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Investimentos feijão com arroz: como montar uma carteira básica e rentável

Títulos do Tesouro e fundos de índice são formas de diversificar os investimentos para quem está começando a investir

Investimentos feijão com arroz: como montar uma carteira básica e rentável
Foto: Envato Elements
  • Diversificar os investimentos é importante, mas ao ser feito sem estratégia pode acabar sendo prejudicial.
  • Analistas recomendam começar com uma carteira básica, o "arroz com feijão", e só depois partir para aplicações mais sofisticadas.

Diversificar os investimentos costuma ser uma das principais recomendações dos assessores, mas em meio a tantas opções, pode ser difícil saber onde aplicar o dinheiro. Entre títulos de renda fixa, ações, fundos e até mesmo criptomoedas, o investidor corre o risco de acabar pulverizando seus recursos e perdendo o controle da rentabilidade no fim do mês.

Para evitar que isso ocorra, analistas ouvidos pelo E-Investidor mostram quais são os investimentos “feijão com arroz”, aqueles que não podem faltar na carteira dos brasileiros, e que garantem a proteção do patrimônio.

Antes de definir quais ativos farão parte da carteira, o investidor deve ter em mente alguns fatores. O primeiro é o perfil de risco, que definirá o percentual de alocação em renda fixa e variável. O segundo ponto são os objetivos de curto, médio e longo prazo. E, por fim, é preciso saber qual o valor disponível para investimento inicial e qual será o aporte mensal.

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Renda fixa

Definidos esses pontos, os analistas recomendam começar com dois investimentos básicos de renda fixa: o Tesouro Selic, para formação da reserva de emergência, e o Tesouro IPCA+ para os objetivos de longo prazo, como a compra de um imóvel ou aposentadoria. Os títulos do Tesouro Direto possuem o menor risco do mercado, pois são garantidos pelo governo federal, e oferecem retornos competitivos em relação a outras aplicações, como CDBs.

“A gente tem títulos do Tesouro no Brasil que podem ser uma bola de segurança para o investidor. O Tesouro IPCA, por exemplo, vai pagar 5% ao ano, mais a inflação. Você não encontra nada melhor que isso no mercado com um risco tão baixo. É um título que quem pensa no longo prazo não pode deixar de ter”, explica Cristiano Correa, professor de Finanças Ibmec.

Júlia Aquino, analista de ações da Rico, acrescenta que o Tesouro Selic é uma boa opção para a reserva de emergência, pois possui liquidez. Ou seja, o investidor pode sacar o dinheiro a qualquer momento sem perdas.

“A reserva de emergência funciona como um porto seguro, e por isso mesmo esse dinheiro deve ser investido em produtos com as seguintes características: liquidez, para que seja possível resgatar o dinheiro imediatamente e com facilidade; baixo risco, em produtos mais conservadores, para manter seu capital protegido; e baixo custo, considerando taxas de administração e custódia”, aponta.

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Renda variável

Se o investidor possui perfil de risco mais arrojado e quer ingressar na renda variável, há algumas opções: montar a sua própria carteira de ações; escolher um fundo de investimento com gestão ativa, em que o gestor irá selecionar os papéis; ou aplicar em um fundo de índice, ou ETF, que irá refletir a performance de um índice da Bolsa.

Caso o investidor decida montar a sua própria carteira, o ideal é optar por poucas empresas. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, recomenda que a carteira não ultrapasse seis setores, com no máximo três ações por setor. Ou seja, 18 ações de empresas diferentes no máximo.

“Eu já tive um cliente que investia em 70 ações de empresas diferentes, e no final acabava perdendo o controle do retorno que estava tendo. Existe uma dificuldade muito grande hoje em dia de as pessoas decidirem onde irão investir, porque há muita informação e cada hora uma recomendação diferente. O ideal é focar em poucas empresas e setores que o investidor conseguirá acompanhar”, pondera Lima.

Flavio Conde, analista da Levante Investimentos, também recomenda que a carteira tenha entre 10 e 20 ações diferentes, dependendo dos objetivos do investidor.

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“Uma pessoa mais nova deveria focar no longo prazo e priorizar rentabilidade. Já uma pessoa mais velha deveria focar em renda, e escolher empresas que sejam boas pagadoras de dividendos”, explica.

Para quem não tem familiaridade com o mercado e prefere delegar essa seleção para outra pessoa, há a opção dos fundos de investimento com gestão ativa. Nesses casos, um profissional terá a liberdade de escolher em quais empresas o fundo irá investir, considerando fatores como o cenário geopolítico e macroeconômico, a conjuntura de cada setor, entre outros pontos. O regulamento do fundo indicará o benchmark, ou seja, a meta de rentabilidade que o fundo deverá atingir.

Vale lembrar que os fundos de investimento com gestão ativa cobram taxa de administração, que pode chegar a 2% ao ano, e uma taxa de performance quando o benchmark é superado.

Por isso, uma opção mais simples e com menos custos é investir em um fundo de índice, também chamado de Exchange Traded Fund (ETF). É o caso do BOVA11, por exemplo, fundo que reflete a performance das ações do Ibovespa, que é o índice das principais empresas da B3.

“Como o BOVA11 reflete todos os ativos do Ibovespa, quando se observa uma queda grande de uma empresa, o índice não cai tanto. Quando a Petrobras caiu 6%, por exemplo, o BOVA baixou 0,5%. É uma ida para renda variável com alguma segurança e tranquilidade”, ressalta Cristiano Correa, do Ibmec.

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Para o professor de Finanças, uma carteira com Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e BOVA11 seria um bom começo para o investidor que ainda está começando a entender como o mercado funciona. Com o tempo, é possível começar a buscar  ativos mais sofisticados, como investimentos no exterior, para garantir uma proteção cambial.

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