sim ser positivo para a Bolsa, impulsionado pelo fluxo estrangeiro e pelo carry trade [tomar empréstimos em uma moeda com taxa de juros mais baixas]. “O investidor precisa apenas alinhar suas escolhas ao próprio perfil de risco, equilibrando defensivos e cíclicos”, lembra ele.
Ágora Investimentos
A Ágora não fez alterações para a carteira de outubro.
Ações
BTG Pactual (BACP11)
Copel (CPLE6)
Direcional (DIRR3)
Itaú (ITUB4)
Multiplan (MULT3)
Petrobras (PETR4)
Sabesp (SBSP3)
Vale (VALE3)
Vibra Energia (VBBR3)
Weg (WEGE3)
AndBank
O Andbank diversificou sua carteira, passando de retirando Assaí (ASAI3), JBS (JBSS32) e Santos Brasil (STBP3) e acrescentando Bradesco (BBDC4), Eletrobras (ELET6) e Minerva (BEEF3).
Ações
Bradesco (BBDC4)
BB Seguridade (BBSE3)
Copel (CPLE6)
Itaú (ITUB4)
Itaúsa (ITSA4)
Eletrobras (ELET6)
Prio (PRIO3)
Minerva (BEEF3)
Telefônica Brasil (VIVT3)
Vale (VALE3)
BB Investimentos
O BB mudou a sua carteira por completo para outubro. Saíram Minerva (BEEF3), Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3), Banco Santander (SANB11) e Smartfit (SMFT3), com entrada de Banco BTG Pactual (BPAC11), Cia Siderúrgica Nacional (CSNA3), Caixa Seguridade (CXSE3), Eneva (ENEV3) e Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).
Ações
Banco BTG Pactual Unit (BPAC11)
Cia Siderúrgica Nacional (CSNA3)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Eneva ON (ENEV3)
Grupo Pão de Açúcar (PCAR3)
Empiricus
A Empiricus fez duas mudanças: retirou as ações da Suzano (SUZB3) e Grupo SBF (SBFG3) e acrescentou as ações da Rede D’Or (RDOR3), Itaú (ITUB4) e Direcional (DIRR3).
Ações
Energisa (ENGI11)
Rede D’Or (RDOR3)
Itaú (ITUB4)
Prio (PRIO3)
Equatorial (EQTL3)
Iguatemi (IGTI11)
Porto Seguro (PSSA3)
Localiza (RENT3)
Cosan (CSAN3)
Itaú (ITUB4)
Direcional (DIRR3)
Genial Investimentos
A Genial fez quatro mudanças: retirou as ações da MBRF (MBRF3), Porto Seguro (PSSA3), Tegma (TGMA3) e Marcopolo (POMO4) e acrescentou as ações da Bemobi (BMOB3), JHSF (JHSF3), Ser Educacional (SEER3) e Totvs (TOTS3).
Ações
Bemobi (BMOB3)
C&A (CEAB3)
Cogna (COGN3)
Direcional (DIRR3)
Embraer (EMBR3)
JHSF (JHSF3)
Moura Dubeux (MDNE3)
Ser Educacional (SEER3)
Totvs (TOTS3)
Unipar (UNIP6)
Monte Bravo
A Monte Bravo não fez nenhuma alteração para outubro.
Ações
Itausa (ITSA4)
Weg (WEGE3)
Suzano (SUZB3)
Vale (VALE3)
Rede D’Or (RDOR3)
Sabesp (SBSP3)
Eletrobras (ELET3)
Equatorial (EQTL3)
BB Seguridade (BBSE3)
Direcional Engenharia (DIRR3)
Petrobras (PETR4)
Neo energia (NEOE3)
Jereissati (IGTI11)
Nubank (ROXO34)
Terra Investimentos
A Terra fez três mudanças na carteira recomendada de ações para outubro. A corretora retirou os papéis da Allos (ALOS3), Eletrobras (ELET3) e RD Saúde (RADL3) e incluiu os ativos da Motiva (MOTV3), Rede D’Or (RDOR3) e Santander (SANB11).
Ações
Cosan (CSAN3)
Gerdau (GGBR4)
Klabin (KLBN11)
Localiza (RENT3)
Prio (PRIO3)
Vale (VALE3)
Weg (WEGE3)
Motiva (MOTV3)
Rede D’Or (RDOR3)
Santander (SANB11)
BTG Pactual
O BTG fez 2 mudanças para sua carteira de outubro. Retirou os papéis da Motiva (MOTV3) e Equatorial (EQTL3) e substitui-os pelos da Localiza (RENT3) e Copel (CPLE6)