ETFs de dividendos conquistam espaço na B3 e atraem milhares de investidores interessados em gerar renda passiva. (Foto: Adobe Stock)
Enquanto os Exchange Traded Funds (ETFs) de cripto seguem liderando os rankings de rentabilidade, um outro nicho vem ganhando espaço silenciosamente na B3: os fundos de índice focados em pagamento de dividendos. De acordo com o boletim mensal da Bolsa, o número total de investidores em ETFs atingiu 648,6 mil em agosto de 2025 – e, entre eles, mais de 40 mil aplicadores já alocam recursos especificamente em ETFs de dividendos.
Segundo levantamento do aplicativo Grana Capital, os três principais ETFs de dividendos listados na B3 distribuíram entre 8,13% e 14,43% em proventos nos últimos 12 meses até o fim de agosto, mostrando que o apelo de gerar renda passiva atrai cada vez mais investidores pessoa física.
A liderança em número de cotistas é do Buena Vista US High Income (SPYI11), que soma 18.026 investidores. Na segunda posição aparece o Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), com 16.859 aplicadores, seguido pelo Buena Vista Nasdaq 100 (QQQI11), com 11.294 cotistas.
Além da base crescente de investidores, o desempenho em dividendos pagos também chama atenção:
*Número de investidores em agosto/2025. Fonte: B3
Apesar da queda nos preços das cotas no período, o retorno em dividendos ajudou a sustentar o interesse dos investidores, em linha com a busca por alternativas de geração de renda passiva em meio ao juro real elevado no Brasil.
ETFs: o que são e como funcionam
Os ETFs são fundos de investimento em renda fixa ou variável – também conhecidos como fundos de índice – que funcionam como uma grande “cesta” de ações negociadas na bolsa de valores em índices como Ibovespa (IBOV). Essa prática conta com adeptos no mundo todo e caiu nas graças dos brasileiros.
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Voltando um pouco no tempo, o ETF foi criado em 1980 nos Estados Unidos e apareceu mais recentemente no Brasil, em 2004. Já existem 71 fundos só de renda variável nessa modalidade até a data desta publicação, sem contar os de renda fixa.
Uma gestora tem um ou mais ETFs disponíveis para grupos de investidores. Quando alguém quer participar de um, deve comprar uma cota e cada uma com valor diferente. Nesse caso, em vez de investir diretamente em uma ação específica, do Magazine Luiza (MGLU3) ou qualquer outra, por exemplo, o investidor conta com a mediação de uma gestora no processo.
Quando os índices relacionados aos ETFs têm algum tipo de variação, para mais ou para menos, o investidor também é impactado. Por exemplo, um ETF associado às variações do índice Ibovespa é influenciado quando ele cair ou subir.
Um dos ETFs relacionados ao Ibovespa mais conhecidos é o BOVA11, mas há outros, como BOVV11, BOVB11 e BOVX11. Também há ETFs de renda fixa, como IMAB11 (Tesouro IPCA+), IB5M11 (IMA-B5+) e IRFM11 (títulos prefixados vinculados ao IRF-M P2). Sem contar os de small caps (SMAL11), S&P 500 (IVVB11 e SPXI11) e até criptomoedas (HASH11).