O que este conteúdo fez por você?
- De acordo com o levantamento feito pela Quantum, disponibilizado com exclusividade ao E-Investidor, a maioria dos fundos de crédito privado apresentou retornos positivos no acumulado de 2021
- Crescimento da inflação e da taxa de juros mais retomada econômica contribuíram para que esses investimentos se tornassem atrativos no mercado ao longo do ano passado
- Para 2022, a perspectiva dos analistas é que os fundos de crédito privado continuem apresentando boa rentabilidade ao investidor e garantindo proteção às volatilidades do mercado
Alta taxa de juros, inflação a dois dígitos e a necessidade das companhias de investimento ofereceram um cenário ideal para os fundos de crédito privado em 2021. De acordo com um levantamento feito pela Quantum, disponibilizado com exclusividade ao E-Investidor, a maioria dos fundos encerrou o ano passado com saldo positivo. A perspectiva, na avaliação de especialistas em renda fixa, é que o bom desempenho siga ao longo deste ano devido à projeção do aumento da Selic e ao período eleitoral.
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O estudo analisou a captação líquida, patrimônio líquido, número de cotistas e a rentabilidade de 1.912 fundos de crédito privado presentes no mercado. O resultado das observações é que esse tipo de investimento apresentou um crescimento de 66% no número de cotistas de 1.º dezembro de 2020 até o dia 23 de dezembro de 2021. O aumento é ainda mais expressivo para a captação líquida dos fundos, com um salto de 978% durante o mesmo período. Já o patrimônio líquido cresceu cerca de 59,6% em um ano.
Segundo Luiz Corrêa, sócio da Nexgen Capital, com o aumento da Taxa Selic e da inflação, os investidores viram oportunidades de bons retornos em investimentos na renda fixa. Por isso, os fundos de crédito privado se tornaram uma opção atrativa no mercado. “Com a baixa performance da bolsa de valores, o investidor tem um risco de alocar os seus investimentos em renda variável. Por isso, estão fazendo essa migração”, explica Corrêa.
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Em janeiro de 2021, a Selic estava no menor patamar da história a 2% ao ano. No entanto, com o crescimento da inflação, o Copom decidiu aumentar a taxa de juros que chegou a 9,25% em dezembro. Apesar das sucessivas altas, a expectativa é de novos aumentos, podendo chegar a 11,5% a.a até o fim deste ano, segundo a projeção do Boletim Focus.
Já em relação à inflação, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no acumulado de 12 meses referente ao mês de dezembro de 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,06%.
No entanto, esses indicadores não foram as únicas causas do rebalanceamento das carteiras. Rodrigo Caetano, especialista em investimentos na Toro, cita o processo de retomada da economia como outro fator para o aumento do interesse dos investidores pelos fundos de crédito privado. De acordo com ele, as empresas precisaram de investimentos para atender a alta demanda com a flexibilização das restrições de isolamento social. Uma das formas de alavancar recursos encontrada pelas empresas é a emissão de crédito privado. “Todo esse contexto favoreceu muito o investidor que em 2021 decidiu investir em fundos de crédito privado”, ressalta Caetano.
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões de renda variável em 2021 chegaram a R$ 467,9 bilhões. O valor foi considerado o maior da série histórica. As debêntures foram os maiores destaques com um volume de R$ 253,4 bilhões, mais do que o dobro do que foi registrado em 2020.
Rentabilidade
A rentabilidade dos fundos de crédito privado no acumulado de 2021 também foi positiva. De acordo com o levantamento da Quantum, os fundos Ayka Fic Multimercado Crédito Privado, da Titan Capital, e Mercado Livre I Fi Multimercado Crédito Privado, da Captalys, foram os investimentos nesta categoria com os melhores desempenhos ao registrar retornos de 92,7% e de 85,3%, respectivamente.
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A boa notícia é que os fundos de crédito privado devem continuar com boas performances em 2022. De acordo com Rafael Freitas, planner do TC, como a taxa de juros está bem precificada no mercado neste momento, a projeção para o crédito privado é de bons rendimentos. “Por estar no começo de um ano cheio de incertezas, tudo é possível. No entanto, o cenário é positivo para a renda fixa”, ressalta Freitas.
Por esse motivo, Stefan Castro, sócio e gestor da AF Invest, acredita ser interessante ter uma parte dos seus investimentos aplicados em fundos de crédito. “Essa é uma classe de ativos que pode te defender de momentos mais desafiadores. Se tivermos um cenário eleitoral não benéfico, a gente deve ter taxas de juros elevadas por mais tempo”, avalia Castro.
O gestor da AF Invest acrescenta ainda que os fundos de crédito privado permitem aos investidores de pessoas físicas o acesso a investimentos mais diversificados. “A gente tem fundos, por exemplo, que só compram papéis de empresas com a melhor qualidade de crédito. Você tem acesso a fundos com gestores qualificados, que investem em ativos bancários, títulos estruturados e debêntures”, detalha Castro.
Confira os cinco fundos com os maiores retornos em 2021
Nome | Gestão | Rentabilidade em 2021 |
AYKA FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | Titan Capital | 92,7% |
MERCADO LIVRE I FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | Captalys | 85,3% |
RORAIMA FI MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | Icatu Vanguarda | 82,9% |
107 FI RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | Western Asset | 62,6% |
AXSP FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | Eagle Capital | 61,3% |
Fonte: Quantum Finance