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- Porém, os analistas ressaltam que esse alto retorno vem acompanhado de riscos significativos, já que a Petrobras é uma estatal e o Brasil terá eleições presidenciais em 2022
- O banco aponta a ação da PetroRio como uma alternativa para 2022, pois os investidores podem obter exposição ao petróleo sem exposição direta ao risco de precificação downstream (refino, distribuição e comercialização) e outros riscos eleitorais que afetam as estatais
O Credit Suisse divulgou em relatório que espera que a Petrobras distribua R$ 18 bilhões em dividendos em 2022, representando cerca de 27% de rendimento em relação ao preço atual das ações.
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A estimativa foi feita depois que a equipe de energia do banco elevou suas previsões do petróleo Brent para US$ 75 por barril (bbl) em 2022, ante US$ 69/bbl anteriormente, e para US$ 68/bbl (ante US$ 62/bbl) em 2023, enquanto manteve os preços do Brent de longo prazo em US$ 62/bbl (de 2024 em diante).
“Esperamos preços mais altos devido aos fundamentos de oferta e demanda mais restritos no curto e médio prazo. Embora o ciclo de notícias atual esteja focado na Ômicron, acreditamos que seu impacto na demanda será menor do que o da variante Delta, já que nova variante do vírus teve um impacto cada vez menor na demanda por produtos de petróleo”, escrevem os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero em relatório.
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Eles destacam que, em seu universo de cobertura, a Petrobras e a PetroRio devem se beneficiar mais de uma dinâmica de preços de curto a médio prazo mais forte. Por exemplo, preços mais altos ajudam a impulsionar os rendimentos da relação entre Fluxo de Caixa do Acionista (FCFE) e dividendos da Petrobras e a financiar o capex de crescimento da PetroRio com requisitos de capital mais baixos, enquanto a empresa mantém a alavancagem sob controle.
Na opinião do Credit Suisse, os desinvestimentos podem representar até cerca de US$ 12 bilhões (próximo a 18% de rendimento) de geração de caixa adicional em 2022, o que inclui 5% de Búzios vendidos para CNOOC, refinarias (REMAN e Six), outros campos onshore e offshore (Albacoras, Polo Potiguar, Polo Bahia Terra, Polo Carmópolis, entre outros); e a compensação de Atapu (SVToR).
“Na verdade, a tese de investimento da Petrobras oferece retornos de curto prazo para os acionistas, uma vez que a política de dividendos preconiza distribuições trimestrais”, afirma o banco.
Porém, os analistas ressaltam que esse alto retorno vem acompanhado de riscos significativos, já que a Petrobras é uma estatal e o Brasil terá eleições presidenciais em 2022. “Acreditamos que a política de preços da Petrobras para a gasolina e o diesel provavelmente se tornará parte integrante do próximo debate eleitoral. Portanto, esperamos que as ações da PBR capturem uma maior volatilidade em 2022”, pontuam Cardoso e Gumiero.
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O banco aponta a ação da PetroRio como uma alternativa para 2022, pois os investidores podem obter exposição ao petróleo sem exposição direta ao risco de precificação downstream (refino, distribuição e comercialização) e outros riscos eleitorais que afetam as estatais.
O Credit Suisse também vê uma valorização atraente aos preços atuais das ações. Nos cálculos dos analistas, a PetroRio aumentará a produção mais do que duas vezes para atingir 78 mil barris de petróleo por dia (bpd) e US$ 1,25 bilhão de Ebitda em 2025, enquanto as ações estariam sendo negociadas abaixo de 2 vezes o múltiplo EV/Ebitda e acima de 20% de rendimento de FCFE. Segundo eles, a avaliação baseada em fluxo de caixa livre agora rende um preço alvo de R$ 26 para a ação.
Por fim, o banco destaca que os preços do petróleo a longo prazo são mais importantes para a PetroRio do que os preços de curto prazo, uma vez que a produção deverá crescer materialmente após 2024 com o aumento do campo de Wahoo.
“Os preços do petróleo de curto prazo devem ajudar o PetroRio a financiar a curva de capex de crescimento nos próximos anos, mas não se traduz em rendimento de curto prazo para os acionistas como é o caso da Petrobras”, conclui o relatório.
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