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Investimentos

3 ativos driblaram o mercado acionário com retornos de 160% ao ano; ainda vale investir?

Volatilidade elevada dos setores de tecnologia e criptoativos exige cautela por parte dos investidores

3 ativos driblaram o mercado acionário com retornos de 160% ao ano; ainda vale investir?
ETF é um investimento coletivo que replica a performance de um índice de mercado. Foto: AdobeStock
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  • Os ETFs que mais renderam em 2024 têm um ponto em comum: grande exposição a ativos ligados à tecnologia e criptomoedas
  • Ambiente para criptoativos continua muito favorável com posse de Trump
  • No Brasil, cenário continuará desafiador para ETFs de renda variável, como os que seguem o Ibovespa e small caps

Os fundos de índice (ETFs) que mais renderam em 2024 têm dois pontos em comum: grande exposição a ativos ligados à tecnologia e a  criptomoedas. Índices como o Nasdaq Bitcoin Reference Price, CME CF Bitcoin Reference Rate e Bloomberg Galaxy Bitcoin lideraram com retornos acima de 160%. Até mesmo setores como contratos inteligentes e eSports figuraram entre os destaques, mostra um levantamento da Quantum Finance. Mas será que essa tendência vai continuar em 2025?

O consultor de investimentos Rafael Panonko, pondera que a volatilidade elevada das áreas ligadas a tecnologia e criptoativos exige cautela do investidor. “São setores sujeitos a riscos maiores em comparação com empresas de segmentos mais tradicionais”, avalia.

Ele diz que 2024 foi um ano marcante nesses segmentos por causa da vitória de Donald Trump nas eleições nos EUA, pela maior aceitação das criptos por grandes investidores e por causa de empresas como a Nvidia, que lideraram o mercado de tecnologia com inovações em Inteligência Artificial.

No caso das big techs, são empresas focadas no crescimento, que tendem a investir pesadamente no desenvolvimento de novas tecnologias para se destacar no futuro. “Normalmente, essas empresas não distribuem dividendos, pois priorizam o reinvestimento de lucros para financiar sua expansão e inovação”, explica.

Alexandre Costa, analista de fundos da Empiricus Research, comenta que a posição estrutural de cripto nas carteiras da empresa reflete a confiança da casa na continuidade desse movimento no médio prazo. “Acredito que o ambiente para criptoativos continua muito favorável. Embora eu não seja especialista no setor, vejo sinais de que esse cenário positivo pode se manter”, diz.

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Costa lembra que a posse de Donald Trump, no próximo dia 20, vai trazer novas agendas de desregulamentação, o que contribui para um ambiente mais propício ao crescimento deste mercado.

Renda variável segue em baixa no Brasil?

Independentemente do ativo que pode ou não render em 2025, uma tendência que não deverá mudar é a saída de capitais do Brasil. Tanto investidores estrangeiros, quanto brasileiros, deverão continuar alocando recursos no exterior, seja em ativos tradicionais, como ações e fundos internacionais, como em criptoativos.

“No Brasil ainda há um pessimismo com 2025. Todos estão mirando 2026 para uma possível virada de mercado, enquanto este ano é de preparação de terreno, num ambiente mais neutro”, avalia Costa.

No geral o cenário continuará desafiador para ETFs de renda variável, como aquelas que seguem o Ibovespa e as small caps, devido à cautela do mercado em relação à falta de credibilidade da política fiscal do governo.

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Na renda fixa, ETFs de crédito privado ainda são pouco representativos, mas a classe enfrenta volatilidade recente, com ampliação de spreads, após o pedido de negociação de dívidas da empresa de pás eólicas Aeris, no final do ano passado. Isso tende esfriar a atratividade do segmento de crédito privado, após um 2024 marcado por forte captação de recursos. “A tendência de menor captação e retornos abaixo do esperado pode se manter nos primeiros meses de 2025”, diz o analista.

Exposição cambial

Para quem pensa em investir em um ETF brasileiro com exposição ao mercado internacional ou dolarizar a carteira aplicando diretamente no exterior, a exposição cambial é a mesma. Mas investir dolarizado teria algumas vantagens. “A escolha depende mais das preferências do investidor. Aplicar diretamente lá fora pode reduzir riscos políticos e regulatórios específicos do Brasil”, diz o especialista.

Além disso, o mercado internacional oferece uma maior variedade de produtos, incluindo fundos e ETFs temáticos, que podem não estar disponíveis no Brasil. Investir localmente em produtos com exposição cambial, no entanto, é mais prático, especialmente para quem busca índices mais comuns, como o Nasdaq (N1DA34).