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- Investidores menos preocupados com a volatilidade de curto prazo encontram oportunidades interessantes de retorno alto com prazos não tão longos
- Analistas da Ágora afirmam que compartilham dos “receios crescentes em torno da qualidade geral de crédito no Brasil”
A Ágora Investimentos identifica um ambiente desafiador para o crédito privado, com “ambiente global difícil e grandes indefinições”. Apesar disso, a avaliação é que os investidores “menos preocupados com a volatilidade de curto prazo” encontram oportunidades em títulos com “prazos razoáveis” e pagando “ao redor de IPCA + 6,5%”.
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“A remuneração dos títulos ajustados pelo IPCA continua a oferecer ao mesmo tempo a proteção contra a inflação e retorno elevado do componente real”, avaliam o estrategista José Cataldo e o analista Ricardo França, em relatório divulgado na quinta-feira (16). Mas eles ressaltam que deve haver “prudência na seletividade dos investimentos”.
No relatório, a Ágora apresenta uma lista de títulos privados em destaque. Há sugestões com vencimento em 2026 e taxas até IPCA + 7,24%. Veja a seguir:
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Títulos privados em destaque
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*Taxa indicativa em 15/03 e que pode ter variações de acordo com as condições de mercado
Fonte: Anbima e Ágora Investimentos
Segundo Cataldo e França, embora a deterioração da qualidade de crédito seja uma “preocupação real nesta etapa do ciclo econômico”, eles observam os dados reportados pelas grandes empresas que compõem o Ibovespa revelando “uma figura muito menos alarmante”.
“Após anos de baixo crescimento econômico e taxas de juros [geralmente] elevadas aqui no Brasil, muitas empresas equacionaram seus balanços reduzindo a quantidade de investimentos para o crescimento e amortizando seus passivos junto aos credores – sejam bancos ou detentores privados de suas dívidas. Como resultado, o indicador de alavancagem financeira, medido pela relação entre a Dívida Líquida e o Ebitda, está muito próximo das 2x, nos níveis mais baixos que temos em registro nos últimos 10 anos – lembrando que, conceitualmente, indicadores próximos à 2,5x não deveriam trazer grandes preocupações relacionadas à solvência/capacidade de pagamento”, afirmam, no relatório.
Eles ainda dizem que apesar de compartilharem dos “receios crescentes em torno da qualidade geral de crédito no Brasil”, enfatizam que os investidores “parecem precificar da mesma forma os mais diversos devedores – o que, em nossa opinião, abriu oportunidades atraentes por conta dessas distorções, com riscos de maior qualidade pagando taxas semelhantes aos demais devedores”.
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Os analistas da Ágora destacam que as sinalizações que serão dadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nas decisões de juros na próxima semana “poderão dar maior grau de detalhamento sobre as políticas monetárias”, o que deverá ser monitorado. “De todo modo, eventos de crédito continuam sendo monitorados e, no Brasil, a apresentação do novo regramento fiscal pode ajudar a reduzir a volatilidade”, acrescentam.