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Arbitragem Bitcoin: conheça o fundo que se valoriza quando a moeda cai

O Bohr Arbitrage, da KPTL, é destinado apenas para investidores qualificados

Arbitragem Bitcoin: conheça o fundo que se valoriza quando a moeda cai
A arbitragem Bitcoin trabalha com a volatilidade da criptomoeda e pode ser um novo caminho para investidores. Foto: Envato Elements
  • Lançado em novembro de 2020, o Bohr Arbitrage Cripto Fundo de Investimento Multimercado é formado por posições compradas ou vendidas nas criptomoedas mais líquidas do mercado e seus derivativos
  • O mais interessante é que, no dia 19 de maio, enquanto o mercado cripto derretia 30%, o fundo subiu 1%

Quem investe em criptomoedas tem que estar predisposto a lidar com a volatilidade dessa classe de ativos. Do mesmo jeito que em um dia é possível ter altas vertiginosas, no outro a moeda pode se depreciar com a mesma intensidade.

Entretanto, a gestora de venture capital KPTL estruturou um fundo de investimentos que não aposta nas criptomoedas em si, mas em sua volatilidade.

Lançado em novembro de 2020, o Bohr Arbitrage Cripto Fundo de Investimento Multimercado é formado por posições compradas ou vendidas nas criptomoedas mais líquidas do mercado e seus derivativos.

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Segundo Danilo Zelinski, head de sales da KPTL, o fundo ganha nesses episódios de queda.

“Estamos operando o spread das moedas e seus derivativos e não o preço da moeda em si. Então, temos zero exposição ao preço dessa moeda. Você compra mil de moeda, vende mil de derivativo e fica neutro. Essa é a nossa principal jogada dentro do Bohr”, diz.

A estratégia da arbitragem Bitcoin

Para entender a estratégia da arbitragem Bitcoin por trás do fundo, Zelinski usa como exemplo o milho, já que as commodities foram uma das precursoras do mercado de derivativos.

“Se você compra uma saca de milho por R$ 1.000 e vende o futuro por R$ 1.100, vencendo daqui três meses, já ganhou R$ 100, porque comprou por mil e vendeu por R$ 1.100 para entregar daqui a três meses”, diz.

Isso é a arbitragem de derivativos. Mas em vez de utilizar o milho, o fundo opera as criptomoedas, que para o executivo fazem parte de um mercado muito rico de oportunidades, tendo em vista que conta com mais de 110 derivativos de moedas líquidas e operam todas ao mesmo tempo.

“Fazemos essa arbitragem monitorando preço de moeda vs. preço do derivativo nesse universo todo 24 horas por dia, de maneira automatizada, por isso temos engenheiros dentro do time de investimento” diz Zelinski.

Como o fundo opera?

O fundo utiliza algoritmos para operação e toma decisões com o apoio de modelos matemáticos e uma ampla base de dados analisada com grande capacidade de processamento.

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Dentre os modelos matemáticos, destaca-se o uso de métodos de machine learning (aprendizado de máquina) e, em especial, de redes neurais,  modelos computacionais inspirados pelo sistema nervoso central capazes de realizar o aprendizado de máquina e o reconhecimento de padrões.

A mente por trás do produto financeiro é Jay Jáner, graduado em física e matemática pela universidade de Cornel, nos EUA. O gerente de investimentos do Bohr tem passagem pelo Lehman Brothers e pelo Morgan Stanley como diretor de derivativos de ações da América Latina em ambas instituições.

O CEO Renato Ramalho conta que a KPTL fez o convite para Jáner ser um sócio da casa e liderar essa vertical de estudos de criptoativos no mundo.

“Ele entrou para a casa em 2019 com a missão de criar produtos que tragam rentabilidade que consigam produzir riqueza, mas dentro de uma tese de arbitragem, de uma tese que não acredita no valor da moeda”, diz Ramalho.

O executivo conta que a tese de Jáner é apostar na volatilidade e não no valor intrínseco da moeda. “Não apostamos na subida e descida de determinado criptoativo, essa não é a nossa ideia. Nosso ativo é volatilidade”, diz.

Informações do fundo

Em julho de 2020, a KPTL lançou o Bohr offshore em Cayman, que faz toda a operação de criptos, derivativos e arbitragem no exterior. O fundo é o produto financeiro mãe e conta com um patrimônio de mais de US$ 10 milhões de dólares.

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Já o Bohr comercializado no Brasil é voltado apenas para o investidor qualificado, com mais de R$ 1 milhão de patrimônio aplicado. Com investimento mínimo de R$ 10 mil e taxa de administração de 2%, o produto está disponível nas plataformas da Toro, Necton e na própria KPTL.

Uma das vantagens do produto é que, por investir no fundo mãe localizado no exterior, além de não fazer nenhum hedge cambial, o Bohr conta com exposição ao dólar.

“Com o Bohr as pessoas podem ter o mesmo nível de rentabilidade sem passar pela emoção que se vive com a compra direta de ativos digitais. A rentabilidade com a baixa volatilidade do fundo é a mensagem que queremos passar”, diz Ramalho.

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